Autor: Sofia Macedo Silva, Ana Isabel Miranda
Última atualização: 2018/03/27
Palavras-chave: Álcool; Dependência; Alcoolismo
ResumoO consumo de álcool é a 3ª principal causa de doença e morte prematura a nível mundial. |
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O consumo excessivo de álcool é a 3ª causa de doença e morte prematura a nível mundial.
Portugal é um dos países da União Europeia com maior consumo de bebidas alcoólicas. Segundo a Organização Mundial de Saúde, em Portugal, de 2008 a 2010, foram consumidos uma média de 12,9 litros de álcool puro por pessoa, principalmente no sexo masculino.
O álcool etílico ou etanol é uma substância resultante da fermentação de açucares de produtos de origem vegetal (fruta, mel) sob a ação de microrganismos. A concentração de álcool depende do tipo de bebida - graduação alcoólica (percentagem de volume de álcool puro). Por exemplo, a cerveja possui 6%, o vinho 12%, o whisky 40% e shots 40% ou mais.
Para calcular a quantidade em gramas de álcool numa bebida, multiplica-se o volume da bebida (1 copo de vinho são 100 ml) pela percentagem de álcool por volume (vinho maduro tinto de 12,5% vol) e pela densidade do álcool (0,789, normalmente arredondado a 0,8).
Assim: um vinho com 12,5% vol. contém 12,5 ml de álcool/100 ml de vinho x 0,8 g/ml = 10 g de álcool/100 ml de vinho (1 copo). Se beber 2 copos vai ingerir 20 g e por aí fora.
Álcool (g) = % vol x volume da bebida (L) x densidade do álcool
O álcool pode ser consumido em quantidade moderada de forma regular ou esporádica:
Nestas quantidades, as bebidas alcoólicas podem ser benéficas na proteção das doenças cardiovasculares. Um consumo superior é considerado excessivo.
Em consumo esporádico não deve exceder, numa única ocasião, as 40g de álcool na mulher e 50g no homem (equivalente a 4 e 5 copos de vinho, respetivamente).
O Binge Drinking corresponde a um padrão de consumo superior a esta quantidade e mais de 2 vezes por mês. Tem aumentado sobretudo nos jovens.
Há situações em que o consumo mesmo ligeiro deve ser evitado como as crianças e adolescente, na gravidez, nas dependências, em algumas doenças nomeadamente do fígado e do coração, juntamente com alguns medicamentos, e nos condutores ou trabalhadores a operar máquinas.
O alcoolismo é um padrão de consumo de álcool, prolongado no mínimo durante 12 meses, que leva a sofrimento e se associa a:
Contudo os efeitos na condução podem ocorrer com valores inferiores aos 0,5 g/L estipulados por lei. Acidentes rodoviários decorrem da redução da concentração, dificuldade de realizar manobras e tendência à impulsividade com menor capacidade de reação.
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O processo de mudança de comportamento inclui várias fases:
As recaídas podem acontecer em qualquer das fases.
O tratamento da dependência alcoólica exige uma abordagem personalizada e multidisciplinar, podendo incluir o internamento numa instituição ou numa comunidade terapêutica.
O tratamento farmacológico é direcionado ao controlo dos sintomas e redução do desejo de beber. Não há nenhum medicamento para curar o alcoolismo. Em cada caso, o médico poderá prescrever a melhor opção.
A psicoterapia é habitualmente aliada ao tratamento farmacológico. O suporte da família, amigos e grupos de apoio, por exemplo, os Alcoólicos Anónimos, é fundamental para a recuperação. O acompanhamento médico a longo prazo é também crucial para assegurar o processo de abstinência, evitando as recaídas em momentos de maior fragilidade.
A abstinência alcoólica é uma conquista diária e contínua!
A melhor forma de prevenir é aprender a beber com moderação, não ultrapassando as doses diárias recomendadas.
Mas há pessoas que não o conseguem fazer e essas não podem começar a beber.
Reconhecer o problema, perceber a solução e enquadrá-la na sua vida pode prevenir o aparecimento de complicações graves e irreversíveis, seja a nível físico para a sua saúde, a nível psicológico para a sua mente, e a nível social para a sua família, amigos, trabalho e restante comunidade.
Se consome álcool em excesso, de forma contínua ou episódica, procure ajuda profissional pois há solução.
E não pense que o problema é dos outros pois a maior responsabilidade é de quem toma o primeiro copo.