(Criou página com: '{{Artigos |Autor=Lara Cabral, Joana Sousa, Carolina Nobre |Última atualização=2021/10/25 |Palavras-chave=espasmo; choro; criança |Sigla da Doença=N99 }} <br><br> {|bord...') |
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Autor: Lara Cabral, Joana Sousa, Carolina Nobre
Última atualização: 2021/10/25
Palavras-chave: espasmo; choro; criança
ÍndiceResumoO espasmo do choro ocorre quando, após um estímulo negativo, a criança começa a chorar e sustém a respiração involuntariamente, com consequente alteração da coloração da pele e do tónus muscular, podendo ocorrer perda transitória da consciência. Os episódios são habitualmente breves e resolvem-se espontaneamente sem qualquer intervenção. |
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O espasmo do choro é um episódio transitório, durante o qual a criança parece suster a respiração, podendo chegar a perder momentaneamente a consciência. Ocorre quando a criança chora na sequência de determinados desencadeantes como dor ou medo.
O espasmo do choro não é intencional e resulta de um reflexo involuntário.
Trata-se de uma condição benigna, que ocorre em aproxidamente 5% das crianças saudáveis entre os 6 meses e os 6 anos de idade e cujo início ocorre normalmente entre os 6 e os 18 meses. Tende a resolver espontaneamente com o tempo, sendo raro em crianças acima dos 8 anos de idade.
Cerca de um terço das crianças com espasmo do choro têm história familiar de episódios semelhantes.
Os espasmos do choro surgem normalmente na sequência de fatores desencadeadores como a dor, o medo, a raiva ou a frustração, em que a criança chora e, durante o choro, sustém a respiração até ao ponto de poder perder a consciência. A criança geralmente desperta em menos de um minuto, recupera a respiração normal e não está desorientada ou sonolenta.
A sua frequência varia de múltiplos episódios por dia a um por ano.
Estão descritos dois tipos de espasmos do choro:
Por vezes há episódios com características de ambos os tipos, sendo designados episódios mistos.
Em situações raras uma convulsão pode ser testemunhada imediatamente após a criança perder a consciência.
Apesar de estes episódios serem assustadores de observar é fundamental manter a calma.
Num episódio de espasmo do choro, recomenda-se:
As crianças que estão a ter um episódio de espasmo de choro quase sempre reiniciarão a respiração normal em 60 segundos.
Contacte a linha nacional de emergência (112) se não houver um fator desencadeador antes da criança cair inanimada, ou se houver dificuldade em acordar. Se a criança não voltar a respirar normalmente nos primeiros 60 a 90 segundos, devem ser iniciadas manobras de suporte básico de vida com respiração boca a boca.
Passado o episódio, deve lidar com a criança como faria normalmente e, caso o espasmo do choro tenha ocorrido após uma reprimenda, deve evitar ceder ao comportamento da criança. Estas crianças não têm problemas comportamentais, mas estes podem surgir se a família começar a alterar o padrão de disciplina.
Não há nenhum exame diagnóstico específico para o espasmo do choro. Apesar da sua apresentação clínica típica, é importante o diagnóstico diferencial com outras doenças, nomeadamente a epilepsia. Alguns estudos sugerem uma associação entre anemia por deficiência de ferro e espasmo do choro, pelo que pode ser adequado fazer análises para o seu despiste.
Tipicamente, os espasmos do choro são uma condição benigna, que não deixa sequelas e não afecta o normal desenvolvimento da criança.
Os espasmos do choro, embora aflitivos para os pais, são acontecimentos benignos, autolimitados e que tendem a resolver-se com o tempo. Desaparecem espontaneamente por volta dos 6 anos de idade.