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Autor: Diana Pinto, Raquel Moreira
Última atualização: 2017/04/04
Palavras-chave: Hepatite A, Prevenção Primária, Vacina
ÍndiceResumoA Hepatite A é uma infeção viral auto-limitada, contagiosa e transmitida sobretudo por via fecal-oral através da ingestão de alimentos ou águas contaminados ou por contato direto pessoa-pessoa. Uma vez infetada, a pessoa desenvolve imunidade para toda a vida. |
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A Hepatite A é uma doença infeciosa viral aguda, causada por um vírus ARN do gênero Hepatovirus da família Picornaviridae, chamado de vírus da hepatite A.
A incidência de hepatite A está intimamente relacionada com condições socioeconómicas, pelo que os países subdesenvolvidos (África, América do Sul, regiões da Ásia e da Europa de Leste) constituem áreas altamente endémicas. Nos países desenvolvidos a infeção ocorre episodicamente. Em Portugal, como na Europa Ocidental, tem-se verificado nos últimos anos uma tendência decrescente da prevalência da Hepatite A (96,5% em 1981 para 35,0% em 2010), sendo considerado atualmente um país de baixa endemicidade.
Dados recentes da Direção Geral de Saúde (DGS) mostram que entre 1 de Janeiro a 29 de Março de 2017, foram notificados 115 casos de hepatite em Portugal, sendo a maioria reportados em adultos jovens do sexo masculino.
A forma mais comum é por via fecal-oral e acontece quando os alimentos ou água são contaminados por material fecal (fezes humanas). Também é possível o contágio por contacto inter-humano.
A transmissão nas relações sexuais pode ocorrer quando há contacto íntimo e sobretudo se houver contacto com material fecal como nas relações anais. É mais comum se associada a surtos e em homens que têm relações sexuais com outros homens.
Outras formas de transmissão, como a via percutânea ou por transfusão são praticamente nulas, dado o curto período de permanência do vírus no sangue.
O período de transmissão máximo ocorre desde 2 semanas antes do início dos sintomas até ao final da 2ª semana de doença.
O período de incubação para a Hepatite A varia entre 15-50 dias, com uma média de cerca de 4 semanas.
Pode ser assintomática, sobretudo nas crianças, ou sintomática com ou sem icterícia - coloração amarela das escleróticas e pele. O quadro clínico é mais intenso à medida que aumenta a idade do paciente e na presença de outras doenças (doenças crónicas do fígado, cirrose ou hepatite B ou C crónicas).
Os sintomas, quando presentes surgem entre a 2ª e 7ª semana após infeção e caracterizam-se por falta de apetite, náuseas, vómitos, cansaço, dores musculares e nas articulações, dores de cabeça, tosse e febre (entre 38 e 39ºC). A fase de icterícia surge cerca de 2 a 15 dias após os sintomas e normalmente dura em média uma semana, sendo percebida pela cor da pele amarela, urina escura e por aumento das dimensões do fígado com dor e desconforto da região superior direita do abdómen.
A recuperação dos sintomas e normalização dos valores laboratoriais pode ser esperada entre 1 a 2 meses.
A forma fulminante, apesar de rara (menos que 1% dos casos), apresenta mau prognóstico.
O diagnóstico de infeção recente faz-se pela determinação numa amostra de sangue de anticorpos anti-VHA IgM, detetados entre 10-16 semanas até 6 meses após contágio. A presença de anti-VHA IgG traduz imunidade protetora à reinfeção.
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Interpretação |
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Infeção aguda |
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Infeção recente |
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Infeção antiga ou vacinação |
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Não imune, sem contacto prévio com o vírus |
Não existe tratamento específico para a hepatite A.
Em Portugal é comercializada uma vacina específica contra o vírus da Hepatite A (marcas: Havrix ®, Vaqta ®), para administração apenas após os 12 meses de idade. Trata-se de uma vacina de vírus inativado, que confere proteção duradoura e não interfere com as outras vacinas. Deve ser administrada em duas doses, com intervalo de 6 meses a 1 ano. Os anticorpos contra o vírus da Hepatite A persistem pelo menos 10 anos após a segunda dose.
Existe também uma vacina combinada que contém também o vírus da Hepatite B inativo, administrada em 3 doses, com a 2ª dose a ser feita 1 mês após a primeira e a terceira aos 6 meses.
Em contexto de consulta do Viajante:
Em contexto de surto epidémico, a pessoas com exposição recente ao VHA:
Outras medidas de prevenção:
Portugal é um país com baixa prevalência de Hepatite A.
Existe uma vacina específica contra o VHA, eficaz e que deve ser administrada em grupos de risco.
A melhor prevenção passa por impedir a contaminação alimentar com material fecal potencialmente infetado.