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Revisão das 21h14min de 1 de abril de 2020
Autor: Joana Sousa
Última atualização: 2020/04/01
Palavras-chave: disfunção temporomandibular, mandíbula, boca, dor
Resumo
As articulações temporomandibulares são as responsáveis por abrir e fechar a boca, constantemente utilizadas cada vez que conversamos, mastigamos ou simplesmente mexemos a boca.
A disfunção temporomandibular corresponde à doença desta articulação. Manifesta-se por dor, diminuição da abertura e limitação funcional da mandíbula, com maxilar “preso” ou a fazer “cliques”.
Não existe ainda uma cura, mas existem algumas recomendações que ajudam a gerir esta doença, de forma a diminuir o impacto considerável desta doença na qualidade de vida do doente.
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Disfunção temporomandibular
A disfunção temporomandibular engloba qualquer patologia que envolva a articulação temporomandibular, os músculos da mastigação, o osso circundante ou os tecidos próximos.
Como funciona a articulação temporomandibular?
A articulação temporomandibular une a mandíbula ao crânio e é responsável pelos seus movimentos. É uma articulação muito usada diariamente, em atividades como conversar, mastigar ou simplesmente mexer a boca, através do movimento de diferentes músculos.
Quais são os sintomas?
O sintoma que predomina é a dor, que se faz sentir em cima da articulação ou nos músculos à sua volta, podendo irradiar até ao ouvido, olho, garganta, pescoço ou cabeça.
Outras manifestações frequentes são a diminuição da abertura e a limitação da mandíbula, com sensação de maxilar “preso”, a fazer “cliques” ou “a estalar”, e dificuldades na mastigação. Por vezes pode existir medo de abrir a mandíbula, e alguns sintomas do ouvido, como zumbido, vertigem e sensação de diminuição da audição.
O que pode causar problemas nesta articulação?
Várias condições podem causar disfunção nesta articulação e danificar os músculos, o osso ou os ligamentos, mas a causa exata é desconhecida. A disfunção temporomandiular pode ocorrem em:
- Hábitos parafuncionais (ranger os dentes - bruxismo, cerrar os dentes, morder os lábios ou a bochecha)
- Stress emocional
- Traumatismo da mandíbula
- Abertura exagerada da mandíbula (procedimentos dentários, intubação, bocejar)
- Laxidez articular, isto é, ter os ligamentos demasiado frouxos
- Doença reumática (artrite reumatoide, espondilite anquilosante, artrite psoriática, gota, artrite infeciosa)
- Desgaste da articulação (artrose)
Como se faz o diagnóstico?
O diagnóstico baseia-se no conjunto de sintomas presentes no doente. Em alguns casos pode ter interesse uma radiografia da articulação.
O que fazer durante uma crise de dor?
- Aplicar calor/frio: aplicar na articulação, durante 5 a 10 minutos, calor (ajuda os músculos a relaxar) e em seguida frio (alivia a dor), durante 5 a 10 minutos. Repetir várias vezes por dia.
- Analgesia: medicamentos para aliviar a dor, como os analgésicos ou os anti-inflamatórios, ou para promover o relaxamento muscular.
- Massagem local pode ajudar.
- Goteira de oclusão: pode ajudar a aliviar a dor
- Evitar alimentos duros, que exijam mais esforço de mastigação
- Se a articulação estiver bloqueada, deve ser avaliado rapidamente pelo médico.
Qual é o tratamento?
O tratamento depende da gravidade da doença, das limitações causadas e da interferência nas atividades da vida diária de cada pessoa. Não existe ainda uma cura, mas existem algumas recomendações que ajudam a gerir esta doença e a prevenir as crises:
- Cuidados Pessoais: evitar hábitos de cerrar os dentes, mascar pastilhas, roer as unhas, morder os lábios ou a bochecha. Evitar uma má postura da cabeça e pescoço. Cortar alimentos em pedaços pequenos, evitar alimentos duros ou pegajosos, ou que obriguem a abrir muito a mandíbula. Não apoiar sob o queixo enquanto estiver numa mesa. Durante o bocejo, apoiar a mandíbula, pondo as costas da mão sob o queixo.
- Fisioterapia: ajuda a educar a mandíbula, pescoço e cabeça, e a melhorar os movimentos da mandibula.
- Goteira de oclusão: alivia a pressão na articulação por forçar uma posição mais fisiológica
- Técnicas comportamentais: terapia de relaxamento, terapia cognitivo-comportamental
- Exercícios de alongamento da mandíbula:
- Colocar o polegar de uma mão na borda dos dentes superiores e os dedos indicador e médio (2º e 3º dedos) da outra mão na borda dos dentes inferiores, com o polegar sob o queixo e os dedos de uma mão a tocar nos da outra
- Abrir cuidadosamente a mandíbula, usando apenas os dedos, sem usar os músculos, até sentir a mandíbula a alongar, mas sem dor
- Segurar 10 segundos e deixar a mandibula fechar, até os dedos voltarem a tocar
- Repetir 10 vezes, e realizar 2 séries por dia (uma vez de manhã e uma à noite)
Conclusão
A disfunção temporomandibular pode ter um impacto considerável na qualidade de vida do doente pelo que a prevenção das crises e o tratamento atempado das mesmas é fundamental.
Referências recomendadas