Diferenças entre edições de "Dermatite das fraldas"

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A observação médica é aconselhável caso a dermatite '''piore apesar das medidas de higiene''' local, não melhore por um '''período superior a três dias''', apresente características de '''maior gravidade''', ou se a criança apresentar '''outros sintomas''' como febre ou outras lesões cutâneas.<br><br>
  
 
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Edição atual desde as 18h36min de 1 de julho de 2017

Autor: Soraia Santos, Diana Soares

Última atualização: 2017/06/19

Palavras-chave: Dermatite das fraldas, Recém-nascido, Lactente, Pais/Educação, Dermatopatias



Resumo


A dermatite das fraldas é uma erupção cutânea que afeta exclusivamente a área coberta pela fralda. Esta patologia da pele é muito frequente no primeiro ano de vida do bebé.
Na maioria dos casos é provocada pela fricção e ambiente húmido e quente criados pela própria fralda associado à irritação promovida pelas fezes e pela urina e/ou por produtos aplicados na região.
A higiene diária e os cuidados na muda das fraldas são os fatores mais importantes tanto na prevenção do aparecimento como no tratamento desta dermatite, sendo rara a necessidade de recorrer aos serviços de saúde.




Dermatite das fraldas


A dermatite das fraldas é uma doença que se manifesta na pele em contacto com a fralda. Como o próprio nome indica esta patologia só afeta indivíduos que usam fraldas. Nas crianças, estima-se que possa atingir 7 a 35%, com um pico de incidência entre os 9 e os 12 meses de idade, representando uma das patologias dermatológicas mais comuns na infância.
A forma mais comum é a dermatite irritativa primária, onde vários os fatores contribuem para o seu desenvolvimento: O uso de fralda promove uma fricção e maceração contínuas na região associadas a um aumento da humidade e da temperatura local que provocam a perda da integridade cutânea. O contacto com os agentes irritantes presentes na urina e nas fezes perpetua este ciclo irritativo, estando o risco de aparecimento da dermatite aumentado na presença de diarreia.
Se a dermatite irritativa primária não for tratada numa fase inicial as lesões podem infetar, sendo o microorganismo mais frequentemente envolvido um fungo chamado Candida albicans. Menos frequentemente a causa da dermatite das fraldas pode ser uma reação alérgica, uma infeção bacteriana, dermatite seborreica, entre outras, podendo não estar relacionada diretamente com o uso de fraldas.

Qual o aspeto?


Na fase inicial observa-se uma dermatite irritativa:

Irritant diaper dermatitis.jpg
Dermatite irritativa primária

Área de pele avermelhada, brilhante, semelhante a uma queimadura;
Atinge superfícies em contacto íntimo com a fralda (região glútea, face interna das coxas, púbis, genitais e região abdominal superior);
Habitualmente não atinge o fundo das pregas cutâneas.


Quando a dermatite persiste por alguns dias e há sobreinfeção por Candida albicans podemos observar:

Candidiasis cdc.jpg
Sobreinfeção por Candida albicans

Região avermelhada com limites bem definidos e lesões satélite semelhantes, ou seja, lesões próximas, mais pequenas, com características idênticas;
Atinge o fundo das pregas;
No sexo masculino pode atingir pénis e escroto, com balanite;
No sexo feminino podem encontrar-se lesões vulvovaginais, incluindo vulvovaginite.



Como se faz o diagnóstico?


A simples observação é suficiente para afirmar o diagnóstico. Raramente poderão ser necessários testes complementares como análise de um esfregaço da lesão.
Deve-se suspeitar de infeção por Candida albicans quando estamos perante uma destas três características: coloração avermelhada com limites bem definidos, que atinge o fundo das pregas da pele, e lesões satélite semelhantes, irritação com duração igual ou superior a 3 dias apesar do tratamento adequado ou quando é confirmada a presença do fungo em exames laboratoriais.

Prevenção e tratamento


A prevenção e tratamento desta dermatite baseia-se no lema “pouca humidade e muito ar”.

Aconselha-se:

  • Mudar a fralda mais frequentemente que o habitual, preferencialmente imediatamente após cada micção e dejeção;
  • Expor a região ao ar ambiente algumas horas por dia;
  • Fazer a higiene local e banho diário apenas com água tépida ou com produtos de limpeza, como gel de banho, com pH neutro (entre 5,4 e 5,9);
  • Secar bem a pele com gestos suaves evitando friccionar a região;
  • Usar fraldas descartáveis, por terem maior capacidade de absorção do que as fraldas de pano;
  • Aplicar pastas ou pomadas com óxido de zinco em todas as mudas de fralda.
O óxido de zinco tem uma ação protetora, antisséptica e cicatrizante. Os produtos com este constituinte são facilmente adquiridos em farmácias e parafarmácias.
O leite materno, massajado sobre a pele, pode também ser considerado uma opção terapêutica, embora a eficácia pareça ser menor comparativamente aos produtos com óxido de zinco.

Não se aconselha:

  • Usar toalhitas de limpeza, pó de talco ou produtos com perfume para fazer a higiene local;
  • Usar fraldas de pano.


Estas atitudes são suficientes para resolver a maioria das situações em poucos dias.

Quando é necessário recorrer aos serviços de saúde?


Normalmente é uma situação com fácil e rápida resolução, mas podem ocorrer algumas complicações cujo tratamento deve ser orientado por um médico:

  • Nos casos mais exuberantes o seu médico pode recomendar a aplicação de um corticóide tópico.
  • Quando já houve evolução da lesão para candidíase o tratamento deve incluir a aplicação duas a três vezes por dia de um antifúngico tópico ou, eventualmente, um antifúngico oral.


A observação médica é aconselhável caso a dermatite piore apesar das medidas de higiene local, não melhore por um período superior a três dias, apresente características de maior gravidade, ou se a criança apresentar outros sintomas como febre ou outras lesões cutâneas.

Conclusão


A dermatite das fraldas é extremamente comum nos primeiros anos de vida, e, na maioria dos casos, pode ser tratada em casa pelos cuidadores, resolvendo em poucos dias.

Referências recomendadas



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