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O puerpério é o período de 6 semanas após o parto, onde o corpo da mulher se readapta de forma a voltar ao estado anterior à gravidez.<br>
 
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Neste período é essencial que saiba reconhecer as alterações do seu organismo, nomeadamente ao nível do sistema reprodutor (lóquios, cicatrizes pós-parto, reinício da atividade sexual, contraceção pós-parto), musculatura abdominal e pélvica e trânsito intestinal (obstipação e hemorroides). Desta forma pode estar melhor preparada para lidar com esta fase e para se readaptar sem grandes sobressaltos. <br>
 
Neste período é essencial que saiba reconhecer as alterações do seu organismo, nomeadamente ao nível do sistema reprodutor (lóquios, cicatrizes pós-parto, reinício da atividade sexual, contraceção pós-parto), musculatura abdominal e pélvica e trânsito intestinal (obstipação e hemorroides). Desta forma pode estar melhor preparada para lidar com esta fase e para se readaptar sem grandes sobressaltos. <br>
Por fim, é muito importante estar alerta e saber reconhecer potenciais sinais de alarme que a devem fazer suspeitar que algo não corre dentro da normalidade e que deve procurar ajuda médica. <br><br>
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A prisão de ventre é um problema muito comum no período pós-parto, afetando cerca de 1 em cada 4 mulheres. Para prevenir a obstipação, aconselha-se aumentar a ingestão de líquidos (pelo menos 1,5 L de água/dia) e de alimentos ricos em fibras (vegetais verdes e crus, fruta fresca com casca, cereais integrais) e a deambulação precoce. Se necessário, podem ser utilizados emolientes (tornam as fezes moldáveis e mais lubrificadas – enema de docusato, supositórios de glicerina e parafina líquida). <br>
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A prisão de ventre é um problema muito comum no período pós-parto, afetando cerca de 1 em cada 4 mulheres. Para prevenir a obstipação, aconselha-se aumentar a ingestão de líquidos (pelo menos 1,5 L de água/dia) e de alimentos ricos em fibras (vegetais verdes e crus, fruta fresca com casca, cereais integrais) e a deambulação precoce. Se necessário, podem ser utilizados emolientes (tornam as fezes moldáveis e mais lubrificadas – enema de docusato, supositórios de glicerina e parafina líquida). <br><br>
  
 
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Edição atual desde as 22h16min de 6 de maio de 2018

Autor: Ana Lisboa, Mariana Madureira

Última atualização: 2016/10/24

Palavras-chave: Período pós-parto; Período peri-parto; Mulher; Saúde reprodutiva; Contraceção



Resumo


O puerpério é o período de 6 semanas após o parto, onde o corpo da mulher se readapta de forma a voltar ao estado anterior à gravidez.
Neste período é essencial que saiba reconhecer as alterações do seu organismo, nomeadamente ao nível do sistema reprodutor (lóquios, cicatrizes pós-parto, reinício da atividade sexual, contraceção pós-parto), musculatura abdominal e pélvica e trânsito intestinal (obstipação e hemorroides). Desta forma pode estar melhor preparada para lidar com esta fase e para se readaptar sem grandes sobressaltos.
Por fim, é muito importante estar alerta e saber reconhecer potenciais sinais de alarme que a devem fazer suspeitar que algo não corre dentro da normalidade e que deve procurar ajuda médica.




Cuidados Pós-Parto


O que é o puerpério?


O puerpério é o período que se inicia imediatamente após o parto, e que se prolonga durante as 6 semanas seguintes. Durante esse tempo, ocorre o retorno dos órgãos reprodutivos e do restante organismo ao estado prévio à gravidez, sendo uma fase repleta de alterações. Não seja impaciente consigo mesma caso demore mais tempo a adaptar-se ou lhe seja exigido mais esforço do que tinha imaginado.
Não é só o bebé que necessita de cuidados, a recém-mãe também, e não deve ter vergonha de o admitir.

O que são os lóquios?


São perdas de sangue, muco e tecidos do interior do útero expulsos pela vagina durante o puerpério. É normal a existência de corrimento vaginal, com as seguintes características:

  • Hemático (com sangue) – durante os primeiros dias;
  • Sero-hemático (acastanhado, raiado de sangue) – 3º ao 10º dia;
  • Seroso (amarelado/esbranquiçado) – a partir do 10º dia.

Geralmente, este corrimento tende a desaparecer até à 3ª semana após o parto, mas pode demorar até 6 semanas.

Potenciais cicatrizes do pós-parto


Parto Normal – Episiotomia/Episiorrafia


A episiotomia é uma incisão feita no períneo para ajudar o bebé a nascer. A episiorrafia é a sutura desse corte, deixando uma cicatriz. Os pontos caem naturalmente entre o 7.º e o 10.º dia, sendo aconselháveis os seguintes cuidados:

  • Lavar a região com água corrente e morna;
  • Usar sabão de pH fisiológico/neutro;
  • Secar muito bem com toalha limpa (sem friccionar);
  • Mudar penso higiénico frequentemente;
  • Evitar sentar sobre a cicatriz;
  • Aplicar gelo se apresentar hematoma (pisadura), inchaço ou desconforto.


Cesariana – Cicatriz abdominal


O penso é geralmente efetuado no dia da alta hospitalar. Os pontos ou agrafos devem ser removidos passados 8 a 10 dias. É aconselhável tomar apenas duche de chuveiro, evitando molhar o penso, e este deve ser observado diariamente. Se apresentar sangue ou pús no penso, dor muito intensa nessa região ou febre, deve consultar um médico.

