Autor: Adília Rafael
Última atualização: 2019/06/04
Palavras-chave: Fasciite Plantar, Dor no calcanhar, Fáscia Plantar, Calçado, Exercício
ÍndiceResumoA fasciite plantar é uma causa frequente de dor no calcanhar. Consiste numa dor aguda que surge logo de manhã nos primeiros passos após o acordar e acentua-se após longos períodos de pé ou na mudança de posição de sentado para a de pé. |
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A fáscia plantar é uma banda espessa de tecido que existe na planta do pé e que liga o calcanhar até à base dos dedos. A elasticidade da fáscia plantar é responsável por ditar o arco do pé de cada pessoa, distribuindo a pressão sobre os vários ossos que existem da forma mais uniforme possível.
A fasciite plantar é uma inflamação desta fáscia, normalmente provocada pela repetição dos estiramentos, levando ao aparecimento de sintomas como a dor. Estima-se que uma em cada dez pessoas seja afetada durante a sua vida e que cerca de 2 milhões de pessoas por ano no mundo recebam tratamento para este problema.
Esta situação dolorosa comum surge com mais frequência nas pessoas entre os 40 e os 60 anos de idade, nomeadamente nas mulheres. Existem várias causas:
Por norma, os sintomas de uma fasciite plantar vão surgindo com o tempo; é comum atingir apenas um pé mas não quer dizer que não possa surgir nos dois. As pessoas com este problema queixam-se de uma dor tipo pontada no calcanhar ou na restante planta do pé, que ocorre logo pela manhã após os primeiros passos e que alivia com as caminhadas. Se longos períodos de pé ou na posição sentada, a dor pode reaparecer.
Para tentar evitar ou, pelo menos, diminuir estes sintomas, a tendência será alterar o modo de caminhar e a forma como apoia o pé no chão, podendo causar problemas noutros locais como os joelhos, anca e até na coluna. Por estes motivos, é importante identificar atempadamente este problema, permitindo dirigir o tratamento.
Na maior parte das vezes, os sintomas são típicos e permitem afirmar o diagnóstico. Uma ecografia vai mostrar a inflamação da fáscia. Pode haver interesse em fazer outros exames como a radiografia ou a ressonância magnética para excluir outras doenças (fraturas, esporão do calcâneo ou compressões dos nervos, por exemplo).
O tratamento passa pela adoção de medidas conservadoras que normalmente resolvem o problema na grande maioria dos casos. Estas medidas incluem:
O tratamento pode ainda incluir o recurso a medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios não esteroides para controlo da dor e da inflamação. Os corticoides podem ser também uma opção. As infiltrações por injeção direta no local são úteis, eficazes e rápidas a atuar, embora possam enfraquecer a fáscia e causar a sua rotura.
A iontoforese é outra forma de aplicação que consiste na utilização do medicamento sobre a pele que é absorvido de forma indolor mediante a aplicação de uma corrente elétrica. A fisioterapia também pode ser útil, bem como a utilização de ondas de choque ou de equipamentos específicos para normalizar, fortalecer e alongar a fáscia. A cirurgia é reservada para os casos graves e que não melhoram com os tratamentos instituídos.
O principal fator de risco é o excesso de peso/obesidade. Controlar o peso através de uma alimentação equilibrada, da prática regular de atividade física e adotando um estilo de vida saudável é fundamental.
A escolha do calçado é também muito importante. O calçado deve ser adequado ao exercício e ao pé, com o cuidado de o renovar assim que necessário. No dia-a-dia, deve-se optar por usar sapatos fechados com um bom suporte do arco do pé, podendo recorrer ao uso de ortóteses (palmilhas).
A fasciite plantar é uma situação dolorosa que deve ser detetada e tratada a tempo, impedindo a evolução para um quadro de dor crónica ou outros problemas noutras articulações.