Autor: Carina Vaz de Freitas
Última atualização: 2019/06/04
Palavras-chave: Gravidez; Doença; Gravidez de risco
ÍndiceResumoDurante a gravidez é frequente o aparecimento de alguns sintomas, normais, próprios desta fase da vida da mulher. |
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Durante a gravidez é frequente o aparecimento de alguns sintomas que ocorrem devido às alterações no organismo, próprias deste período. Alguns destes sintomas são transitórios, mas podem prolongar-se durante toda a gravidez. Embora muito frequentes e, geralmente, sem gravidade, é importante conhecê-los e saber que medidas podem ser adotadas para a sua melhoria/resolução e quando deve a grávida preocupar-se e procurar ajuda médica.
As náuseas e os vómitos são sintomas muito frequentes, sobretudo no 1º trimestre da gravidez. Não representam perigo desde que a grávida consiga manter a sua alimentação e hidratação, nem estejam associados a perda de peso significativa (superior a 5%), febre, diarreia, dor abdominal ou lombar intensa, dor de cabeça ou elevação da pressão arterial. Perante algum destes sintomas, a grávida deverá ser avaliada pelo seu médico assistente. Medidas como realizar refeições regulares e em pequenas quantidades, com alimentos pouco gordurosos, beber frequentemente e em pequenas quantidades, nomeadamente chá de gengibre ou de menta, e evitar deitar-se imediatamente após as refeições, podem ser eficazes no alívio das náuseas ou vómitos. Outras medidas, nomeadamente os medicamentos, deverão passar por uma avaliação médica personalizada.
A azia e a prisão de ventre (obstipação), tendem a agravar ao longo da gravidez por efeito de compressão do útero. Evitar refeições pesadas, evitar os alimentos com potencial de agravar (como o chocolate, o chá e o café), e evitar deitar-se após as refeições são medidas úteis para lidar com a azia. O aumento da ingestão de líquidos não gaseificados, de frutas e vegetais (sobretudo verduras) e a prática regular de exercício físico são boas formas de combater a obstipação.
As dores nas costas (lombalgias) ou abdominais devem-se frequentemente ao crescimento do útero, com estiramento de ligamentos e ao aumento do volume abdominal. Em geral são benignas e aliviam com repouso ou utilização de cinta. Dores mais intensas, ou que se associem a febre ou alterações das características da urina devem levar a uma avaliação médica com brevidade.
As secreções vaginais sofrem alterações que na quantidade quer no aspeto durante a gravidez, sem que isso corresponda a qualquer sinal de gravidade. A avaliação médica é necessária perante outros sintomas como comichão (prurido) intensa, cheiro anómalo ou intenso, dor ou ardor quando urina e dor ou desconforto abdominal intensos.
Perante algum destes sintomas ou sinais, a grávida deve ser observada pelo seu médico assistente:
Gravidez não é doença, mas é uma das alturas da vida da mulher em que recorre mais vezes aos serviços de saúde. A maioria das alterações são benignas e não exigem qualquer cuidado. Estar atenta aos sinais de alerta e estabelecer um canal de comunicação efetivo com o médico assistente é fundamental para evitar complicações.