Doença pilodinal

Autor: Daniela Coelho, Patrícia Pinto Carvalho

Última atualização: 2022/01/25

Palavras-chave: Doença Pilonidal, Região Sacrococcígea



Resumo


A doença pilonidal ou quisto sacrococcígeo surge habitualmente em jovens adultos do sexo masculino. Este quisto pode ser assintomático ou manifestar-se através de um nódulo doloroso na região interglútea, quente e com vermelhidão local, que pode drenar espontaneamente um líquido purulento. Nas formas crónicas este nódulo persiste ou surge recorrentemente com drenagem. O tratamento passa pela drenagem do abcesso, associado a antibióticos nos casos de infeção e de uma cirurgia para resolução definitiva.




Doença pilonidal


A doença pilonidal, também conhecida como quisto sacrococcígeo, é uma inflamação da pele e do tecido envolvente, que surge na região sacrococcígea/ interglútea, a cerca de cinco a oito centímetros acima do ânus. Em casos raros, pode surgir no couro cabeludo, axilas e umbigo. O interior deste quisto é constituído por pelos, glândulas sebáceas e sudoríparas.
É mais frequentemente no sexo masculino (2 a 4 vezes mais do que no sexo feminino) e em adolescentes e adultos jovens, entre os 15 e os 30 anos de idade.

Como se desenvolve este quisto?


Várias condições predispõem ao seu aparecimento:

  • Excesso de peso
  • Microtraumatismos ou irritação local
  • Sedentarismo
  • Permanência prolongada na posição sentada
  • Uso de calças apertadas a condicionar atrito na região
  • História Familiar
  • Densidade e características do pelo da região sacrococcígea

Parece ser uma doença que se desenvolve na puberdade, como consequência de alterações nas glândulas sebáceas por influência das hormonas sexuais, que associadas a microtraumas da região, levam à inflamação do folículo piloso. Também parece haver um crescimento dos pelos da região sacrococcígea ao longo da região subcutânea (“crescem para dentro”), originando assim inflamação e infeção local.

Quais são os sinais e sintomas?


Pilonidal abscess.jpg

A simples observação deste quisto confirma o diagnóstico. Pode ser assintomático (menos frequente) ou pode complicar-se por infeção aguda ou por inflamação crónica associada a drenagem recorrente e ferida aberta.

  • Forma assintomática: pode permanecer por vários anos, apresentando apenas um pequeno nódulo palpável com poros assintomáticos na região internadegueira.
  • Forma aguda: é uma complicação infeciosa da doença pilonidal. Manifesta-se através de uma dor da região interglútea, sobretudo na posição sentada ou movimentos que exijam que a pele desta região seja esticada (como fazer abdominais). Além da dor, surge um nódulo quente e com vermelhidão local. Este nódulo pode apresentar drenagem espontânea de um líquido purulento (pus), que alivia transitoriamente a dor. Raramente, e sobretudo nos casos não tratados, pode surgir febre e mal-estar geral.
  • Forma crónica: manifesta-se pela persistência ou recorrência do nódulo doloroso na região internadegueira com drenagem de líquido, purulento ou não. Nestes casos, pode ficar uma ferida aberta na região do abcesso e pode haver mais do que um local de saída de líquido.


É necessário tratamento?


Raramente, pode ocorrer a cura espontânea sem tratamento, mas a maior parte das vezes, é necessária a cirurgia como tratamento definitivo.
Os antibióticos ajudam quando existe infeção, mas não curam por si só o quisto. Quando há abcesso local pode ser necessária a sua drenagem antes da cirurgia definitiva.
Na cirurgia, a pele é aberta e é removido o quisto. A ferida pode ser suturada, o que permite uma cicatrização mais rápida mas com maior risco de recorrência. Maioritariamente, a ferida é deixada aberta, cicatrizando naturalmente, com menor recorrência, mas com um tempo de recuperação de 3 a 12 meses. Esta ferida necessita de cuidados de penso regulares para evitar infeções.

Conclusão


A doença pilonidal é um quisto da região sacrococcígea, que muitas vezes fica inflamado e infetado com drenagem de pús, necessitando geralmente de cirurgia para resolução definitiva.

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