Infeção por Papilomavírus Humano

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Autor: Paulo Santos

Última atualização: 2016/01/16

Palavras-chave: Papilomavírus humano


Resumo

A infeção por papilomavírus humano (HPV) é a doença de transmissão sexual vírica mais comum, sobretudo nos adolescentes. É a principal causa de cancro do colo do útero.
A vacinação é eficaz mas não substitui outras medidas de prevenção como o atraso do início da atividade sexual, a diminuição do número de parceiros sexuais e a utilização do preservativo.
Não há recomendações inequívocas para a vacinação no sexo masculino.
As mulheres vacinadas devem manter o programa de rastreio do cancro do colo do útero.


O que é o Papilomavírus Humano


O Papilomavírus humano (HPV) é um vírus com mais de 200 estirpes diferentes, associado a diversas doenças como as verrugas da pele, as verrugas genitais, a papilomatose do recém-nascido, e diversos cancros de onde se destacam o cancro de pele, o cancro do colo do útero e o cancro do canal anal.
As estirpes mais comummente implicadas na doença oncológica são os tipos 16, 18, 31, 33, 35 e 39.


A infeção por HPV é a doença vírica de transmissão sexual mais frequente nos adolescentes por podenda atingir até 33%. A presença de verrugas na região genital é muito característica, mas na maioria das vezes não apresenta qualquer sintoma associado.


Fatores de Risco


Risco de contrair a infeção por HPV

  • Número de parceiros sexuais (o risco aumenta com o maior número de parceiros sexuais, ou com um parceiro que tenha múltiplos contactos)
  • Idade inferior a 25 anos (as verrugas comuns são mais comuns nas crianças; as verrugas plantares podem aparecer nos adultos mas iniciam-se na adolescência; as verrugas genitais são mais comuns em adolescentes ou adultos jovens)
  • Início da vida sexual ativa antes dos 16 anos
  • Estado imunitário deficiente (como em pessoas com SIDA ou a fazer algumas medicações para o cancro)
  • Presença de feridas na pele (se houver feridas abertas na pele a possibilidade de contágio com o vírus aumenta)
  • Contacto pessoal (o contacto pessoal com uma pessoa infetada pode transmitir o vírus – pele com pele – o mesmo podendo acontecer se contactar com uma superfície previamente exposta, como piscinas ou casa de banho públicas)


A circuncisão nos homens pode ser um fator de proteção contra a transmissão do HPV.


Fatores de Prevenção


A vacinação é uma medida eficaz na prevenção da infeção por HPV. No entanto há que lembrar que apenas cobre as estirpes 16 e 18 (as mais comuns como causa de cancro do colo uterino) e as estirpes 6 e 11 (mais associadas ao aparecimento de verrugas genitais benignas).
A sua eficácia é superior no sexo feminino antes do início da atividade sexual, pelo que é recomendada em muitos programas de vacinação, como em Portugal, para ser administrada às adolescentes, entre os 11 e os 13 anos. À medida que a idade avança a vacina é menos eficaz, sendo de ponderar em cada caso se o benefício é superior aos riscos associados.
A vacinação também demonstrou eficácia no sexo masculino. No entanto dado que a maior complicação é o cancro do colo uterino, as recomendações nacionais e internacionais são de avaliar caso a caso a indicação para a sua administração, ponderando o risco individual de contrair a infeção e o benefício que da vacinação poderá advir.


A prevenção da transmissão do HPV passa também por abordar a questão dos estilos de vida e comportamentos. A infeção é mais comum nos adolescentes e no início da sua atividade sexual. Atrasar o início da atividade sexual, diminuir o número de parceiros sexuais e utilizar corretamente os métodos de barreira (como o preservativo) são medidas que demonstraram eficácia prática e que cada um deve ter em consideração nas suas opções.


Complicações


Se contraiu a infeção o seu médico irá orientar para um centro de tratamento onde lhe poderão fazer uma pequena intervenção (com cirurgia, laser, crioterapia ou agentes químicos). Não há atualmente nenhum medicamento que elimine o vírus.


A maior preocupação da infeção por HPV é o seu papel central no aparecimento de cancro do colo do útero, uma doença potencialmente curável se detetada precocemente.


A maior transmissão do HPV ocorre na adolescência durante as primeiras relações sexuais. Poderá haver uma cura espontânea, mas em muitos casos o vírus vai-se manter ativo com indução de alterações celulares que podem levar em 10 a 20 anos ao aparecimento de um tumor com malignidade.


A vacinação não confere proteção contra todas as estirpes implicadas no cancro, pelo que mesmo as mulheres vacinadas deverão continuar o rastreio ativo para o cancro do colo uterino.


Conclusão


A infeção por HPV é muito comum nos adolescentes e pode provocar cancro. A prevenção passa pela vacinação e por alterar comportamentos, se for o caso disso:

  • Utilizar sempre o preservativo
  • Diminuir o número de parceiros sexuais
  • Iniciar a vida sexual ativa mais tarde na vida


E não se esqueça de avisar as amigas e os amigos!


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