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Autor: Filipa Meneses, Ana Rita Magalhães, Sara Laureano Alves
Última atualização: 2016/09/20
Palavras-chave: Doenças intestinais parasitárias, Helmintíase, Anti-helmínticos
As parasitoses intestinais são um importante problema de saúde pública a nível global.
Com a melhoria das condições de higiene, a sua prevalência na população portuguesa foi diminuindo progressivamente, atingindo números que já não justificam as conhecidas desparasitações anuais “de rotina”.
Saber como se transmitem estas infeções é fundamental e o principal aspeto a ter em conta na sua prevenção. Medidas como a lavagem correta das mãos, o consumo de água potável e o cuidado na confeção e manipulação dos alimentos asseguram por si só uma prevenção eficaz, ficando os fármacos reservados para os diagnósticos confirmados de infeção.
Parasitas são organismos que sobrevivem infetando outros seres vivos, incluindo o Homem. Os principais grupos capazes de causar doença no ser humano são os helmintas e os protozoários (do qual faz parte a Giardia).
As vulgarmente denominadas “lombrigas” pertencem ao grupo dos helmintas e as mais importantes em Portugal são:
A infeção por estes microorganismos (parasitose intestinal) é habitualmente causada por via fecal-oral, ou seja, através da ingestão de larvas e ovos presentes em solos, alimentos e águas contaminadas, e pela lavagem incorreta das mãos.
Os oxiúros apresentam a particularidade de se poderem transmitir diretamente entre os humanos.
As parasitoses intestinais são frequentemente bem toleradas. Evoluem sem queixas ou provocam sintomas pouco específicos como diarreia, gases, dores de barriga ou vómitos.
Por outro lado, sintomas como comichão noturna na região do ânus e irritação na vagina são mais típicos da infeção por oxiúros.
Por vezes conseguimos ver diretamente os parasitas nas fezes. Contudo, na maioria dos casos é necessário fazer uma análise às fezes para assim os poder detetar. Idealmente a colheita inclui pelo menos 3 dejeções em 3 dias diferentes.
Com a melhoria das condições de higiene e saneamento houve uma diminuição muito acentuada na prevalência de parasitoses intestinais em Portugal, que em décadas passadas justificavam o uso de anti-helmínticos (desparasitantes) por rotina.
Atualmente, o uso massivo destes medicamentos não está recomendado quando não há evidência de infeção. Se por um lado não evitam novas infeções, por outro, podem perder eficácia futura, resultante do desenvolvimento de resistências.
Atualmente acredita-se que o contacto auto-limitado com helmintas, interferindo com o sistema imunológico do nosso tubo digestivo, pode até representar um papel protetor contra algumas doenças como a Asma e a Doença Inflamatória Intestinal.
Os helmintas responsáveis pelas parasitoses nos animais são diferentes dos que infestam o tubo digestivo dos humanos. Contudo, estes podem originar doenças noutros órgãos.
De um modo geral, a desparasitação dos animais está recomendada, devendo a sua periodicidade ser estabelecida pelo Médico Veterinário.
Uma vez assegurado o saneamento básico e o tratamento dos solos com técnicas de rega e fertilização adequadas, a prevenção destas infeções passa sobretudo pela manutenção de boas práticas de higiene.
A desparasitação de rotina já não está recomendada. Reforce os bons hábitos de higiene.
É a melhor arma de prevenção!