Autor: Ana Carolina Ferreira, Ana Filipa Martins, Ana Sofia Silva, Catarina Pinto, Cecília Pinto, Filipe Cruz, Inês Cruz, João Silva, Maria Inês Costa, Maria Inês Cunha, Mariana Cruz, Mariana Malonek, Maurício Dias, Tiago Cunha
Última atualização: 2017/12/06
Palavras-chave: Depressão, Prevenção, Rastreio, Suicídio, Estigma
ÍndiceResumoA depressão é uma das doenças mais incapacitantes do mundo e pode levar ao suicídio. O suicídio provoca a morte a 800 mil pessoas por ano em todo o mundo. Em Portugal há 10 pessoas em cada 100.000 que se suicidam anualmente. É urgente eliminar o estigma associado a estes temas que nos são mais próximos do que poderíamos imaginar e passar à ação, contribuindo para a criação de um ambiente protetor. |
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A Saúde define-se como um estado de completo bem-estar físico, mental e social.
De acordo com a Direção Geral da Saúde, as perturbações mentais têm vindo a aumentar e os diagnósticos mais comuns são as perturbações de ansiedade e depressão, altamente prevalentes na população. A depressão é uma situação preocupante na medida em que muitos dos doentes deprimidos apresentam ideação suicida.
Em Portugal, os dados oficiais mostram uma taxa de mortalidade por suicídio de 10.9 por cada 100.000 habitantes (2015). Nos jovens, o suicídio é a segunda causa de morte, o que os coloca num grupo de risco acrescido.
Num inquérito que realizamos em estudantes do ensino superior, encontramos um número significativo de pessoas com sintomas de depressão e alguns inclusivamente em risco de suicídio.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a depressão é a doença mais incapacitante do mundo e pode afetar qualquer pessoa, em qualquer idade.
Manifesta-se de forma variável, podendo levar a ideação suicida (pensamento ou ideia que engloba desejos, atitudes ou planos do indivíduo para acabar com a sua própria vida) e até mesmo ao suicídio na forma consumada. Cerca de metade dos doentes com depressão apresentam ideação suicida, sendo que por cada suicídio efetivo existem cerca de 20 tentativas não concretizadas.
A depressão é curável e uma percentagem significativa de suicídios podem ser evitados se a população em geral souber detetar sinais e sintomas e contribuir para a existência um ambiente de cooperação com a pessoa deprimida.
Há sinais que podem indiciar a presença de depressão e/ou ideação suicida:
Estar atento é fundamental, transmitir a sensação de compreensão, reconhecer o sofrimento e valorizá-lo. Por vezes é suficiente estar com a pessoa, deixá-la verbalizar as suas preocupações e reforçar que a depressão é comum, tratável e não um sinal de fraqueza. Não se deve deixar sozinho alguém que esteja na iminência de cometer suicídio, mas sim conversar com a pessoa e conduzi-la ao meios de apoio existentes. O número nacional de emergência (112) pode ser utilizado em casos urgentes.
Em situações menos urgentes, o doente poderá dirigir-se ao médico de família, que o encaminhará para o especialista adequado. No Porto existe ainda o Telefone da Amizade (228 323 535).
Também é muito importante trabalhar no sentido de implementar medidas que diminuam o estigma e promovam a saúde mental e não ter medo de questionar.
Rastrear a depressão pode ser muito simples:
Teve pouco interesse ou prazer em fazer coisas nas últimas duas semanas? | ||||
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Sentiu desânimo, desalento ou falta de esperança nas últimas duas semanas? |
Se responder diferente de não a qualquer uma das perguntas anteriores, consulte o seu médico porque poderá estar com uma depressão.
A Universidade do Porto disponibiliza o Gabinete de Apoio ao Estudante (GAE), no qual todos os alunos podem pedir (por via telefónica ou por e-mail) uma consulta de psicologia gratuita, sendo acompanhados por um especialista. Outras Universidades têm serviços semelhantes.
É importante que sejam conhecidos e acessíveis:
Vamos acabar com o estigma: é normal não se sentir sempre bem, é normal precisar de ajuda, é normal que os amigos ajudem, e é normal que existam apoios institucionais para quem precisa.
Uma boa saúde mental é fundamental para uma vida boa.