Diferenças entre edições de "Impacto dos influencers digitais"

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(Sem diferenças)

Edição atual desde as 09h32min de 26 de janeiro de 2022

Autor: Ana Carolina Dias; Ana Isabel Teixeira; André Courela; Carlota Maio; Daniela Alves; Gabriela Leite; João Barroso; Luiza Braggio; Mariana Martins; Mariana Rocha; Matilde Amorim; Matilde França; Nanci Barradas; Paulo Martins; Daniel Beirão

Última atualização: 2022/01/25

Palavras-chave: Influencer; Exercício físico; Alimentação; Saúde mental; Jovens



Resumo


Influencer digital é todo aquele que, através da utilização de plataformas digitais, nomeadamente, redes sociais, influencia a opinião de outros acerca de determinado tema, provocando-lhes alterações nos hábitos ou comportamentos.
Por norma, influencers conseguem estabelecer uma relação de confiança com um determinado número de seguidores, transmitindo-lhes certas mensagens enquanto ganham popularidade.
Dada a facilidade de acesso a todo o tipo de conteúdos, associada ao uso crescente de dispositivos tecnológicos com acesso à internet por parte de camadas cada vez mais jovens, surgem exposições arriscadas, pouco adequadas e, por vezes, inconscientes às mais diversas influências, com potencial efeito negativo nos recetores.




Impacto dos influencers digitais


Hoje-em-dia, as redes sociais são utilizadas por qualquer pessoa com acesso a dispositivos digitais conectados à internet (telemóvel, computador, tablet…).
Os influencers são pessoas que utilizam as plataformas digitais para chegar a um elevado número de pessoas, com o objetivo de alterar os seus hábitos ou comportamentos através de técnicas de publicidade e marketing. Na prevenção em saúde, isto é muito visível em áreas como a alimentação, o exercício físico e a suplementação alimentar.

Agravantes às influências digitais


Os influencers conseguem criar uma relação de confiança com os seus seguidores, alcançando uma alta eficácia na mensagem que pretendem passar. No entanto, nem sempre a informação divulgada é a mais correta cientificamente, prevalecendo uma lógica de marketing. A alimentação, por exemplo, ocupa cerca de 20% de todo o marketing, mas a maioria apela ao consumo em vez de informar sobre as opções.
Acresce que muitos influencers não são particularmente peritos na informação que estão a apresentar, faltando rigor e transparência nos conteúdos como a utilização de referências de evidência científica, a adesão aos critérios nutricionais, a demonstração de tabelas nutricionais e a composição em macronutrientes de acordo com as recomendações.
A internet e as redes sociais são cada vez mais utilizadas como fonte de informação em saúde, sobretudo entre os jovens e o sexo feminino, particularmente interessados no fitness e saúde, tornando-os mais vulneráveis aos influencers.

Impacto dos influencers nos jovens


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São numerosos os exemplos do impacto dos influencers nos jovens.
De uma forma geral, a publicidade aos alimentos tende a apresentar maior impacto do que a apresentação das opções alimentares. Numa área tão complexa como a alimentação, usa-se muito a dicotomia entre alimentos bons e maus e apresenta-se sempre o lado positivo, a maior parte das vezes sem uma ponderação clara nos benefícios e potenciais danos, com indução do consumo dos alimentos publicitados em detrimento de opções mais saudáveis, como a fruta ou os vegetais. Aparecem também muitas vezes associados a produtos “detox” apresentados como purificadores do corpo e para ajudar a perder peso, sem que exista um controlo de qualidade tanto em termos de eficácia como em termos de segurança na sua utilização, potenciando o aparecimento de distúrbios alimentares e doença mental.
Outro exemplo aparece nos cigarros eletrónicos e nas suas múltiplas variantes, onde os influencers têm um papel muito ativo na modificação dos padrões clássicos de consumo de tabaco para este padrão mais “moderno”.
Por outro lado, o aumento da atividade física é um impacto positivo dos influencers, ainda que por vezes exagerado numa perfeição de performance e de perfil corporal, idílico, mas inalcançável. Verifica-se um risco aumentado de desenvolver comportamentos compulsivos, com sofrimento psicológico e emocional, e sentimentos de auto-depreciação e frustração por não atingir os resultados apresentados.
Num outro eixo, também os influencers estão sujeitos à sua própria publicidade: à custa de tanto repetir a mensagem acabam por se convencer do seu conteúdo, com risco de se intoxicarem em informação e ficarem eles próprios mais suscetíveis aos mesmos efeitos de todos os outros.

Recomendações


É necessário melhorar a literacia.
A literacia passa inevitavelmente pelo acesso à informação, mas ultrapassa-o na necessidade de a processar e entender, integrando o conhecimento numa prática efetiva de saúde. Desta forma teremos uma informação útil e capaz de promover a mudança de comportamentos no sentido de uma melhor saúde.

  • Temos a obrigação de exigir fontes de informação credíveis, oficiais e creditadas.
  • Temos a obrigação de procurar ouvir várias fontes para validar a informação, sobretudo quando a mensagem é significativamente diferente do habitual.
  • Temos a obrigação de conhecer as fontes de financiamento e os potenciais conflitos de interesse nas mensagens.
  • Temos a obrigação de denunciar os conteúdos tendenciosos ou mesmo incorretos nas áreas onde somos especialistas.
  • Temos a obrigação de proteger os nossos familiares e amigos em vez de os sujeitar a uma mensagem que não esteja devidamente validada.
  • Temos obrigação de separar o que tem qualidade do que não tem e ajudar os outros nessa distinção.
  • Temos de exigir das instituições oficiais um controlo de qualidade efetivo na informação veiculada nas redes sociais.

Conclusão


A internet e as redes sociais são uma enorme fonte de informação em saúde, mas muito mal regulada. Os influencers são atrativos na transmissão da mensagem, mas com risco real de desinformar em vez de fortalecer o conhecimento. Uma população desinformada é uma população menos saudável!

Referências recomendadas


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