Mostrar código-fonte de Rubéola e gravidez

{{Artigos
|Autor=Constança Oliveira, Inês Trigo, Luís Melo
|Última atualização=2019/06/04
|Palavras-chave=Rubéola, Gravidez, Imunidade, Vacinação
|Sigla da Doença=A74
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===Resumo===
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A rubéola é uma doença causada pelo vírus da rubéola, que se transmite por via respiratória.<br>
A doença é habitualmente ligeira e não é mais grave na mulher grávida. No entanto, pode trazer consequências importantes para o feto, algumas delas irreversíveis como a surdez.<br>
A prevenção através da vacina é fundamental. Todas as mulheres a planear engravidar devem avaliar o estado de imunidade e fazer a vacinação se negativo, antes de engravidar.
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===Rubéola===
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[[Ficheiro:Rubella_02.jpg|200px|right]]
A rubéola é uma infecção provocada pelo vírus da rubéola, que passa despercebida, sem qualquer sintoma, em 30 a 50% dos casos.<br>
Habitualmente a doença é ligeira, benigna e ocorre 2-3 semanas após a exposição ao vírus.<br>
Os sintomas são o aparecimento de febre, acompanhada de uma cor avermelhada na pele (exantema com manchas e eventualmente pequenos nódulos) e de gânglios aumentados de tamanho, dolorosos, tipicamente atrás das orelhas, apesar de poderem estar presentes noutros locais. São também comuns a conjuntivite, as dores de cabeça e de garganta e a tosse, e, uma semana depois, podem surgir dores articulares (nas mãos, punhos, joelhos e tornozelos). Evolui espontaneamente para a cura e o tratamento destina-se a controlar a temperatura e as dores e mal estar.
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====Como é que se transmite a rubéola?====
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O vírus da rubéola é encontrado no nariz e na garganta de pessoas infectadas. É transmitido pelo contacto directo com secreções do nariz ou da garganta ou indireto através da tosse ou espirro de uma pessoa infectada. Estas pessoas são contagiosas nos 7 dias antes e até 7 dias depois do aparecimento dos sintomas.
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====Quais são as consequências na gravidez?====
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[[Ficheiro:Rubella_01.jpg|300px|right]]
A doença não é mais grave na grávida, mas, quando ocorre, pode ter consequências para o feto. Existe risco de infecção do feto em toda a gravidez, com potencial de aparecimento de malformações maior no 1º trimestre. Depois das 18 semanas o risco de defeitos congénitos é muito reduzido.
Pode ocorrer aborto espontâneo, morte fetal ou infecção fetal, resultando na síndrome da rubéola congénita. As alterações podem ser transitórias (como aumento do fígado e baço, diminuição das plaquetas, icterícia), permanentes (como defeitos oculares - catarata congénita, cardíacos, auditivos e atraso mental) ou tardias (como diabetes, hipertensão arterial, disfunção da tiróide). O defeito mais frequentemente associado a esta síndrome é a surdez, presente em 60 a 75% dos casos.
Não existe cura para esta síndrome, pelo que a vacinação das futuras mães assume particular importância.
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====Como é que se pode prevenir esta infecção?====
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A forma mais eficaz de prevenção é a vacinação antes da gravidez. A vacina está incluída no [[Programa Nacional de Vacinação|Programa Nacional de Vacinação]], combinada com a vacina contra o sarampo e a parotidite epidémica (VASPR). Esta vacina é constituída por um vírus vivo, atenuado. É administrada aos 12 meses, com reforço aos 5 anos, e confere imunidade a longo prazo em cerca de 95% das pessoas.
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====O que deve fazer uma mulher que queira engravidar?====
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Qualquer mulher que pretenda engravidar deve conhecer o seu estado vacinal.<br>
A consulta pré-concecional destina-se às mulheres e casais que pretendem engravidar e é uma excelente oportunidade para preparar melhor a gravidez de forma a minimizar os eventuais riscos.<br>
Se não houver conformação anterior, serão pedidas análises para confirmar a imunidade. As mulheres vacinadas ou com infeção no passado permanecem imunes para toda a vida e o feto está protegido.<br> 
A confirmação do estado imunológico faz-se pela análise de dois tipos de anticorpos: IgG e IgM: 
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! style="background: #E0FFFF; font-size:16px; border: 1px solid black; width:500px" Colspan=2; Rowspan=2|
! style="background: #E0FFFF; font-size:16px; border: 1px solid black; width:500px" Colspan=2 |<center><br>IgG<br></center>
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! style="background: #E0FFFF; font-size:16px; border: 1px solid black; width:500px" |Negativo 
! style="background: #E0FFFF; font-size:16px; border: 1px solid black; width:500px" |Positivo
|-
! style="background: #AFEEEE; font-size:16px; border: 1px solid black; width:250px" Rowspan=2 |<center>''' IgM '''</center>
! style="background: #AFEEEE; font-size:16px; border: 1px solid black; width: 125px;" |<center>Negativo</center>
! style="background: #F5F5F5 font-size:16px; border: 1px solid black; width: 250px;" |Nunca teve contacto com o vírus e não está imune – há risco de infecção
! style="background: #F5F5F5 font-size:16px; border: 1px solid black; width: 250px;" |Já teve contacto com o vírus e está imune – não há risco de infeção
|-
! style="background: #AFEEEE; font-size:16px; border: 1px solid black; width: 125px;" |<center>Positivo</center>
! style="background: #F5F5F5 font-size:16px; border: 1px solid black; width: 250px;" colspan=2 |<center>Infeção aguda pelo vírus - Deve recorrer ao médico assistente</center>
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====O que fazer se pretende engravidar e não é imune à rubéola?====
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A maioria das mulheres, em Portugal, foi vacinada e é imune à rubéola. No entanto, pode não estar imune, mesmo tendo cumprido as duas doses recomendadas.
Se não está imune, recomenda-se a administração de 1 dose da vacina e deve evitar engravidar nos 28 dias seguintes. A confirmação é feita pela análise dos anticorpos 2 meses após a vacinação. 
No caso de a mulher estar grávida e não ser imune à rubéola, não deve fazer a vacina, visto tratar-se de uma vacina com vírus vivo, que apresenta risco para o feto. Neste caso, deve fazê-la após o parto.
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====E se a mulher estiver grávida e descobrir que tem uma infeção por rubéola?====
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Esta é a situação que se pretende evitar. O prognóstico da infeção depende do tempo de gravidez. O risco de malformações é maior no 1º trimestre. A sua presença deve ser pesquisada na ecografia de 2º trimestre. Não existe tratamento para esta infeção na gravidez.
Perante a situação concreta compete ao casal avaliar os factos e decidir em conformidade. A Lei portuguesa permite a interrupção voluntária da gravidez até às 24 semanas perante a existência de malformação congénita ou doença grave do feto.
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===Conclusão===
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A rubéola é potencialmente perigosa para o feto. É importante que todas as mulheres tenham as vacinas em dia e conheçam o seu estado de imunidade antes de engravidar, possibilitando uma orientação adequada.
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===Referências recomendadas===
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* [https://bestpractice.bmj.com/topics/pt-br/1167 BMJ Best Practice – Rubella]
* [https://www.cdc.gov/rubella/index.html Center for Disease Control and Prevention (CDC) – Rubella] 
* [http://www.dgs.pt/paginas-de-sistema/saude-de-a-a-z/programa-nacional-de-vacinacao/programa-nacional-de-vacinacao.aspx DGS – Programa Nacional de Vacinação]

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