Reinício da atividade sexual


Masc Fem.jpg

É seguro reiniciar a atividade sexual aproximadamente 4 semanas após o parto, se a episiotomia estiver cicatrizada e a hemorragia tiver parado. É normal que possa ocorrer diminuição da lubrificação vaginal: um lubrificante vaginal pode ser uma ajuda nesta fase. Contudo, este período não é rígido e cada pessoa leva o seu tempo. O mais importante é retomar a vida sexual quando o casal se sentir preparado e confortável.
Com o nascimento do bebé, a relação com o companheiro não deve ser descurada, devendo este ser incluído nas tarefas, partilhando responsabilidades e mantendo sempre a comunicação entre o casal.

Contraceção no período pós-parto


A amamentação é considerada um método contracetivo natural temporário e pode ser eficaz até 6 meses após o parto, se a mulher amamenta “em exclusivo” (a criança apenas se alimenta de leite materno), ou “quase em exclusivo” (apenas uma refeição semanal não é de origem materna), com mamadas diurnas e noturnas cujo intervalo não deve ser superior a 6 horas, e se a mulher está em amenorreia (sem menstruar). Contudo, a eficácia deste método é baixa e não deve dispensar o recurso a uma contraceção eficaz.
Aconselha-se a utilização de outros métodos contracetivos no período pós-parto. Se estiver a amamentar, a contraceção hormonal combinada (pílula, anel vaginal ou adesivo) não está recomendada, porque pode diminuir a quantidade e qualidade do leite materno.
A mulher que amamenta poderá escolher entre os seguintes métodos contracetivos:

  • Métodos de barreira (preservativo ou diafragma);
  • Pílula de progestativo (também conhecida como “pílula da amamentação”) – iniciar após a 3ª semana pós-parto, é uma pílula que se toma de forma contínua, sem a semana de pausa (28 dias);
  • Progestativo injetável;
  • Outro método de longa duração, se não pretender engravidar a curto-prazo:
  • Métodos naturais (auto-observação, calendário), com muita precaução pois são muito falíveis particularmente nesta fase;
  • Métodos cirúrgicos – definitivos/irreversíveis (laqueação das trompas na mulher e vasectomia no homem).

O seu médico poderá ajudar a encontrar a melhor solução para a contraceção neste período da sua vida.

Musculatura abdominal e pélvica


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Os músculos abdominais demoram cerca de 6-7 semanas a retornar à normalidade e os músculos pélvicos cerca de 6 meses, podendo este período ser variável e muito dependente dos cuidados da mulher no período pós-parto. Alguns cuidados que podem auxiliar são:

  • Amamentar – ajuda na contração do útero e recuperação abdominal;
  • Ter uma alimentação equilibrada, sem iniciar dietas bruscas;
  • Ter uma boa postura;
  • Praticar exercícios pós-parto – ajudam a fortalecer a musculatura abdominal e pélvica, diminuindo a flacidez, aumentando a autoestima e autoconfiança e ajudando na sustentação da bexiga e intestinos, para prevenir futura incontinência. Estes podem iniciar-se cerca de 2 semanas após parto normal e cerca de 6 semanas após cesariana. Podem ser praticados em casa, ocupando pouco tempo diário, ou pode optar-se por fazer natação, hidroginástica, pilates ou caminhadas. É importante realizar alongamentos após o exercício.

Trânsito intestinal


Obstipação (prisão de ventre)


A prisão de ventre é um problema muito comum no período pós-parto, afetando cerca de 1 em cada 4 mulheres. Para prevenir a obstipação, aconselha-se aumentar a ingestão de líquidos (pelo menos 1,5 L de água/dia) e de alimentos ricos em fibras (vegetais verdes e crus, fruta fresca com casca, cereais integrais) e a deambulação precoce. Se necessário, podem ser utilizados emolientes (tornam as fezes moldáveis e mais lubrificadas – enema de docusato, supositórios de glicerina e parafina líquida).

Hemorroidas


As hemorroidas são vasos sanguíneos dilatados e salientes no canal anal, podendo originar sintomas como dor, sangramento e tumefação. Durante a gravidez e no pós-parto, as hemorroidas podem surgir ou agravar-se, principalmente se existir prisão de ventre, e são um problema muito frequente.
Para aliviar o desconforto pode aplicar gelo ou anestésico local em gel ou pomada, tomar banhos de assento em água morna/fria, reintroduzir as hemorroides no ânus com a ajuda de um dedo e deitar-se de lado.

Sinais de Alarme


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Deve procurar ajuda médica na presença de qualquer um destes sinais:

  • Febre (temperatura > 38ºC);
  • Penso sujo (com sangue ou líquido purulento);
  • Mama dolorosa, avermelhada e quente;
  • Hemorragia ou corrimento com cheiro fétido;
  • Aumento da intensidade da dor, calor e inchaço no local dos pontos;
  • Ardor ou dor ao urinar ou incapacidade de urinar;
  • Sentir-se muito triste e deprimida na maior parte do tempo.



Conclusão


A fase pós-parto é repleta de alterações, com o objetivo do retorno do organismo ao estado pré-gravidez. Conhecer essas mudanças é a melhor forma de saber lidar com elas.


Referências recomendadas



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