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Autor: Paulo Santos
Última atualização: 2016/01/16
Palavras-chave:
Atualmente, em Portugal, recomenda-se o rastreio ativo do cancro do colo do útero nas mulheres entre os 25 e os 64 anos através da realização de uma citologia cervicovaginal, repetida ao longo do tempo consoante o método utilizado.
Se for detetada alguma alteração, independentemente da idade e de ter ou não realizado um exame recentemente, o médico assistente saberá como proceder para um correto diagnóstico da situação.
Mais importante do que rastrear uma situação existente é prevenir a sua ocorrência. O Papilomavírus humano (HPV) é o principal agente responsável pelo aparecimento de cancro do colo uterino e é uma infeção sexualmente transmissível. Medidas de proteção face a esta doença podem ser mais eficazes na diminuição do cancro do colo do útero.
O cancro do colo do útero é a 3ª. neoplasia mais comum na população mundial, contribuindo para cerca de 266.000 mortes em 2012, 90% das quais nos países em vias de desenvolvimento. Em Portugal, apresenta uma incidência de 9 casos por 100.000 mulheres (OCDE, 2012), e uma taxa de mortalidade associada de 3,9/100.000, significando um total de 47,1 anos de vida perdidos por 100.000 habitantes (INE, 2012).
Os programas de rastreio populacional aplicam-se a senhoras que não apresentam quaisquer sintomas (hemorragias vaginais fora do período menstrual, dor genital ou desconforto em repouso ou durante as relações sexuais, corrimentos vaginais anormais) ou alterações observáveis (como verrugas na área genital ou anal).
Se houver qualquer alteração à normalidade poderá contatar o médico no sentido de proceder ao correto diagnóstico, independentemente da idade e de ter realizado um exame ginecológico recentemente.
Em Portugal, a Direção Geral da Saúde recomenda que seja assegurado o rastreio do cancro do colo do útero regularmente, de acordo com o tipo de exame, a todas as mulheres entre os 25 e os 64 anos de idade. O exame recomendado é a citologia cervicovaginal, que, de uma forma sumária, passa pela colheita de células descamadas nas secreções vaginais que serão analisadas e classificadas em normais ou anormais. Os casos anormais seguirão para avaliação mais cuidada no sentido de se poder diagnosticar a situação detetada e tratar em conformidade. O exame deve ser repetido a cada 3 anos, podendo este intervalo ser aumentado para 5 anos se concomitantemente se realizar o teste do HPV.
Um resultado anormal não é sinónimo de cancro do colo do útero.
No caso das mulheres que foram submetidas a uma cirurgia com retirada do útero (histerectomia), se a causa tiver sido uma qualquer patologia benigna, como, por exemplo, fibromiomas uterinos, poderão dispensar a realização de rastreio.
São fatores de risco:
A infeção pelo HPV é uma doença de transmissão sexual cuja prevenção obedece às mesmas regras das infeções sexualmente transmissíveis: a utilização sistemática de métodos de barreira, como o preservativo, a diminuição do número de parceiros sexuais e atrasar no tempo o início da vida sexual ativa. A vacinação está disponível para algumas estirpes de vírus mas não confere proteção absoluta contra a doença. Além da transmissão por via sexual é possível a transmissão por contacto pele com pele, que pode contar para até 40% dos casos.
O cancro do colo do útero é uma doença potencialmente curável se diagnosticada precocemente. Se tem entre 25 e 64 anos e não tem sintomas faça uma citologia.
Se detetar alguma alteração, seja em que idade for, consulte o seu médico.
E não se esqueça de avisar as amigas!