Candidíase vaginal

Autor: Catarina Rocha Vieira, Gustavo Gomes Oliveira, Marta Magalhães

Última atualização: 2018/04/29

Palavras-chave: Candidíase vaginal; leucorreia; Candida albicans, flora vaginal



Resumo


A Candidíase vaginal é uma patologia ginecológica fúngica muito frequente, mas também bastante incomodativa pela sintomatologia que provoca. É motivo frequente de consulta médica.
A prevenção é possível atuando sobre os fatores de risco.
Um corrimento esbranquiçado e grumoso, acompanhado de comichão, é muito característico. O tratamento baseia-se no antifúngico que pode ser de aplicação local ou por via oral. O tratamento do parceiro não está recomendado se não houver sintomas que o justifiquem.




Candidíase vaginal


A candidíase é uma infecção vaginal bastante frequente provocada por um fungo chamado Candida. Embora existam diferentes espécies, a mais comum é a Candida albicans. Aproximadamente três quartos das mulheres apresentarão pelo menos um episódio de candidíase ao longo da vida.

Quais são os principais fatores de risco?


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Este fungo existe no organismo e vive em equilíbrio com a flora vaginal. A infeção manifesta-se quando, por algum motivo, ocorre um crescimento superior ao normal e consequente proliferação. Por esta razão é, muitas vezes, chamado de oportunista uma vez que se manifesta perante uma fragilidade da pessoa.
Há determinados fatores de risco que predispõem à infecção:

  • Fármacos, como antibióticos ou corticóides
  • Nas mulheres que já tiveram episódios anteriores de candidíase vaginal
  • Deficiência do sistema imunitário
  • Fatores hormonais (Grávidas, contracetivos orais de altas doses)
  • Algumas doenças como a diabetes

A candidíase vaginal pode ser transmitida por via sexual. Mas a existência comum do fungo na flora normal da cavidade vaginal e do intestino dão-lhe um caráter diferente nesta classificação. O maior problema está no papel facilitador da transmissão de outras infeções que a sua presença pode condicionar.

Quais são os sintomas?


Manifesta-se por um corrimento vaginal esbranquiçado, espesso e grumoso, quase sempre inodoro e muito semelhante a requeijão ou a leite coalhado. Está, na maioria das vezes, associada a uma comichão intensa, sendo esta quase sempre a principal queixa. O ardor e dor associada às relações sexuais são também referidas com frequência. As paredes vaginais podem apresentar-se avermelhadas e até mesmo fissuradas, e podem inclusivamente surgir úlceras nos casos mais graves ou arrastados no tempo.

É necessário fazer exames?


Na maioria das vezes os sintomas característicos, confirmados no exame ginecológico são suficientes para o diagnóstico. Raramente pode ser necessário a confirmação laboratorial.

Há tratamento?


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Sim, a boa notícia é que há tratamento.
Os antifúngicos em aplicação local (tópica, em pomada/creme/óvulos) ou por via oral estão indicados nas mulheres com sintomas relacionados com a infeção. Nas mulheres sem sintomas não está recomendado fazer qualquer tratamento, mas a avaliação médica decidirá a melhor opção em cada caso.
Atualmente não há necessidade de se tratar o parceiro por rotina. A profilaxia antifúngica nas mulheres a tomar antibiótico ou corticoides pode ter interesse em alguns casos, mas não em todos. O médico assistente poderá propor a abordagem mais adequada ao caso concreto.

Conclusão


Embora afete uma grande maioria das mulheres pelo menos uma vez na vida e, em alguns casos várias vezes, a candidíase vaginal tem tratamento. O exame ginecológico é fundamental para confirmar o diagnóstico e acertar um tratamento individualizado.

Referências recomendadas


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