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Autor: Catarina Macedo, Manuela Araújo, Mélina Lopes, Rita Fontes Oliveira
Última atualização: 2016/04/26
Palavras-chave: Anticoagulantes orais, Varfarina, Acenocumarol, Interações medicamentosas
A anticoagulação oral é utilizada numa variedade de situações clínicas com o objetivo de diminuir a coagulação sanguínea.
Atualmente existem diferentes grupos de anticoagulantes orais: os antagonistas da vitamina K, como o Varfine® (Varfarina) e o Sintrom® (Acenocumarol), e os novos anticoagulantes orais (Dabigatrano, Rivaroxabano, Apixabano e Edoxabano). No grupo dos antagonistas da vitamina K é necessário uma análise laboratorial periódica, cuidados alimentares e precaução com interações medicamentosas. Relativamente aos novos anticoagulantes orais não há necessidade de qualquer controlo laboratorial.
A diminuição dos episódios de trombose salva vidas mas existe o risco de hemorragias que podem ser graves. Estabelecer o equilíbrio entre as duas situações é fundamental.
A anticoagulação oral é um tratamento que permite, através da administração de medicamentos, diminuir a capacidade de coagulação do sangue. Estes medicamentos atuam inibindo os fatores da coagulação, fazendo com que o sangue se torne mais “fino”. A diminuição da capacidade de coagulação tem como objetivo reduzir a possibilidade de formação de coágulos, vulgarmente denominados “trombos”, na circulação sanguínea. Assim se evitam as tromboses e as embolias.
A anticoagulação oral é utilizada nos doentes com:
Atualmente existem dois grupos de anticoagulantes orais: os antagonistas da vitamina K (Varfarina e Acenocumoral) e os novos anticoagulantes orais (Dabigatrano, Rivaroxabano, Apixabano e Edoxabano). Ambos os grupos têm indicações específicas aprovadas. Estes novos anticoagulantes orais, apesar dos custos elevados, não requerem monitorização laboratorial e têm menos interações com alimentos e outros medicamentos, pelo que oferecem mais segurança no tratamento. Os antagonistas da vitamina K por necessitarem de uma análise laboratorial periódica, cuidados dietéticos e precaução com possíveis interações medicamentosas, constituem um grande desafio na sua utilização crónica.
A escolha terapêutica destes medicamentos deve ser individualizada.
O controlo da anticoagulação oral é necessário com os antagonistas da vitamina K (Varfine® e Sintrom®). Pressupõe a manutenção dos níveis de coagulação entre um nível mínimo e um máximo. Se a coagulação se encontrar abaixo dos níveis mínimos (sangue mais “grosso”) continua a existir risco de trombose. Se estiver acima dos níveis máximos (sangue mais “fino”) existe o risco de hemorragias espontâneas ou como resultado de pequenos traumatismos.
O tratamento necessita de um controlo muito cuidadoso. Cada pessoa requer a sua própria dose. Necessitará de realizar análises ao sangue a cada 4-6 semanas. Neles mede-se o grau de coagulação do sangue e calcula-se um valor chamado INR. Segundo o resultado do INR, define-se a quantidade de medicamento diário. O valor alvo depende da situação clínica. Na maioria dos casos, recomenda-se o valor de INR entre 2 e 3.
Uma alimentação rica em vitamina K vai ter um efeito contrário à ação do Varfine ® e do Sintrom ®.
Nenhum alimento está proibido, mas sabe-se que a vitamina k está distribuída de forma irregular pelos diferentes alimentos, o que implica que quem estiver a tomar esta medicação deva considerar as diferentes opções no sentido de manter a ingestão de vitamina K regular e sem excessos.
Fruta | Uva, Kiwi, Figo, Pera abacate, Ameixa preta, Mamão |
Chás | Chá verde, Chá de Hipericão, Camomila, Ginseng |
Cereais | Pão integral |
Legumes | Batata, Couve-lombarda, Couve-galega, Pepino, Couve-flor, Espinafre, Salsa, Espargos, Alface, Nabo, Beterraba. Bróculos |
Óleos | Óleo de soja, Óleo de peixe |
Carnes e ovos | Gema de ovo, Fígado de vaca |
Leguminosas | Grão de bico, Soja, Lentilha, Ervilha |
Plantas | Açafrão, Alho, Aloe Vera, Cardo Mariano, Catanheiro-da-índia, Pirliteiro, Funcho, Ginkgo biloba, Gilbardeira, Mostarda |
Esta lista não é definitiva. Vários outros alimentos podem interferir com os anticoagulantes orais. Pode consultar a lista atualizada aqui. |
As bebidas alcoólicas são permitidas até 1 medida nas mulheres e 2 nos homens (uma medida corresponde a 1 copo de vinho maduro de 150 ml ou equivalente). No entanto, o excesso crónico pode diminuir o INR e o excesso agudo pode elevar o INR, contribuindo para um mau controlo e risco de complicações.
Medicamentos que potenciam o efeito anticoagulante | Medicamentos que diminuem o efeito anticoagulante | |
---|---|---|
Paracetamol | Coltestiramina | |
Amiodarona | Sucralfato | |
Androgénios | Estrogénios | |
Ácido acetilsalicílico (Aspirina®) | Medicamentos antiepiléticos (barbitúricos, carbamazepina) | |
Medicamentos para o colesterol (fibratos, Estatinas) | Algumas vitaminas contendo vitamina K | |
Alguns antibióticos (ciprofloxacina, tetraciclinas, eritromicina, cotrimoxazol) | ||
Antifúngicos (metronidazol, itraconazol) | ||
Anti-inflamatórios (celecoxib, indometacina) | ||
Analgésicos (tramadol) | ||
Hormona Tiroideia |
A anticoagulação oral pode salvar vidas, mas tem riscos que importa conhecer.
Nenhum alimento está proibido!
Deve ser capaz de gerir a sua própria alimentação, evitando mudanças bruscas.
Se detetar algum sinal de hemorragia ou trombose consulte o seu médico.