Diferenças entre edições de "Anticoagulação oral"

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Atualmente existem diferentes grupos de anticoagulantes orais: os antagonistas da vitamina K, como o Varfine® (Varfarina) e o Sintrom® (Acenocumarol), e os novos anticoagulantes orais (Dabigatrano, Rivaroxabano, Apixabano e Edoxabano). No grupo dos antagonistas da vitamina K é necessário uma análise laboratorial periódica, cuidados alimentares e precaução com interações medicamentosas. Relativamente aos novos anticoagulantes orais não há necessidade de qualquer controlo laboratorial. <br>
 
Atualmente existem diferentes grupos de anticoagulantes orais: os antagonistas da vitamina K, como o Varfine® (Varfarina) e o Sintrom® (Acenocumarol), e os novos anticoagulantes orais (Dabigatrano, Rivaroxabano, Apixabano e Edoxabano). No grupo dos antagonistas da vitamina K é necessário uma análise laboratorial periódica, cuidados alimentares e precaução com interações medicamentosas. Relativamente aos novos anticoagulantes orais não há necessidade de qualquer controlo laboratorial. <br>
A diminuição dos episódios de trombose salva vidas mas existe o risco de hemorragias que podem ser graves. Estabelecer o equilíbrio entre as duas situações é fundamental. <br>
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Revisão das 18h08min de 30 de junho de 2018

Autor: Catarina Macedo, Manuela Araújo, Mélina Lopes, Rita Fontes Oliveira

Última atualização: 2016/04/26

Palavras-chave: Anticoagulantes orais, Varfarina, Acenocumarol, Interações medicamentosas



Resumo


A anticoagulação oral é utilizada numa variedade de situações clínicas com o objetivo de diminuir a coagulação sanguínea.
Atualmente existem diferentes grupos de anticoagulantes orais: os antagonistas da vitamina K, como o Varfine® (Varfarina) e o Sintrom® (Acenocumarol), e os novos anticoagulantes orais (Dabigatrano, Rivaroxabano, Apixabano e Edoxabano). No grupo dos antagonistas da vitamina K é necessário uma análise laboratorial periódica, cuidados alimentares e precaução com interações medicamentosas. Relativamente aos novos anticoagulantes orais não há necessidade de qualquer controlo laboratorial.
A diminuição dos episódios de trombose salva vidas mas existe o risco de hemorragias que podem ser graves. Estabelecer o equilíbrio entre as duas situações é fundamental. |}


O que é a anticoagulação oral?


A anticoagulação oral é um tratamento que permite, através da administração de medicamentos, diminuir a capacidade de coagulação do sangue. Estes medicamentos atuam inibindo os fatores da coagulação, fazendo com que o sangue se torne mais “fino”. A diminuição da capacidade de coagulação tem como objetivo reduzir a possibilidade de formação de coágulos, vulgarmente denominados “trombos”, na circulação sanguínea. Assim se evitam as tromboses e as embolias.
A anticoagulação oral é utilizada nos doentes com:

  • Alterações do ritmo cardíaco (a mais comum das quais é a fibrilhação auricular);
  • Doenças das válvulas cardíacas;
  • Prótese valvular cardíaca mecânica;
  • Trombose venosa profunda (muitas vezes associadas a varizes dos membros inferiores);
  • Algumas doenças genéticas;
  • Algumas doenças oncológicas.


Que medicamentos se usam?


Atualmente existem dois grupos de anticoagulantes orais: os antagonistas da vitamina K (Varfarina e Acenocumoral) e os novos anticoagulantes orais (Dabigatrano, Rivaroxabano, Apixabano e Edoxabano). Ambos os grupos têm indicações específicas aprovadas. Estes novos anticoagulantes orais, apesar dos custos elevados, não requerem monitorização laboratorial e têm menos interações com alimentos e outros medicamentos, pelo que oferecem mais segurança no tratamento. Os antagonistas da vitamina K por necessitarem de uma análise laboratorial periódica, cuidados dietéticos e precaução com possíveis interações medicamentosas, constituem um grande desafio na sua utilização crónica.
A escolha terapêutica destes medicamentos deve ser individualizada.

Como se controla a anticoagulação oral?


Ficha hipoc.png

O controlo da anticoagulação oral é necessário com os antagonistas da vitamina K (Varfine® e Sintrom®). Pressupõe a manutenção dos níveis de coagulação entre um nível mínimo e um máximo. Se a coagulação se encontrar abaixo dos níveis mínimos (sangue mais “grosso”) continua a existir risco de trombose. Se estiver acima dos níveis máximos (sangue mais “fino”) existe o risco de hemorragias espontâneas ou como resultado de pequenos traumatismos.
O tratamento necessita de um controlo muito cuidadoso. Cada pessoa requer a sua própria dose. Necessitará de realizar análises ao sangue a cada 4-6 semanas. Neles mede-se o grau de coagulação do sangue e calcula-se um valor chamado INR. Segundo o resultado do INR, define-se a quantidade de medicamento diário. O valor alvo depende da situação clínica. Na maioria dos casos, recomenda-se o valor de INR entre 2 e 3.

