Enfarte agudo do miocárdio

Autor: Ana Gabriela Oliveira, Inês Pereira, Ana Catarina Silva

Última atualização: 2016/06/09

Palavras-chave: Enfarte Agudo do Miocárdio, Fatores de Risco Cardiovascular, Alimentação, Atividade física



Resumo


O enfarte agudo do miocárdio é, atualmente, uma das principais causas de morte nos países desenvolvidos. O seu reconhecimento precoce é fundamental para uma atuação adequada.
Os principais fatores de risco são a dislipidemia (colesterol elevado), o tabagismo e a hipertensão arterial, sobretudo nos homens à medida que a idade avança.
Tipicamente o doente com enfarte sente dor no meio do peito, tipo aperto, que se pode acompanhar ou não de outros sintomas. Se suspeitar de enfarte ligue para o 112 e siga as instruções.
Quanto mais depressa iniciar o tratamento melhor o prognóstico, ou seja, melhor será o futuro.




Enfarte agudo do miocárdio


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O enfarte agudo do miocárdio resulta da obstrução das artérias coronárias, lesando o músculo cardíaco, com morte da parte que fica além da artéria que deixou de funcionar.
Uma parte do coração irá ficar afetado e funcionar mal, condicionando incapacidade para as tarefas do dia-a-dia que até então realizava com facilidade.
É uma das principais causas de morte nos países ocidentais.

Fatores de risco


Os fatores de risco podem ser modificáveis ou não modificáveis. Os não modificáveis são aqueles que não podemos mudar e com os quais temos de viver. Os modificáveis são aqueles sobre os quais podemos atuar no dia a dia, prevenindo ou tratando. Uma particularidade dos fatores de risco é que eles se potenciam, ou seja, quanto mais fatores estiverem presentes, maior é risco.

NÃO MODIFICÁVEIS MODIFICÁVEIS
Idade (> 45 anos nos homens e > 55 anos nas mulheres) Tabagismo
Sexo (mais nos homens) Hipertensão Arterial
Fatores hereditários Dislipidemia (colesterol e triglicerídeos alto)
Etnia Diabetes Mellitus
Menopausa (nas senhoras) Sedentarismo
Excesso de peso / Obesidade
Stress


Sinais/Sintomas de alerta


O principal sintoma de enfarte é a dor no peito, que pode ser um aperto, uma sensação de peso, um ardor ou uma pressão fortes no centro do peito, sobre o esterno, geralmente com duração superior a 30 minutos. Além da dor, podem estar presentes outros sinais e sintomas:

  • Desconforto em outras áreas do corpo (braços, principalmente do lado esquerdo, pescoço, queixo, nas costas entre as omoplatas, região do estômago);
  • Falta de ar;
  • “Suores frios”;
  • Enjoos ou vómitos;
  • Tonturas.

Habitualmente estes sintomas surgem associados à dor, mas podem aparecer de forma isolada.

Em caso de suspeita


  1. Não faça esforços. Assuma uma posição confortável e relaxada.

  2. Se disponível, tome uma aspirina (ácido acetilsalicílico). Esta é uma medida que pode prolongar o seu tempo de vida até chegar ajuda especializada. Como antiagregante plaquetário, a aspirina, na dose entre 150 e 300 mg (na prática meio comprimido da aspirina normal), ajuda a dissolver os coágulos que entopem as artérias e impedem o sangue de circular.

  3. Peça ajuda. Marque o 112 (Número Nacional de Emergência) e siga as instruções dadas. Não conduza sozinho até ao hospital. O tempo que julga poupar ao recorrer pelos próprios meios ao hospital pode custar-lhe a vida. Como último recurso, e se a chamada para o 112 não for possível, peça a um acompanhante para o levar ao serviço de urgência do hospital mais próximo.

  4. A Via Verde Coronária é acionada automaticamente através do 112. Trata-se de um protocolo coordenado pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e outras entidades, que permite o acesso mais rápido das situações de doença cardíaca aguda aos cuidados médicos, podendo iniciar o tratamento ainda em casa do doente e enquanto é transportado para a urgência hospitalar mais adequada.

Prevenção


Evitar o enfarte agudo do miocárdio está nas mãos de cada um:

  • Faça uma alimentação saudável.
Prefira uma alimentação variada, rica em vegetais, fruta e peixe, e pobre em gorduras e açúcares. Reduza o consumo de sal. Seja moderado no consumo de álcool (no máximo, dois copos de vinho por dia para os homens e 1 copo para as mulheres).
  • Pratique atividade física regular.
Pratique pelo menos 30 minutos diários de exercício aeróbio (caminhada, marcha, natação).
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  • Não fume.
Deixar de fumar é uma das medidas com maior impacto na prevenção do enfarte.
  • Controle o stress
O stress é um fator importante no risco cardiovascular
  • Controle periodicamente os fatores de risco.
A pressão arterial, o peso e o perímetro abdominal, o nível de açúcar no sangue e os níveis de colesterol e de triglicerídeos deverão ser controlados.



Para quem já teve um enfarte


  • Controle os seus fatores de risco. Para quem já teve um enfarte, o tratamento e o controlo destes fatores deverá ser ainda mais rigoroso do que os das restantes pessoas, para que um evento deste tipo não se repita.
  • Não falte às consultas.
  • Evite parar a medicação sem acordo do seu médico. A regularidade da toma da medicação é fundamental para controlar a doença.
  • Converse com o seu médico, coloque-lhe as suas dúvidas e as suas questões, fale sobre efeitos secundários da medicação, seja curioso e interessado. Certamente sairá da consulta com uma prescrição mais adaptada ao seu caso.

Conclusão


A prevenção, controlando os fatores de risco e o reconhecimento precoce do enfarte agudo do miocárdio são fundamentais para manter o coração mais saudável.
Há várias alternativas que poderá adotar. O seu médico ajudá-lo-á nos esclarecimentos que precisar.
Das melhores opções resultará uma melhor saúde. Está nas suas mãos!

Referências recomendadas



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