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Autor: Isa Cruz, Francisco Saraiva Gil
Última atualização: 2017/04/13
Palavras-chave: Acne, folículo pilossebáceo, erupção acneiforme, hormonas, tratamento
ÍndiceResumoA acne é uma doença frequente, atingindo preferencialmente adolescentes e adultos jovens, mas pode manifestar-se em qualquer idade. O aumento da produção sebácea e a falta de drenagem dos folículos pilossebáceos, levam ao aparecimento de comedões, pápulas eritematosas, nódulos, quistos ou abcessos, sobretudo na face, pescoço e tronco. |
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No imaginário popular o termo “Acne” é vulgarmente associado ao aparecimento de “borbulhas” no rosto durante a adolescência. Na verdade, as “borbulhas” podem ser comedões abertos e fechados (pontos negros e brancos, respetivamente), pápulas, nódulos, quistos e/ou abcessos. O rosto é uma área muito afetada, mas pode envolver todo o corpo, e a adolescência é a idade mais comum, mas pode aparecer em qualquer altura da vida.
A acne é uma doença com comportamento biológico e gravidade variáveis, que surge por uma multiplicidade de fatores que se interrelacionam e que incluem:
A obstrução da drenagem folicular, associada à produção aumentada de sebo (um óleo/gordura fisiológico que previne a secura da pele) pelas glândulas sebáceas conduz à sua dilatação e eventual rutura, com libertação do conteúdo seboso no interior da pele. As bactérias presentes na flora da pele podem agravar este fenómeno, contribuindo para o ciclo que perpetua o aparecimento de lesões de acne.
Nos estádios mais ligeiros, em que a inflamação não é significativa, o sebo acumulado oxida e adquire uma coloração escura – comedão aberto ou ponto negro. Quando há maior atividade inflamatória, aparecem as lesões típicas de acne mais grave, nomeadamente pápulas dolorosas e, mais tarde, os nódulos, quistos e os abcessos.
Apesar de ser mais comum na adolescência, a acne pode persistir até à idade adulta ou mesmo aparecer pela primeira vez nesta altura. A incidência da acne na adolescência varia entre 30 e 66%, com pico nas raparigas entre 14 e 17 anos e nos rapazes entre 16 e 19 anos. Apesar de não se associar a perigo de vida, a acne, sobretudo nos quadros graves, pode causar cicatrizes. É sobretudo uma doença dos adolescentes com afeção de áreas muito visíveis, podendo acompanhar-se de um impacto psicológico importante, com diminuição da auto-estima e indução de ansiedade e depressão.
Existem diversos grupos de medicamentos que podem melhorar a acne, por aplicação local (cremes, pomadas e loções) ou oral (comprimidos).
O tratamento da acne baseia-se na redução da produção sebácea, aceleração da renovação das células da pele evitando a oclusão pilossebácea, controlo da infecção bacteriana e acção anti-inflamatória.
Os tratamentos disponíveis podem apresentar efeitos secundários e, por isso, é importante que o tratamento seja adequado e orientado pelo Médico Assistente.
Existem ainda procedimentos aplicáveis em casos selecionados, quando não há resposta adequada às terapêuticas iniciais ou com o intuito de tratar as cicatrizes residuais.
A eficácia terapêutica não é imediata, requerendo habitualmente 4 a 8 semanas de tratamento contínuo antes de se verificar melhoria clínica.
O tratamento médico deve ser acompanhado da adesão a cuidados de manutenção e higiene da pele para evitar novos agravamentos.
A acne é uma doença comum, contando atualmente com uma grande variedade de tratamentos aplicáveis. Em caso de dúvidas poderá consultar o seu Médico Assistente que o ajudará nas melhores estratégias disponíveis.