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O puerpério é o período de 6 semanas após o parto, onde o corpo da mulher se readapta de forma a voltar ao estado anterior à gravidez.<br> | O puerpério é o período de 6 semanas após o parto, onde o corpo da mulher se readapta de forma a voltar ao estado anterior à gravidez.<br> | ||
Neste período é essencial que saiba reconhecer as alterações do seu organismo, nomeadamente ao nível do sistema reprodutor (lóquios, cicatrizes pós-parto, reinício da atividade sexual, contraceção pós-parto), musculatura abdominal e pélvica e trânsito intestinal (obstipação e hemorroides). Desta forma pode estar melhor preparada para lidar com esta fase e para se readaptar sem grandes sobressaltos. <br> | Neste período é essencial que saiba reconhecer as alterações do seu organismo, nomeadamente ao nível do sistema reprodutor (lóquios, cicatrizes pós-parto, reinício da atividade sexual, contraceção pós-parto), musculatura abdominal e pélvica e trânsito intestinal (obstipação e hemorroides). Desta forma pode estar melhor preparada para lidar com esta fase e para se readaptar sem grandes sobressaltos. <br> | ||
− | Por fim, é muito importante estar alerta e saber reconhecer potenciais sinais de alarme que a devem fazer suspeitar que algo não corre dentro da normalidade e que deve procurar ajuda médica. <br><br> | + | Por fim, é muito importante estar alerta e saber reconhecer potenciais sinais de alarme que a devem fazer suspeitar que algo não corre dentro da normalidade e que deve procurar ajuda médica. |
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Autor: Ana Lisboa, Mariana Madureira
Última atualização: 2016/10/24
Palavras-chave: Período pós-parto; Período peri-parto; Mulher; Saúde reprodutiva; Contraceção
Índice
ResumoO puerpério é o período de 6 semanas após o parto, onde o corpo da mulher se readapta de forma a voltar ao estado anterior à gravidez. |
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O puerpério é o período que se inicia imediatamente após o parto, e que se prolonga durante as 6 semanas seguintes. Durante esse tempo, ocorre o retorno dos órgãos reprodutivos e do restante organismo ao estado prévio à gravidez, sendo uma fase repleta de alterações. Não seja impaciente consigo mesma caso demore mais tempo a adaptar-se ou lhe seja exigido mais esforço do que tinha imaginado.
Não é só o bebé que necessita de cuidados, a recém-mãe também, e não deve ter vergonha de o admitir.
São perdas de sangue, muco e tecidos do interior do útero expulsos pela vagina durante o puerpério. É normal a existência de corrimento vaginal, com as seguintes características:
Geralmente, este corrimento tende a desaparecer até à 3ª semana após o parto, mas pode demorar até 6 semanas.
A episiotomia é uma incisão feita no períneo para ajudar o bebé a nascer. A episiorrafia é a sutura desse corte, deixando uma cicatriz. Os pontos caem naturalmente entre o 7.º e o 10.º dia, sendo aconselháveis os seguintes cuidados:
O penso é geralmente efetuado no dia da alta hospitalar. Os pontos ou agrafos devem ser removidos passados 8 a 10 dias. É aconselhável tomar apenas duche de chuveiro, evitando molhar o penso, e este deve ser observado diariamente. Se apresentar sangue ou pús no penso, dor muito intensa nessa região ou febre, deve consultar um médico.
É seguro reiniciar a atividade sexual aproximadamente 4 semanas após o parto, se a episiotomia estiver cicatrizada e a hemorragia tiver parado. É normal que possa ocorrer diminuição da lubrificação vaginal: um lubrificante vaginal pode ser uma ajuda nesta fase. Contudo, este período não é rígido e cada pessoa leva o seu tempo. O mais importante é retomar a vida sexual quando o casal se sentir preparado e confortável.
Com o nascimento do bebé, a relação com o companheiro não deve ser descurada, devendo este ser incluído nas tarefas, partilhando responsabilidades e mantendo sempre a comunicação entre o casal.
A amamentação é considerada um método contracetivo natural temporário e pode ser eficaz até 6 meses após o parto, se a mulher amamenta “em exclusivo” (a criança apenas se alimenta de leite materno), ou “quase em exclusivo” (apenas uma refeição semanal não é de origem materna), com mamadas diurnas e noturnas cujo intervalo não deve ser superior a 6 horas, e se a mulher está em amenorreia (sem menstruar). Contudo, a eficácia deste método é baixa e não deve dispensar o recurso a uma contraceção eficaz.
Aconselha-se a utilização de outros métodos contracetivos no período pós-parto. Se estiver a amamentar, a contraceção hormonal combinada (pílula, anel vaginal ou adesivo) não está recomendada, porque pode diminuir a quantidade e qualidade do leite materno.
A mulher que amamenta poderá escolher entre os seguintes métodos contracetivos:
O seu médico poderá ajudar a encontrar a melhor solução para a contraceção neste período da sua vida.
Os músculos abdominais demoram cerca de 6-7 semanas a retornar à normalidade e os músculos pélvicos cerca de 6 meses, podendo este período ser variável e muito dependente dos cuidados da mulher no período pós-parto. Alguns cuidados que podem auxiliar são:
A prisão de ventre é um problema muito comum no período pós-parto, afetando cerca de 1 em cada 4 mulheres. Para prevenir a obstipação, aconselha-se aumentar a ingestão de líquidos (pelo menos 1,5 L de água/dia) e de alimentos ricos em fibras (vegetais verdes e crus, fruta fresca com casca, cereais integrais) e a deambulação precoce. Se necessário, podem ser utilizados emolientes (tornam as fezes moldáveis e mais lubrificadas – enema de docusato, supositórios de glicerina e parafina líquida).
As hemorroidas são vasos sanguíneos dilatados e salientes no canal anal, podendo originar sintomas como dor, sangramento e tumefação. Durante a gravidez e no pós-parto, as hemorroidas podem surgir ou agravar-se, principalmente se existir prisão de ventre, e são um problema muito frequente.
Para aliviar o desconforto pode aplicar gelo ou anestésico local em gel ou pomada, tomar banhos de assento em água morna/fria, reintroduzir as hemorroides no ânus com a ajuda de um dedo e deitar-se de lado.
Deve procurar ajuda médica na presença de qualquer um destes sinais:
A fase pós-parto é repleta de alterações, com o objetivo do retorno do organismo ao estado pré-gravidez. Conhecer essas mudanças é a melhor forma de saber lidar com elas.