Sarna (escabiose)

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Autor: Susana Sá

Última atualização: 2016/02/17

Palavras-chave: Escabiose, Sarna humana, Prurido

Resumo


A sarna (escabiose) é uma das parasitoses mais frequentes no ser humano e pode afetar qualquer pessoa independentemente da sua etnia e classe social. Pode ser transmitida por contacto direto com pessoas afetadas ou através do contacto com objetos ou materiais infestados.
Clinicamente é caracterizada por comichão, principalmente à noite, e alterações cutâneas, como pápulas e lesões de coceira em localizações específicas.
É fundamental recorrer ao seu médico assistente de forma a confirmar o diagnóstico e proceder ao tratamento imediato. Se não tratada, pode rapidamente progredir, podendo contagiar todos os contacto diretos.

Sarna humana


A sarna (escabiose) é uma das parasitoses humanas mais frequentes, causada pelo ácaro Sarcoptes scabiei var. hominis, que parasita apenas o ser humano. Afeta pessoas de todas as etnias e classes sociais. Contudo, o risco de surtos graves e de escabiose complicada é particularmente alto em instituições, populações carenciadas e indivíduos imunodeprimidos.



Contágio


O contágio pode ocorrer por contacto direto com pessoa afetada (o mais frequente), por contacto com objetos ou materiais infestados (toalhas, roupa, lençóis…) ou por contacto sexual.

Sintomas


A queixa mais frequente é a comichão (prurido), principalmente à noite.
Os sulcos ou galerias (linhas onduladas com aproximadamente 1,5 cm de comprimento que, em alguns casos, apresentam uma pápula minúscula numa das extremidades da linha) são alterações cutâneas muito sugestivas de sarna. No entanto, a sua visualização é atualmente rara. As pápulas e as lesões de coceira são as alterações cutâneas mais comuns, com localizações características:

  • No adulto, as lesões distribuem-se abaixo do pescoço, com predomínio nas axilas, cotovelos, punhos, eminência tenar (mãos), espaço interdigital dos dedos das mãos, região umbilical, cintura, região glútea e face interna das coxas. Nas mulheres pode atingir as aréolas mamárias e no homem a região genital.
  • Em crianças o envolvimento é generalizado, com atingimento do couro cabeludo, da face, tronco, prega pós-auricular (“atrás da orelha”) e extremidades, incluindo palmas e plantas.

Na escabiose não tratada pode ocorrer a infeção da pele (por exemplo, por Staphylococcus aureus e/ou Streptococcus pyogenes), ao nível das lesões cutâneas de coceira. Por outro lado, facilmente se propaga devido ao fácil contágio por contacto direto.
As pessoas imunodeprimidas, debilitadas e idosas apresentam um risco maior de desenvolver uma forma grave de sarna denominada sarna crostosa ou norueguesa, em que ocorre hiperinfestação por milhões de parasitas, sendo altamente contagiosa e de difícil tratamento.

Tratamento


Perante as queixas descritas, deve consultar o seu médico assistente para:

  • Confirmar o diagnóstico e ser tratado;
  • Os contacto próximos, parceiros e familiares, deverão realizar o tratamento simultaneamente, mesmo na ausência de sintomas;
  • O tratamento deverá ser aplicado no corpo todo, incluindo cabeça, pescoço, face e orelhas, mesmo em áreas sem prurido (excluindo-se as mucosas);
  • Após 24 horas do início do tratamento, o risco de transmissão é mínimo  o regresso ao infantário, escola e/ou trabalho é, geralmente, permitido após 1 dia de tratamento! Contudo, a sarna não é uma doença de evicção escolar obrigatória.


Para além do tratamento farmacológico que o seu médico indicar, deverão ser adotadas as seguintes medidas complementares, essenciais para a desinfestação de objetos ou materiais:

  • Mudar a roupa da cama após efetuar o primeiro tratamento.
  • Lavar toda a roupa em utilização, isto é, dos 3 dias anteriores após o início dos sintomas, a temperatura superior a 60º, ou limpar a seco, ou manter a roupa em sacos fechados durante 3 a 7 dias .
  • Não é necessário tratar os animais domésticos.


Após o tratamento:

  • Pode manter comichão residual: é temporária e resolve com a hidratação da pele.
  • A pele pode ficar irritada: deve hidratar a pele diariamente com um creme gordo.
  • Se mantiver os sintomas após 2 semanas: deve recorrer novamente ao seu médico assistente.


Prevenção


A sarna pode ser prevenida através de:

  • Evitar o contacto direto com pessoa que tenha escabiose e com objetos ou materiais possivelmente infestados (vestuário, roupa de cama, de banho…);
  • Tratar pessoas com escabiose e contactos íntimos, mesmo na ausência de sintomas;
  • Proceder às medidas gerais em relação aos objetos ou materiais possivelmente infestados.



Conclusão


A escabiose é uma parasitose muito frequente e pode afetar qualquer pessoa, independentemente da sua classe social e etnia!
Quando rapidamente diagnosticada e tratada é facilmente controlada, impedindo assim, o contágio dos contactos diretos.


Referências recomendadas



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