Autor: Márcia Soares, Joana Rodrigues
Última atualização: 2017/07/14
Palavras-chave: Doença Mão-Pé-Boca, Vírus, Exantema, Tratamento, Prevenção
ÍndiceResumoA Doença Mão-Pé-Boca é uma doença benigna de origem vírica mais comum nas crianças. É contagiosa por contacto direto com secreções infetadas, e autolimitada, apenas necessitando de medidas de controlo dos sintomas. |
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A doença mão-pé-boca é uma infeção provocada por um vírus, denominado enterovírus. Ocorre habitualmente na infância, afetando sobretudo crianças até aos 5 anos de idade. É menos frequente na idade escolar e rara no adulto. Tipicamente reconhecida pela ocorrência de lesões na boca, mãos e pés, tal como o nome indica. Trata-se de uma doença autolimitada com uma duração variável entre 7 a 10 dias, e que cura espontaneamente.
O vírus está presente nas secreções da criança doente, nomeadamente nas secreções nasais, saliva, fluido das lesões cutâneas e fezes. O contágio ocorre pelo contato com fezes (por exemplo, na muda da fralda), ingestão de água ou alimentos contaminados, inalação de gotículas respiratórias e contacto com mãos ou objetos infetados.
Os primeiros sintomas podem ser dor de garganta, febre e diminuição do apetite. Um a dois dias depois surgem as lesões na boca, tipicamente do tipo vesicular (semelhantes a aftas), e ocorrem sobretudo nas bochechas, gengivas e região interna dos lábios. São dolorosas, o que motiva muitas vezes a perda de apetite.
Depois de surgirem as lesões na boca, aparecem as lesões na pele, de iguais características (vesiculares), que podem romper e libertar um liquido, que é uma das fontes de transmissão do vírus. Tipicamente, as vesículas surgem na palma das mãos e planta dos pés, e, menos frequentemente, também aparecem nos joelhos, cotovelos, nádegas e região genital.
O período de incubação é habitualmente de 3 a 5 dias, e o maior risco de contágio ocorre na primeira semana de doença. As lesões duram 7 a 10 dias e evoluem espontaneamente para a cura. As complicações são raras, devendo os pais prestar particular atenção ao risco de desidratação, motivada pela recusa de líquidos devido à presença das lesões na boca.
Habitualmente, não é necessário nenhum exame complementar de diagnóstico. Os sintomas são muito característicos da doença e permitem o diagnóstico.
Não existe nenhum tratamento específico. Trata-se de uma doença autolimitada, onde as medidas se destinam a controlar os sintomas, até ao seu desaparecimento espontâneo:
Não é uma doença de evicção escolar obrigatória. No entanto, a criança deverá ficar em casa enquanto apresentar mal-estar geral e febre.
A prevenção consiste essencialmente na lavagem das mãos adequada e frequente, não esquecendo os momentos após troca de fraldas e contacto com lesões da pele, bem como a limpeza e desinfeção dos brinquedos e áreas comuns, como o mobiliário, a roupa, os sanitários, nomeadamente se faz a troca de fralda.
A Doença Mão-Pé-Boca é uma doença benigna da infância, autolimitada, que apenas requer medidas de controlo sintomático. A complicação mais frequente, embora rara, pode ser a desidratação.