Autor: Bernardo Pereira, Sara Laureano
Última atualização: 2016/09/14
Palavras-chave: Síndrome da Apneia do Sono; Apneia; Obesidade; Roncopatia; C-PAP
ÍndiceResumoA Síndrome de Apneia Obstrutiva do Sono é uma entidade subdiagnosticada que se caracteriza por breves e repetidas paragens respiratórias durante o sono com consequente interferência na qualidade do sono. Pode provocar o aparecimento de sintomas como excesso de sono durante o dia, cansaço, dores de cabeça matinais e irritabilidade. As principais causas são, no adulto a obesidade e na criança a hipertrofia das amígdalas e adenoides. |
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A Síndrome de Apneia Obstrutiva do Sono é uma doença que se caracteriza por breves e repetidas interrupções respiratórias durante o sono, designadas apneias se tiverem duração superior a 10 segundos ou hipopneias se durarem menos de 10 segundos. Estas pausas respiratórias podem levar a uma descarga hormonal aguda e a uma diminuição da oxigenação sanguínea, razão pela qual pode haver o aparecimento ou agravamento de várias doenças, como a diabetes mellitus, a hipertensão arterial, o enfarte do miocárdio, e, no extremo, a morte súbita, entre outras.
Quando à origem, estas pausas respiratórias podem ser classificadas como:
A principal causa é a obesidade, com acumulação de gordura na região do pescoço. Nas crianças, a hipertrofia das amígdalas e adenoides é uma causa importante.
Na maioria dos casos, a roncopatia (ressonar) é o sinal que alerta para esta doença. A suspeita diagnóstica baseia-se nos sintomas presentes em muitos doentes com Apneia de Sono:
Uma resposta positiva a estas perguntas é sugestiva de que sofre de Apneia de Sono.
O aparecimento ou agravamento destes sintomas, numa pessoa que ressona excessivamente, levanta a suspeita de apneia de sono. Como estes indivíduos raramente se apercebem que têm pausas respiratórias, é importante ouvir os familiares para perceber se existem episódios de paragens respiratórias durante o sono.
A Polissonografia é um exame em que o doente é observado durante uma noite de sono, permitindo monitorizar a passagem do ar pelas vias aéreas superiores, a quantidade de oxigénio no sangue e a posição corporal. Permite-nos classificar a gravidade da Apneia do Sono, contando o número de paragens da respiração durante o sono:
Permite também saber se há predominância das apneias com a posição (Apneia do Sono Posicional), o que acontece em muitos casos e pode ser melhorado simplesmente dormindo de lado, reduzindo assim a obstrução à passagem de ar pelas vias respiratórias superiores.
No entanto, estas medidas não são suficientes para a maioria dos doentes, sendo necessária a utilização, durante o sono, de um ventilador, que impede o colapso/obstrução das vias aéreas superiores através da manutenção de uma pressão positiva, corrigindo os distúrbios respiratórios. Esta forma de pressão positiva pode ser conseguida através de CPAP, auto-CPAP ou BiPAP, dispositivos que diferem entre si pelo facto de a pressão ser fixa/ajustável e ser emitida apenas durante a expiração ou também na inspiração.
Para este tratamento ser eficaz é fundamental que seja usado pelo menos 6 horas por noite, todas as noites, e que a máscara nasal/facial esteja bem ajustada ao doente, para impedir as fugas de ar.
Existem alternativas como os aparelhos dentários e as válvulas nasais, muito populares pela sua facilidade de utilização, mas menos eficazes, destinando-se apenas aos doentes que não se conseguem mesmo adaptar aos aparelhos.
O médico assistente é o melhor profissional para adaptar a terapêutica a cada caso.
A sintomatologia e os riscos associados à Síndrome de Apneia Obstrutiva do Sono podem ser controlados com a redução do peso e com a instituição, durante o sono, de um ventilador, nos casos mais graves.