(Criou página com: '{{Artigos |Autor=José António Lopes Moreira, Ana Luísa Gonçalves Duarte |Última atualização=2022/10/30 |Palavras-chave=Alopécia, Alopécia androgenética, calvície |...') |
(Sem diferenças)
|
Autor: José António Lopes Moreira, Ana Luísa Gonçalves Duarte
Última atualização: 2022/10/30
Palavras-chave: Alopécia, Alopécia androgenética, calvície
ÍndiceResumoA alopécia androgenética (calvície) é o tipo mais comum de queda de cabelo progressiva. Há uma tendência para o cabelo se tornar mais fino e curto, podendo haver perda total do cabelo. |
---|
A alopécia androgenética é o tipo mais comum de perda capilar progressiva. Afeta cerca de 50% dos homens acima dos 50 anos e das mulheres acima dos 65 anos.
Este tipo de perda capilar ocorre segundo um padrão previsível, embora não exclusivo, para cada um dos géneros. No homem caracteriza-se por um recuo da linha de implantação do cabelo e perda capilar na região frontal e temporal (“entradas”) e da coroa (“topo”) da cabeça e na mulher por uma perda capilar mais difusa com atingimento preferencial da coroa. Há uma tendência para o cabelo se tornar mais fino e se verificar um maior número de folículos capilares em “fase de repouso”, enquanto os cabelos restantes se tornam mais curtos e menos numerosos.
A alopécia androgenética é causada por fatores genéticos e hormonais. No que toca à predisposição genética/hereditariedade, verifica-se que a presença de calvície nos progenitores aumenta a probabilidade de a pessoa ser afetada. Em termos hormonais, a ação da hormona dihidrotestosterona leva a um encurtamento progressivo do folículo capilar, com perda posterior da produção de cabelo levando aos padrões de calvície descritos anteriormente.
O diagnóstico baseia-se na verificação de perda progressiva capilar, no padrão de distribuição da perda capilar e história familiar. A pele do couro cabeludo mantém uma aparência normal. Ocasionalmente poderão ser solicitados alguns meios complementares de diagnóstico para descartar patologias como anemias, doenças de tiróide, sífilis, entre outras.
A alopécia androgenética é uma condição progressiva, com uma redução estimada de 5% do número de cabelos por ano, embora esta redução seja altamente variável entre indivíduos. Os tratamentos existentes têm eficácia limitada pelo que a aceitação desta situação é, de facto, pedra basilar na sua abordagem. A inclusão em grupos de suporte ou aconselhamento poderá ajudar a pessoa a enfrentar a cronicidade desta situação.
Existem, contudo, opções farmacológicas disponíveis como, por exemplo, a utilização de preparados tópicos de minoxidil de 2-5% que são, sobretudo, eficazes em estadios mais iniciais de calvície e que pressupõem uma utilização de, pelo menos, seis meses até se atingirem resultados, seguidos de períodos crónicos de utilização. O uso de finasterida em formulação oral está aprovado para a alopécia androgenética no homem. Para além da eficácia mais limitada, alguns dos efeitos adversos (irritação local com agentes tópicos, diminuição do prazer sexual e disfunção sexual), apesar de raros, condicionam também a sua utilização.
A utilização de extensões capilares e preparados “camuflantes” em spray podem ajudar a diminuir o impacto visual da alopécia nos doentes.
Por fim, o transplante capilar poderá oferecer uma taxa de sucesso importante dependendo da idade, evolução da alopécia e sua distribuição e extensão. Neste procedimento retiram-se cabelos de áreas dadoras (poupadas pela calvície) para depois serem aplicados (transplantados) na área onde se pretende melhorar a densidade capilar.
Independentemente da eficácia das terapêuticas anteriormente referidas, importa proceder a uma fotoproteção adequada da pele onde a alopécia é mais marcada. A utilização de proteção solar, barreiras físicas (chapéus, por exemplo) constitui, por isso, uma medida importante para evitar lesões provocadas pela exposição solar.
A alopécia androgenética é uma condição prevalente, progressiva e crónica que tem um impacto importante no bem-estar e autoestima das pessoas afetadas.