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Autor: Ana Lídia Dias, Lília Castelo Branco
Última atualização: 2017/08/31
Palavras-chave: Gastrite crónica autoimune, Dispepsia, Anemia perniciosa, Vitamina B12
ÍndiceResumoCom a redução da incidência de infeção por Helicobacter pylori, a gastrite autoimune cresce em proporção etiológica das gastrites crónicas nos países desenvolvidos, representando a segunda principal causa de gastrite crónica. É uma patologia frequentemente assintomática, mas que se pode associar a sintomas de anemia como fadiga e cansaço e a neuropatia periférica por défice de vitamina B12. Estas manifestações são reversíveis com a suplementação adequada. |
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A gastrite crónica autoimune é a segunda principal causa de gastrite crónica.
Estima-se que afete cerca de 2-5% da população, mas, dada a sua natureza assintomática, é possível que a sua prevalência esteja subestimada. Pode ocorrer em qualquer idade, com uma idade média de diagnóstico aos 60 anos. Era uma causa rara de gastrite mas tem assumido maior importância com a redução da incidência da infeção por Helicobacter pylori, a principal causa, associada a melhoria dos hábitos de higiene.
É um subtipo de gastrite que envolve um mecanismo autoimune, em que anticorpos dirigidos contra o próprio provocam a destruição das glândulas gástricas do fundo e corpo, onde se localizam as células produtoras de ácido e fator intrínseco (molécula essencial para a absorção adequada de vitamina B12), poupando a região do antro do estômago. Geralmente progride para atrofia das glândulas do corpo gástrico (80-90%), que são substituídas por glândulas metaplásicas em 50% dos doentes.
0 processo de metaplasia corresponde à transformação reversível de um tecido num outro mais resistente, em resposta a agressões ou modificações no ambiente orgânico habitual onde se insere. No caso da metaplasia associada a gastrite crónica autoimune há transformação de glândulas produtoras de ácido e fator intrínseco em glândulas do tipo intestinal, que não têm capacidade de secreção, pelo que inativas.
A gastrite autoimune associa-se frequentemente a outras doenças autoimunes como doença da glândula tiróide ou diabetes mellitus tipo 1, com um risco 5 a 10 vezes superior ao do resto da população.
A redução na produção de ácido gástrico dificulta a proteção contra micro-organismos e reduz a absorção de ferro, condicionando anemia ferropénica (microcítica) em 15% dos doentes. A redução do fator intrínseco impede a absorção da vitamina B12 provocando um outro tipo de anemia, a anemia perniciosa (macrocítica), muitas vezes associada a neuropatia periférica, ambas reversíveis com a suplementação da vitamina em falta.
Entretanto surgiu evidência de que o Helicobacter pylori também pode exercer um papel na gastrite autoimune despoletando autoimunidade em doentes suscetíveis. A infeção aguda por esta bactéria pode inclusive, levar a uma doença autoimune mais agressiva.
Outras causas menos frequentes são a gastrite linfocítica na doença celíaca, o atingimento gástrico na doença de Chron e a gastrite eosinofílica.
Na maioria das vezes, a gastrite crónica autoimune é assintomática. Podem, contudo, surgir sintomas inespecíficos como dispepsia (dor ou desconforto na região do estômago, saciedade precoce, enfartamento após as refeições e azia), náuseas, e ocasionalmente vómitos.
Outros sintomas dependem de alterações da absorção de certos nutrientes:
O diagnóstico específico de gastrite crónica autoimune não é consensual, mas envolve frequentemente a necessidade de realização de exames auxiliares de diagnóstico:
Alguns doentes com gastrite crónica autoimune desenvolverão anemia perniciosa (uma forma incomum de anemia). Com a atrofia das glândulas gástricas produtoras de ácido, ocorre hiperplasia e hipertrofia de células neuroendócrinas como compensação. Esta hiperplasia é considerada um fator de risco para o desenvolvimento de tumor gástrico neuroendócrino, que ocorre em cerca de 1-7% dos doentes com anemia perniciosa.
A Gastrite Crónica Autoimune tem um risco 3 vezes superior ao da população geral de desenvolver cancro do estômago, o que implica uma vigilância regular. No entanto apenas cerca de 2% dos doentes virão efetivamente a desenvolver um cancro gástrico.
O tratamento compreende a gestão dos sintomas de dispepsia, quando presentes, através da utilização de antiácidos e a suplementação dos défices nutricionais, nomeadamente de ferro e vitamina B12.
A gastrite crónica autoimune é geralmente assintomática.
Contudo se sintomática, pode ser realizado um diagnóstico precoce através de endoscopia com biópsia o que permite prevenir complicações, como défice de vitamina B12, e vigiar o aparecimento de outras doenças mais graves, como cancro gástrico.