Herpes simplex

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Autor: Ana Barroso Miranda, Joana Ferreira Oliveira, Ramon Areas

Última atualização: 2018/11/26

Palavras-chave: Herpes Simplex; Herpes Labial; Herpes Genital



Resumo


O herpes simplex é um vírus que causa infeção em pele e mucosas, havendo 2 tipos deste vírus. A transmissão do vírus tipo 1 ocorre habitualmente na infância e a do tipo 2 ocorre habitualmente na adolescência ou idade adulta, após o inicio da atividade sexual.
As lesões de herpes surgem agrupadas, com aspeto tipo “bolha” e evoluem para crostas após alguns dias, acabando posteriormente por desaparecer. Podem haver várias recorrências desta infeção ao longo da vida, uma vez que o vírus fica alojado em estruturas nervosas no organismo.
Não existe uma cura definitiva, mas existem medidas para diminuir a frequência e a duração das recorrências e reduzir a transmissão para outras pessoas.




Herpes simplex


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O Herpes simplex é um vírus muito comum que pode infetar a pele e as mucosas. Existem 2 tipos deste vírus, sendo que o tipo 1 é o principal responsável pelo herpes labial e o tipo 2 pelo herpes genital.
O vírus herpes simplex é muito prevalente, sendo o Homem o seu principal reservatório. Dados de um estudo serológicos (com pesquisa de anticorpos específicos para o vírus no sangue) realizado na europa indicam que 65,6% da população teria tido contacto com vírus do tipo 1 e 15,5% com vírus do tipo 2.

Como se transmite?


O contágio com o vírus herpes tipo 1 ocorre habitualmente na infância, através do contacto com saliva, secreções ou pele contaminadas. Recentemente, tem sido reconhecida a possibilidade de transmissão do vírus herpes tipo 1 através de contacto sexual, nomeadamente sexo orogenital, com aparecimento de lesões genitais.
O contágio com vírus herpes tipo 2 ocorre predominantemente por contacto sexual, através de lesões contaminadas.

Como evolui a infeção e como se manifesta?


  • Primoinfeção herpética
Corresponde à infeção inicial pelo vírus, que pode ser assintomática ou cursar com lesões que surgem no local de contágio 2 a 20 dias após o contacto com secreções infetadas; nesta fase o vírus multiplica-se e aloja-se em estruturas nervosas vizinhas;
  • Latência
Corresponde ao período em que o vírus fica “adormecido” nas estruturas nervosas;
  • Reativação
Corresponde aos períodos em que o vírus volta a estar “ativo” e se replica, causando novamente lesões na pele ou nas mucosas. Estas reativações podem ocorrer devido a vários fatores, resultando em recorrências da infeção.



Herpes Labial


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A primoinfeção pode apresentar-se com sintomas iniciais inespecíficos como febre, falta de forças, cansaço e sensação de picada ou formigueiro. Alguns dias depois surgem as lesões mais características sob a forma de vesículas (pequenas “bolhas” com líquido) agrupadas sobre uma pele que se encontra ruborizada e que causa prurido (comichão); estas lesões tornam-se mais amareladas e acabam por rebentar, dando lugar a feridas com ou sem crosta, que cicatrizam em 2-3 semanas, sem deixar cicatriz. Pode haver também o aumento de alguns gânglios no pescoço. Para além de lesões nos lábios, pode haver também na pele à volta dos lábios, no nariz, nas bochechas, nos dedos (panarício herpético), nos olhos (queratite herpética) e nas crianças lesões tipo “afta” na boca, gengivas e garganta (gengivoestomatite).
Quando a infeção está latente não existe qualquer sintoma, sendo que apenas nas recorrências há nova replicação do vírus e surgem novamente lesões tipo “bolha”, próximo do local inicial de contágio, mas que são menos exuberantes e que duram menos tempo.

Herpes Genital


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A apresentação e curso do herpes genital é muito semelhante ao herpes labial, embora mais exuberante. No homem as lesões acometem frequentemente a glande e o prepúcio e na mulher principalmente a região da vulva, sendo extremamente dolorosas. Podem também haver lesões na pele circundante.
Quando a infeção inicial por herpes genital ocorre na gravidez pode ser necessário fazer cesariana para impedir a transmissão para o bebé na altura do parto.

O que provoca as recorrências?


Não se sabe bem o que provoca as recorrências, mas pensa-se que estas ocorram quando há uma fragilidade do sistema imunitário, como stress intenso, exposição solar exagerada, ocorrência de outras infeções ou lesões na pele.

Qual o tratamento?


Não existe uma cura definitiva para o vírus herpes. No entanto, existem antivíricos de aplicação local (cremes) e de toma oral que podem encurtar a duração das erupções. Quando existem muitas recorrências, pode ser considerado um tratamento mais prolongado com toma diária de medicação antiviral por via oral, de modo a reduzir a frequência destes episódios. Ainda não existe nenhuma vacina para este vírus, embora estejam em investigação.

Que cuidados posso ter?


Dadas as características deste vírus a prevenção da transmissão torna-se difícil, uma vez que pode acontecer mesmo na ausência de lesões visíveis. No entanto, existem alguns cuidados que se pode ter.

Medidas gerais:
  • Manter hábitos de vida saudáveis e sono adequado;
  • Evitar exposição solar exagerada e utilizar cremes com fator de proteção ultravioleta elevado uma vez que as queimaduras solares podem precipitar recorrências;
  • Comportamentos sexuais seguros e prevenção de doenças sexualmente transmissíveis.



Se estiver com infeção ativa na pele:
  • Evitar que a pele com lesões toque noutras pessoas;
  • Utilizar lenços descartáveis para secar as lesões e descartar imediatamente;
  • Não utilizar toalhas comuns;
  • Evitar dar beijos se estiver com lesões labiais;
  • Evitar relações sexuais se tiver lesões genitais, uma vez que mesmo com utilização de preservativo, pode não haver cobertura de todas as lesões;
  • Ter especial cuidado com populações com risco de infeções mais graves como os idosos, pessoas gravemente doentes, crianças, pessoas com problemas imunitários.



Conclusão


O vírus herpes são responsáveis pelo herpes labial e pelo herpes genital. Esta infeção tem algumas características e evolução particulares e apesar de não existir uma cura, há vários cuidados que podem minimizar as consequências da infeção.

Referências Recomendadas





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