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Autor: Jéssica Perpétuo, Maria Inês Oliveira
Última atualização: 2016/04/04
Palavras-chave: Febre, Antipirético, Paracetamol, Crianças
ÍndiceResumoA febre na criança define-se como a elevação da temperatura corporal acima da normal variação diurna. A febre não é uma doença mas sim um sinal de doença. A causa mais frequente para a febre é a infeção, na maioria das vezes de origem vírica. |
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A febre é uma manifestação comum de doença na criança, sendo uma das causas mais frequentes de procura dos cuidados de saúde.
A causa mais frequente de febre é a infeção, na maioria das vezes de origem vírica. A febre também pode surgir associada a processos inflamatórios. Raramente se deve a outras causas, tais como, neoplasias ou traumatismos.
Não sendo uma doença por si só, a febre como sinal de doença alerta-nos para uma causa que deve ser identificada e tratada.
A correta medição da temperatura nas crianças é um dado fundamental para determinar a presença de febre. Deve-se usar um termómetro digital para medição da temperatura em vez dos termómetros de mercúrio.
Existem vários métodos para medição da temperatura corporal:
Ao longo do dia a temperatura corporal normal varia entre os 36 e os 37ºC pela manhã e pode chegar aos 38ºC ao fim da tarde (temperatura retal). A temperatura axilar tem valores mais baixos, cerca de 0,5ºC em relação à medida na boca e 1ºC em relação à retal. A febre define-se como a elevação da temperatura corporal acima da normal variação diurna. Genericamente, considera-se que há febre quando a temperatura retal é superior aos 38ºC (ou 37ºC na temperatura axilar).
Sabe-se que vários processos envolvidos no combate à infeção têm maior atividade a uma temperatura acima do normal.
A terapêutica antipirética tem, assim, como finalidade única, a prevenção das complicações (desidratação, convulsões) associadas à febre, ao mesmo tempo que proporciona maior conforto e bem-estar à criança.
As medidas gerais podem ajudar a reduzir mais rapidamente a temperatura corporal, mas devem ser associadas a terapêutica antipirética, pois não há evidência da sua eficácia de forma isolada:
A febre leva a uma perda aumentada de água, nomeadamente pela transpiração. Assim, é muito importante estar atento ao estado de hidratação da criança, oferecendo-lhe líquidos com frequência.
É normal a criança com febre ficar com falta de apetite. Com a resolução do quadro o apetite voltará ao normal, com a recuperação do peso.
O antipirético mais usado em idade pediátrica é o paracetamol. A dose a administrar deve ser adequada ao peso da criança e à sua idade. A dose recomendada é de 10-15 mg/kg, por via retal ou de 10-20 mg/kg por via oral, a cada 4-6 horas, até um máximo de 60 mg/kg nas 24 horas.
O ibuprofeno poderá representar uma alternativa eficaz ao Paracetamol. A dose a administrar é de 5-10mg/kg, a cada 6-8 horas.
Os estudos científicos mais recentes sugerem que o esquema de alternância do paracetamol com o ibuprofeno não auxilia na descida mais rápida da temperatura corporal nem tem maior eficácia que qualquer um dos dois usado isoladamente, na dose adequada. Na verdade, o esquema de alternância poderá levar a uma maior complexidade de administração.
Não é recomendado o uso de ácido acetilsalicílico (aspirina ®) em crianças, pela sua associação com a Síndrome de Reye (síndrome raro e grave, que ataca o cérebro e o fígado).
Os antibióticos não são antipiréticos. Apenas o seu médico poderá decidir se tomar um antibiótico está indicado.
Os pais devem recorrer aos serviços de saúde, se a criança apresentar os seguintes sinais:
A febre é um mecanismo protetor do organismo, não sendo uma doença por si só. Regra geral, deve ser utilizado apenas um antipirético na dose adequada.