Diferenças entre edições de "Cancro da Boca"

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Revisão das 00h39min de 6 de abril de 2016

Autor: Rita Matos

Última atualização: 2016/04/05

Palavras-chave: Cancro da boca, Diagnóstico precoce, Prevenção



Resumo


O cancro da boca é um tumor maligno que tem vindo a aumentar em Portugal. Os principais fatores de risco são o tabaco e o álcool.
Para a sua prevenção deve apostar num estilo de vida saudável.
Ao observar a boca deve prestar atenção a determinadas alterações, principalmente se estas se mantiverem por mais de 3 semanas. Se suspeita de cancro da boca, consulte o seu Médico atempadamente para um diagnóstico e encaminhamento precoces.


O que é o Cancro da Boca?


É um tumor maligno que se desenvolve na boca. Pode afetar qualquer localização, embora seja mais frequente na língua, no pavimento (debaixo da língua) e no palato (céu da boca). O mais comum é o carcinoma espinocelular, que ocorre principalmente após os 40 anos de idade, em indivíduos fumadores e com hábitos alcoólicos excessivos. Apesar de ser mais frequente nos homens, tem vindo a aumentar nas mulheres e a surgir em pessoas cada vez mais jovens.

Quantas pessoas afeta em Portugal?


O cancro da boca foi considerado o sétimo cancro mais frequente em Portugal, no ano de 2008. Em 2010, no Norte do país, foram diagnosticados 545 casos (78% em homens), ou seja, 14,7 por cada 100.000 habitantes.

Quais são os fatores de risco?


Os fatores que promovem o seu aparecimento são:

  • Tabaco e álcool - são os principais fatores de risco. Os dois em simultâneo aumentam o risco de desenvolver cancro da boca entre 3 a 9 vezes;
  • Infeção pelo Vírus do Papiloma Humano (HPV) - adquirida através do sexo oral em cerca de 70% dos casos e nos restantes através do contacto pele-com-pele. Quanto maior o número de parceiros sexuais, maior é a probabilidade de ficar infetado;
  • Exposição ao pó da madeira, aos fumos dos tubos de escape e poluentes industriais;
  • Má higiene oral;
  • Traumatismo crónico decorrente, na maioria dos casos, de próteses dentárias mal ajustadas à boca.


Quando suspeitar de cancro da boca?


Ao observar a boca deve ter atenção a determinadas alterações, principalmente se estas se mantiverem por mais de 3 semanas:

  • Manchas brancas ou vermelhas;
  • Endurecimento dos tecidos moles (gengivas e pavimento da boca);
  • Feridas que não curam;
  • Dor na língua;
  • Dificuldade em engolir;
  • Dor de garganta;
  • Alteração da cor ou textura da língua, gengivas, palato ou lábios;
  • Nódulos no pescoço.


National Institute of Dental and Craniofacial Research

O que fazer perante a suspeita?


Se detetar alterações suspeitas na sua boca, pode recorrer ao seu médico assistente que procederá no sentido de despistar qualquer diagnóstico e orientar em conformidade.
Desde 2014, está em vigor o Projeto de Intervenção Precoce no Cancro Oral (PIPCO), que permite a emissão do cheque-diagnóstico nos Centros de Saúde para marcar uma consulta para um Estomatologista ou um Médico Dentista, que conste da lista nacional dos médicos aderentes. Caso seja necessário, o profissional fará biópsias que serão enviadas para o laboratório, para confirmação do diagnóstico. Na presença de cancro da boca, será encaminhado para o Instituto Português de Oncologia (IPO) da sua área de residência.
O diagnóstico precoce é fundamental, pois possibilita a realização de tratamentos menos agressivos e está associado a maiores taxas de cura e de sobrevivência. Apesar de ser uma área de fácil acesso à observação direta, o que acontece em muitos casos, é que o cancro é detetado num estado avançado.

Que medidas de prevenção devo adotar?


Tabaco e álcool

Para prevenir o aparecimento é importante (Prevenção Primária):

  • Cessação do consumo de tabaco;
  • Diminuição do consumo de álcool;
  • Consumo regular de vegetais frescos e frutas;
  • Prática segura da atividade sexual;
  • Uso de máscaras de proteção se exposição ocupacional a fumos e poeiras;
  • Ajuste da prótese dentária, sempre que necessário;
  • Escovagem dos dentes pelo menos duas vezes por dia com pastas de dentes com flúor.


De forma a que possa ser feito um diagnóstico atempado deve realizar (Prevenção Secundária):

  • Auto-exame da boca em frente a um espelho;
  • Visitas regulares ao seu médico que permitam o diagnóstico nas fases mais precoces.



Conclusão


O cancro da boca é uma doença potencialmente curável se diagnosticada precocemente.
Habitue-se a olhar para a sua boca. Se notar alguma alteração na boca, que persista mais de 3 semanas, consulte o seu médico.
A prevenção é a melhor arma para combater este cancro!

Referências recomendadas


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