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Autor: Rita Lino
Última atualização: 2019/01/16
Palavras-chave: Alimentação Vegetariana; Atividade física; Desporto
ÍndiceResumoA alimentação vegetariana tem vindo a ser cada vez mais adotada pela população em geral e também nos atletas. |
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Atualmente, existe uma grande variedade de dietas e regimes alimentares. Uma alimentação vegetariana exclui a ingestão de carne e de pescado, mas pode incluir ovos e laticínios:
Este modelo alimentar tem vindo a ganhar popularidade na população geral e também entre os atletas, que praticam regularmente exercício físico, com objetivos desportivos bem definidos e com vista à obtenção de um máximo desempenho desportivo.
Nos atletas, a alimentação tem um papel importante, no suprimento das necessidades energéticas e na manutenção da composição corporal saudável, mas também para garantir o rendimento físico na sua performance desportiva.
A elaboração de um plano alimentar equilibrado é de extrema importância para a manutenção do estado de saúde nos atletas.
Um atleta vegetariano deverá ter em atenção a ingestão adequada de proteínas, ferro e vitaminas (em especial, a vitamina B12), pois estes poderão estar deficitários na adoção de um regime alimentar vegetariano.
O Colégio Americano de Medicina Desportiva, em conjunto com a Associação Americana de Dietética e os Dietistas do Canadá, recomenda a ingestão diária de 0,8g/kg de peso/dia de proteína para a população em geral e de 1,2 a 2,0g de proteína/kg de peso corporal para atletas. Em termos práticos, para um adulto normal de 70 kg, isto significa 56 g de proteína por dia (200 a 250 g de carne) e mais do dobro nos atletas.
A exclusão de proteína animal não implica um défice proteico no indivíduo, pois este poderá satisfazer as suas necessidades proteicas através de alternativas vegetais. Na tabela seguinte, é possível observar a quantidade de proteína presente em diversos alimentos de origem vegetal como alternativas à proteína animal, por comparação com carnes e pescado.
Pinhão, miolo | Gelatina desidratada (pó ou folha) | ||||
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Soja grão seco cru | Peito de Frango sem Pele Cozido | ||||
Favas secas cruas | Porco lombo grelhado | ||||
Amendoim, miolo | Vaca Bife (valor médio de acém, alcatra e lombo) grelhado | ||||
Amêndoa, miolo, torrada, sem pele | Queijo Flamengo 45% gordura | ||||
Cacau em Pó | Sardinha grelhada | ||||
Noz, miolo | Atum, Conserva em Óleo | ||||
Tremoço cozido e salgado | Salmão grelhado | ||||
Quinoa crua | Pescada cozida | ||||
Flocos de Aveia | Ovo de galinha cozido | ||||
Farinha de Trigo Integral | Queijo “Quark” natural magro | ||||
Lentilhas Secas Cozidas | Leite de Vaca UHT magro | ||||
Feijão frade (feijão miúdo) cozido (demolhado) | |||||
Arroz Integral Cru | |||||
Farinha de Trigo tipo 55 | |||||
Arroz Comum Cru | |||||
Ervilhas grão, congeladas cozidas | |||||
Banana |
Os grupos dos Frutos Gordos e Amiláceos (no qual se incluem os pinhões, as nozes,…), das Leguminosas (no qual se incluem a soja, as favas,…) e dos Pseudo-cereais (no qual se inclui a quinoa) são alternativas de alto conteúdo proteico que podem funcionar como substitutos das proteínas de origem animal.
É, também, importante para um atleta vegetariano o consumo de alimentos ricos em proteínas e hidratos de carbono nos 30 minutos após o fim do treino, pois o organismo necessita de repor um balanço energético positivo, para uma melhor recuperação e crescimento muscular, bem como uma reposição das reservas energéticas musculares.
O ferro é um nutriente essencial, pois permite o transporte e a gestão de oxigénio celular para os músculos em atividade. Este facto deve-se à sua presença na hemoglobina (presente nos glóbulos vermelhos e que permite o transporte de oxigénio para que as células possam produzir energia) e mioglobina (proteína que fornece oxigénio aos músculos, sendo que o ferro sustenta o seu metabolismo).
O ferro pode ser de dois tipos: heme e não heme. Nos alimentos de origem animal, estão presentes os dois tipos de ferro. Já nos alimentos de origem vegetal, o ferro é do tipo não heme, que tem uma absorção intestinal reduzida, quando comparada com a absorção intestinal de ferro do tipo heme. A absorção do ferro do tipo não heme é facilitada pela vitamina C. Associar a ingestão de alimentos ricos em ferro com alimentos ricos em vitamina C (por exemplo, salsa e citrinos) é uma estratégia útil para melhorar a absorção do ferro. Demolhar as leguminosas, sementes e grãos é outra forma de melhorar a absorção.
O atleta vegetariano deve tomar especial atenção em relação à vitamina B12, pois esta é importante na manutenção da densidade óssea e de vários processos metabólicos. A vitamina B12 apenas existe em produtos de origem animal, o que pode colocar os atletas que seguem uma alimentação vegetariana estrita numa situação deficitária. Atualmente, existem diversos alimentos no mercado que são suplementados com vitamina B12, repondo, deste modo, os níveis necessários. Em alternativa, poderão optar por fazer a reposição farmacológica desta vitamina.
A alimentação vegetariana é compatível com a prática de exercício físico regular, mesmo a um nível profissional, desde que o atleta mantenha uma alimentação equilibrada, variada e consciente.