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− | As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte e incapacidade nos países ocidentais. Controlar o risco cardiovascular é melhorar a saúde das pessoas e depende de cada um nas decisões que toma no seu dia-a-dia. <br> | + | As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte e incapacidade nos países ocidentais. Controlar o risco cardiovascular é melhorar a saúde das pessoas e depende de cada um nas decisões que toma no seu dia-a-dia. <br><br> |
− | ''O homem vive preocupado em viver muito e não em viver bem, quando afinal só depende dele viver bem e não viver muito.'' (Séneca, 4 a.C.-65 d.C.) <br><br> | + | |
+ | ''O homem vive preocupado em viver muito e não em viver bem, quando afinal só depende dele viver bem e não viver muito.'' <small>(Séneca, 4 a.C.-65 d.C.) </small><br><br> | ||
Referências recomendadas | Referências recomendadas |
Autor: Daniel Beirão
Última atualização: 2016/05/11
Palavras-chave: Risco cardiovascular, Score, Hipertensão arterial, Diabetes Mellitus, Dislipidemia
O risco cardiovascular é uma probabilidade que depende da associação dos fatores de risco ponderados à sua importância enquanto causadores ou facilitadores do aparecimento ou desenvolvimento de doença.
Em Portugal, como na Europa, a fórmula de cálculo do risco cardiovascular mais utilizada é o Systematic Coronary Risk Evaluation, mais comummente designado por SCORE. Este risco é uma estimativa que nos diz qual a probabilidade de morte por um evento cardiovascular, como seja o enfarte agudo do miocárdio ou o acidente vascular cerebral.
Risco cardiovascular é a probabilidade que uma pessoa tem de vir a sofrer de uma doença cardiovascular no futuro. Depende de vários fatores, ditos fatores de risco, com pesos diferentes, que se conjugam para o determinar.
Na realidade, pessoas com valores idênticos de pressão arterial ou de colesterol no sangue podem ter risco de vir a desenvolver uma doença cardiovascular muito diferente umas das outras, implicando uma abordagem distinta tanto em termos preventivos como nos tratamentos. O cálculo do risco cardiovascular permite esta individualização e que cada um possa assumir as melhores alternativas tendo em vista a sua saúde.
As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte nos países ocidentais. Podem atingir todos os órgãos do corpo humano, mas principalmente no coração, cérebro, rim e artérias dos membros inferiores:
Coração | Angina de peito Enfarte do miocárdio |
Cérebro | Acidente vascular cerebral (AVC) Acidente Isquémico transitório (AIT) |
Rim | Insuficiência renal crónica |
Circulação periférica | Claudicação intermitente |
Os fatores de risco podem ser modificáveis ou não modificáveis. Os não modificáveis são aqueles que não podemos mudar e com os quais temos de viver: o simples facto de aumentar a idade faz aumentar também o risco, e nos homens mais do que nas mulheres, pelo menos até à menopausa. Já um fator de risco modificável é aquele sobre o qual podemos atuar no dia-a-dia, prevenindo ou tratando.
Uma particularidade dos fatores de risco é que eles se potenciam, ou seja, quanto mais fatores estiverem presentes, maior é risco.
NÃO MODIFICÁVEIS | MODIFICÁVEIS |
Idade | TabagismoTabagismo |
Sexo | Hipertensão Arterial |
Fatores hereditários | Dislipidemia |
Etnia | Diabetes Mellitus |
Sedentarismo | |
Obesidade | |
Stress |
Existem 4 níveis de risco:
Note-se que as pessoas com doença cardiovascular estabelecida, diabetes ou doença renal apresentam à partida um risco muito elevado e beneficiarão de cuidados de saúde mais intensivos.
Nas restantes, recorremos a tabelas que nos ajudam a estabelecer qual a sua situação. Em Portugal, como na Europa, recomenda-se a utilização da tabela de risco cardiovascular SCORE (Systematic Coronary Risk Evaluation).
A tabela SCORE conjuga os valores da pressão arterial sistólica (máxima) e do colesterol total, com a idade, género e hábitos tabágicos para determinar o risco de morrer nos próximos 10 anos por doença cardiovascular. É aplicável a homens e mulheres entre os 40 e os 65 anos. Considera-se significativo um risco superior a 5%.
Como ler a tabela
Procurar a idade na coluna central.
Procurar o sexo (mulheres à esquerda e homens à direita)
Para cada género definir se é ou não fumador.
No quadrado respetivo procurar na linha o valor da pressão arterial sistólica (máxima) da última medição
E na coluna o valor da última medição do colesterol total
Exemplo:
Um homem de 60 anos, fumador, com pressão arterial de 140 mm Hg e colesterol total de 250 mg/dl tem um risco de 7% (risco alto de doença cardiovascular). Se deixasse de fumar o risco diminuiria para metade (3%). Se não alterar nada e deixar passar o tempo, aos 65 anos terá um risco de 10% (risco muito alto de doença cardiovascular).
Agora calcule o seu risco!
Existem condições que fazem com que o risco seja superior ao valor calculado através do SCORE:
Por exemplo, uma pessoa com risco cardiovascular baixo com um SCORE de 1%, mas que não pratica exercício físico e tem obesidade, passa a ter um SCORE de 2%, que corresponde a um nível de risco cardiovascular moderado.
Conhecer o risco cardiovascular ajuda a definir as prioridades e os níveis de atuação necessários.
De uma forma geral, podemos dizer que a saúde cardiovascular depende de:
Quanto maior o risco cardiovascular, maior a necessidade de intervenção em cada um dos fatores apontados. O seu médico poderá ajudar a encontrar as melhores estratégias para cada caso.
As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte e incapacidade nos países ocidentais. Controlar o risco cardiovascular é melhorar a saúde das pessoas e depende de cada um nas decisões que toma no seu dia-a-dia.
O homem vive preocupado em viver muito e não em viver bem, quando afinal só depende dele viver bem e não viver muito. (Séneca, 4 a.C.-65 d.C.)
Referências recomendadas