Tétano

Autor: Filipa Leite Costa, Maria Clara Areal, Júlia Machado

Última atualização: 2018/11/26

Palavras-chave: Tétano, Vacinação



Resumo


O tétano é uma doença causada pela tetanospasmina, uma potente toxina proteica produzida pelo Clostridium tetani, quando esta bactéria invade o organismo após uma lesão aguda, como ferimento por perfuração ou laceração.
O tétano generalizado é a forma mais comum da doença e é caracterizado por contrações musculares dolorosas.
A vacinação é a forma mais efetiva de prevenir a doença. No entanto, nem a doença nem a vacinação conferem imunidade duradoura, pelo que são necessários reforços da vacina durante toda a vida.




Tétano: o que é?


O tétano é uma doença infeciosa, de declaração obrigatória, causada pela contaminação de feridas com esporos da bactéria Clostridium tetani.

Formas de transmissão


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Os esporos da bactéria Clostridium tetani existem no meio ambiente, no solo e nas fezes dos animais. O tétano não se transmite pessoa a pessoa.
A bactéria entra no organismo através de:

  • Feridas causadas por perfuração de objetos, por exemplo pregos ou espinhos;
  • Mordeduras de animais;
  • Feridas com corpos estranhos como farpas de madeira;
  • Queimaduras;
  • Feridas contaminadas com solo ou estrume;
  • Fraturas expostas.



Epidemiologia


Em Portugal, assistiu-se a uma descida progressiva do número de casos a partir dos anos 70. Os 2 últimos casos de tétano neonatal foram notificados em 1996 e nos últimos anos ocorrem apenas casos esporádicos (0 a 3 casos anualmente, desde 2010) em adultos não vacinados.
No mundo, o tétano continua a ser uma doença importante estimando-se mais de 70 mil crianças até aos 5 anos vítimas de tétano, em 2017, e mais de 12 mil casos reportados em adultos

Sintomas


O período de tempo entre a contaminação e ao aparecimento dos primeiros sintomas é de 3 a 21 dias, embora possa variar de um dia a vários meses, dependendo do tipo de ferida. Uma vez dentro da pele, os esporos da bactéria multiplicam-se e produzem uma toxina que atua em terminais nervosos, induzindo contrações musculares intensas:

  • Espasmo dos músculos da mandíbula — trismo (incapacidade de abrir a boca);
  • Dificuldade em engolir;
  • Contração prolongada dos músculos da face que origina uma expressão semelhante a um sorriso ou esgar — riso sardónico;
  • Contração dos músculos das costas causando uma posição em arco do doente;
  • Por fim, os efeitos da toxina a nível dos músculos respiratórios vão interferir com a respiração e o doente pode morrer por asfixia.



Vacinação


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Como não é possível eliminar os esporos das bactérias causadoras do tétano do ambiente, para evitar a doença é fundamental que todas as pessoas sejam vacinadas.
Em Portugal, os bebés e crianças são imunizados contra o tétano através de uma série de 4 vacinas. Depois da série primária estar completa, a criança recebe mais 2 reforços: aos 5 e 10 anos. A partir dos 10 anos de idade, é recomendado reforços aos 25, 45, 65 anos de idade, e posteriormente, de 10 em 10 anos.
A taxa de cobertura vacinal em crianças e jovens em Portugal é superior a 95%. No resto do mundo, estima-se uma taxa de cobertura de 85%.
A vacina contra o tétano tem de ser dada durante toda a vida uma vez que nem a vacina nem a doença dão proteção a longo prazo.
Por outro lado, esta é uma vacina que não dá a chamada imunidade de grupo – só está mesmo protegido quem fez a vacina.

Conclusão


O tétano é uma doença grave e potencialmente fatal, contudo é facilmente evitável através da vacinação. Verifique o seu Boletim Individual de Saúde.
Vacine-se.

Referências recomendadas




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