O que deve fazer?


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  • Tome o medicamento todos os dias e à mesma hora.
  • Tome a quantidade exata de comprimidos. Não altere a dose por sua conta.
  • É melhor fora das refeições, 1 hora antes do almoço ou jantar.
  • Respeite o dia e a hora das suas análises de controlo. Pode tomar o pequeno-almoço antes.
  • Evite mudanças bruscas na sua alimentação.
  • Pode beber vinho ou cerveja em pequenas quantidades, com a refeição. Evite bebidas mais fortes.
  • Não tome nenhum medicamento novo, nem pare nenhum tratamento crónico, sem antes consultar o seu médico.
  • Quando é atendido por profissionais de saúde informe sempre que toma anticoagulantes. Também o deve fazer em caso de extrações dentárias, endoscopias e intervenções cirúrgicas.
  • Se tiver febre ou dor, pode tomar paracetamol.
  • Pode realizar análises ao sangue e radiografias com contraste.


Quais os alimentos que interferem no controlo da coagulação?


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Uma alimentação rica em vitamina K vai ter um efeito contrário à ação do Varfine ® e do Sintrom ®.
Nenhum alimento está proibido, mas sabe-se que a vitamina k está distribuída de forma irregular pelos diferentes alimentos, o que implica que quem estiver a tomar esta medicação deva considerar as diferentes opções no sentido de manter a ingestão de vitamina K regular e sem excessos.

Alimentos que interferem com o Varfine ® e Sintrom ®
Fruta Uva, Kiwi, Figo, Pera abacate, Ameixa preta, Mamão
Chás Chá verde, Chá de Hipericão, Camomila, Ginseng
Cereais Pão integral
Legumes Batata, Couve-lombarda, Couve-galega, Pepino, Couve-flor, Espinafre, Salsa, Espargos, Alface, Nabo, Beterraba. Bróculos
Óleos Óleo de soja, Óleo de peixe
Carnes e ovos Gema de ovo, Fígado de vaca
Leguminosas Grão de bico, Soja, Lentilha, Ervilha
Plantas Açafrão, Alho, Aloe Vera, Cardo Mariano, Catanheiro-da-índia, Pirliteiro, Funcho, Ginkgo biloba, Gilbardeira, Mostarda
Esta lista não é definitiva. Vários outros alimentos podem interferir com os anticoagulantes orais. Pode consultar a lista atualizada aqui.



Interferência com álcool


As bebidas alcoólicas são permitidas até 1 medida nas mulheres e 2 nos homens (uma medida corresponde a 1 copo de vinho maduro de 150 ml ou equivalente). No entanto, o excesso crónico pode diminuir o INR e o excesso agudo pode elevar o INR, contribuindo para um mau controlo e risco de complicações.

Que medicamentos interferem com o Varfine® e o Sintrom®?



Medicamentos que potenciam o efeito anticoagulante Medicamentos que diminuem o efeito anticoagulante
Paracetamol Coltestiramina
Amiodarona Sucralfato
Androgénios Estrogénios
Ácido acetilsalicílico (Aspirina®) Medicamentos antiepiléticos (barbitúricos, carbamazepina)
Medicamentos para o colesterol (fibratos, Estatinas) Algumas vitaminas contendo vitamina K
Alguns antibióticos (ciprofloxacina, tetraciclinas, eritromicina, cotrimoxazol)
Antifúngicos (metronidazol, itraconazol)
Anti-inflamatórios (celecoxib, indometacina)
Analgésicos (tramadol)
Hormona Tiroideia



Deve consultar o seu médico


  • Se suspeita que está grávida.
  • Se apresenta hemorragias ligeiras. Por exemplo sangrar do nariz, menstruações mais abundantes que o habitual e equimoses na pele.

Deve recorrer ao serviço de urgência em caso de


  • Hemorragias mais importantes, hematomas grandes, expetoração e urina com sangue.
  • Fezes negras como alcatrão.
  • Dor de cabeça muito intensa e repentina.
  • Dificuldade em falar.
  • Problemas de visão.

Conclusão


A anticoagulação oral pode salvar vidas, mas tem riscos que importa conhecer.
Nenhum alimento está proibido!
Deve ser capaz de gerir a sua própria alimentação, evitando mudanças bruscas.
Se detetar algum sinal de hemorragia ou trombose consulte o seu médico.



Referências recomendadas





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Catarina Macedo, Manuela Araújo, Mélina Lopes, Rita Fontes Oliveira



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