Diferenças entre edições de "Tricomoníase"

 
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A tricomoníse é uma das infeções vaginais mais comuns. Tem tratamento, mas sobretudo tem prevenção. A utilização do preservativo nas relações sexuais e a diminuição do número de parceiros sexuais são medidas importantes para reduzir a probabilidade de infeção.  
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A tricomoníase é uma das infeções vaginais mais comuns. Tem tratamento, mas sobretudo tem prevenção. A utilização do preservativo nas relações sexuais e a diminuição do número de parceiros sexuais são medidas importantes para reduzir a probabilidade de infeção.  
 
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Edição atual desde as 23h53min de 2 de maio de 2018

Autor: Sofia Marçalo, Daniel Beirão

Última atualização: 2018/04/16

Palavras-chave: Tricomoníase, Trichomonas vaginalis, Infeção sexualmente transmissível



Resumo


A tricomoníase é uma infeção dos aparelhos genital e urinário, provocada por um protozoário flagelado chamado Trichomonas vaginalis. Nos adultos esta infeção é transmissível exclusivamente por via sexual.
As manifestações clínicas nas mulheres variam desde a ausência de sintomas, a uma doença inflamatória que inclui uma secreção vaginal purulenta, associada a comichão, ardência urinária e dores nas relações sexuais. Os homens geralmente não têm sintomas, mas podem desenvolver uma inflamação da uretra.
Devem ser tratadas as mulheres afetadas e os respetivos parceiros sexuais.




Tricomoníase


Trichomonas.jpg

A tricomoníase é uma infeção dos aparelhos genital e urinário, provocada por um protozoário flagelado (microorganismo unicelular que se movimenta através do batimento de flagelos) chamado Trichomonas vaginalis. Devido à especificidade do protozoário flagelado, com capacidade para se movimentar, a infeção afeta não só a vagina, mas também a uretra e as glândulas periuretrais e perivaginais.
As mulheres são mais afetadas que os homens e nelas a infeção da uretra está presente em 90% dos episódios. A tricomoníase é uma das três principais causas de queixas vaginais nas mulheres em idade fértil, juntamente com a vaginose bacteriana e a candidíase vulvovaginal. Esta condição é também uma causa de inflamação da uretra (uretrite) em homens.

Causas de tricomoníase


Nos adultos esta infeção é transmissível exclusivamente por via sexual sendo, por isso, considerada uma infeção sexualmente transmissível (IST).
As mulheres podem adquirir a doença de outras mulheres, mas os homens geralmente não transmitem a infeção a outros homens.
A coexistência de Trichomonas vaginalis e de agentes patogénicos da vaginose bacteriana é comum, com taxas de co-infecção (presença das duas infeções) de 60 a 80%.

Sintomas de tricomoníase


As mulheres apresentam corrimento vaginal, que pode ser espumoso e arejado (em mais 70% dos casos) ou amarelo-esverdeado (em 10 a 30% dos casos). Existe também uma vermelhidão da vulva (vagina) e vaginite (secreção vaginal purulenta), que pode estar associada a dor abdominal ou dor nas relações sexuais.
Podem existir também queixas de irritação, comichão vulvar ou vaginal e ardência urinária.
Os sintomas podem agravar durante a menstruação e pode ocorrer sangramento depois das relações sexuais.
Contudo, cerca de 10 a 50% das mulheres não têm sintomas.
Nos homens, a infeção por Trichomonas vaginalis não dá sintomas na maioria dos casos e, muitas vezes, é transitória (com resolução espontânea em 10 dias). Os sintomas, quando presentes, são os mesmos para a inflamação da uretra (uretrite) e consistem numa secreção clara ou mucopurulenta e ardência urinária. Pode também estar presente uma comichão leve ou sensação de queimação no pénis, especialmente após a relação sexual.

Consequências de tricomoníase


Nas mulheres grávidas aumenta o risco de:

  • Rotura prematura de membranas;
  • Parto prematuro;
  • Bebés de baixo peso à nascença.

Nas mulheres não grávidas aumenta o risco de:

  • Inflamação da uretra (uretrite);
  • Infeção urinária;
  • Inflamação do colo do útero (cervicite);
  • Complicações após cirurgia de remoção do útero (histerectomia);
  • Lesões pré-cancerígenas do colo do útero;
  • Infertilidade.



Diagnóstico de tricomoníase


Perante a presença de sintomas sugestivos de infeção, deve-se efetuar a confirmação laboratorial:

  • Exame microscópico a fresco em solução salina – identifica o protozoário flagelado em 40 a 80% dos casos; deve ser efetuado tão mais cedo quanto possível, porque a mobilidade do protozoário diminui com o tempo;
  • Teste de Whiff ou das aminas - habitualmente é positivo (Juntando 2 gotas de hidróxido de potássio no espéculo com secreções vaginais, exala um cheiro característico a peixe podre)
  • pH vaginal superior a 4.5.



Tratamento de tricomoníase


Devido às altas taxas de infeção da uretra e glândulas parauretrais, a administração de comprimidos orais (via sistémica) é preferencial. Não se recomendam os tratamentos locais com óvulos vaginais.
Devem ser tratadas as mulheres com sintomas e os respetivos parceiros sexuais. Ambos devem evitar as relações sexuais até que estejam curados, ou seja, até terminar a terapêutica prescrita e ficarem sem sintomas.
O médico assistente irá prescrever a terapêutica adequada a cada caso.

Prevenção da tricomoníase


O risco de adquirir infeção por Trichomonas vaginalis pode ser reduzido pelo uso de preservativos e pela limitação do número de parceiros sexuais. Os espermicidas também reduzem a taxa de transmissão.

Conclusão


A tricomoníase é uma das infeções vaginais mais comuns. Tem tratamento, mas sobretudo tem prevenção. A utilização do preservativo nas relações sexuais e a diminuição do número de parceiros sexuais são medidas importantes para reduzir a probabilidade de infeção.

Referências recomendadas



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