Autor: Juliana Pais, Ana Teresa Abreu, Carla Pina
Última atualização: 2016/12/09
Palavras-chave: Depressão, Idoso, Antidepressivos, Psicoterapia, Ansiedade
A Depressão é um problema de saúde comum, recorrente e importante que afeta pessoas de todas as idades. Cerca de 30% da população idosa apresenta algum tipo de perturbação mental. A perturbação depressiva e as demências são os problemas mentais mais comuns nesta faixa etária, com grande impacto no cuidador e no doente.
O envelhecimento e suas sequelas podem ser fatores de risco importantes para a Depressão, sendo esta uma doença que merece especial atenção nas pessoas idosas pela sintomatologia muitas vezes inespecífica. Problemas como a incapacidade de locomoção, a diminuição da visão e a perda de memória podem contribuir em muito no desenvolvimento da Depressão no Idoso.
A Depressão no idoso surge, muitas vezes, de forma inespecífica, estando associada a sintomas diferentes e incaracterísticos. Por esse motivo é frequente que os idosos e os seus cuidadores não reconheçam estes sintomas como doença, atribuindo os mesmos ao processo de envelhecimento. Cerca de 30% da população idosa apresenta algum tipo de perturbação mental, sendo a Depressão uma das mais frequentes. Esta está no entanto ainda muito subdiagnosticada e subtratada.
Os idosos são uma população com maior risco de suicídio, sendo que a taxa de suicido é duas vezes superior que na população geral. Isto deve-se essencialmente a fatores predisponentes associados como são o caso do isolamento social, viuvez e patologias crónicas de base, sendo por isso importante estar alerta para esta patologia.
O subdiagnóstico da doença tem um impacto importante nas relações interpessoais do idoso e no controlo de outras doenças. É pois importante que os familiares e amigos estejam atentos aos sintomas que possam surgir, devendo recorrer a um profissional de saúde para esclarecimento de dúvidas.
As queixas principais associadas à depressão centram-se na alteração do humor (sendo mais comum a tristeza) e diminuição do interesse ou prazer em todas ou praticamente todas as atividades do dia. Estes podem estar associados a sintomas de angústia, cansaço, queixas de memória (esquecimentos), ansiedade, problemas com o sono (sendo a insónia a mais comum), perda ou ganho de peso, agitação ou lentificação, sentimentos de culpa excessiva, diminuição da concentração ou pensamentos recorrentes de morte.
No entanto podem estar presentes outros sintomas, menos comuns, que devem alertar os cuidadores. O idoso pode referir que se sente “diferente”, mostrar menos interesse nas coisas que habitualmente gostava de realizar ou pode ficar incomodado com coisas que antes lhe eram comuns. A presença de dores físicas generalizadas, especialmente quando os exames não mostram alterações são sinais de alerta que devem motivar a procura de ajuda.
A depressão pode associar-se a outras doenças como:
Existem aspetos ou situações que aumentam o risco de uma depressão
A prevenção da depressão no idoso passa por combater os fatores de risco, como por exemplo a manutenção de uma alimentação saudável e a prática regular de atividade física adequada à idade.
A solidão é um fator muito importante para a depressão. Manter a integração social com o grupo de amigos e na comunidade é fundamental na sua prevenção, procurando atividades que dêem prazer e mantenham ativo, onde possam aprender coisas novas, criar novos relacionamentos e ajudar a perceber quão úteis ainda podem ser.
O tratamento da depressão no idoso pode ser feito com base na psicoterapia e/ou em medicamentos. O tratamento combinado pode ser útil em alguns idosos. A maior parte dos tratamentos tardam algumas semanas em surtir efeito, cerca de três semanas, e este deve ser realizado por alguns meses. O profissional de saúde orientará a escolha do melhor tratamento para cada caso.
A depressão no idoso é comum e associa-se a sintomas inespecíficos.
É importante alertar os cuidadores sobre os sinais e sintomas desta patologia, com o objetivo de identificar os idosos em risco.