Crianças com Necessidades Educativas Especiais

Autor: Ana Baía, Ana Marques, António Mendes, Cláudia Barbosa, Diana Rocha, Diogo Silva, Filipa Santos, Filipe Ortigão, Gonçalo Pereira, Inês Morais, Jéssica Patrocínio, Juliana Teixeira, Maísa Pita, Rafael Cardoso, Sara Brito, Sofia Moreira, Tânia Rocha

Última atualização: 2017/12/09

Palavras-chave: Crianças com Necessidades Educativas Especiais; Estratégias de inclusão; Ensino especial



Resumo


A expressão “Crianças com Necessidades Educativas Especiais” refere-se a crianças que precisam de serviços de educação especial e que têm programas educativos individuais. São crianças que estão a demonstrar dificuldades no ensino e que, por várias razões, precisam de ajuda ou de atenção adicionais por parte dos educadores.
No ano letivo de 2015/2016 existiam mais de 78 000 crianças e alunos com Necessidades Educativas Especiais, 99% encontravam-se matriculadas em escolas regulares.
É fundamental que a inclusão destas crianças seja efetiva tanto no seu meio educativo como fora deste. Por isso, é indispensável saber como lidar com os casos, conhecer as soluções de inclusão e entender os direitos e as vantagens das crianças e alunos com necessidades educativas especiais no seu meio social.




O que são Crianças com Necessidades Educativas Especiais?


As crianças com Necessidades Educativas Especiais são aquelas que podem necessitar de apoios e serviços de educação especial durante todo ou parte do seu percurso escolar, por forma a facilitar o seu desenvolvimento académico, pessoal e socioemocional, por exibirem determinadas condições específicas como o autismo, a hiperatividade, as dificuldades de concentração, as dificuldades motoras, as dificuldades sensoriais, as dificuldades de aprendizagem e as dificuldades de compreensão e expressão.
Independentemente da incapacidade de cada criança, reconhece-se que todas mantêm o direito à educação, o direito à igualdade de oportunidades e o direito a uma participação ativa na sociedade.

Conceito de inclusão


A inclusão é ser participante, ser considerado, “fazer parte de”, ser levado a sério e ser encorajado, por isso, requer a promoção das qualidades próprias de cada um, sem discriminação.
Seja no jardim-de-infância, na escola ou noutro contexto, inclusão significa que todas as crianças (com ou sem necessidades especiais) brinquem e aprendam de acordo com o seu nível próprio de desenvolvimento em cooperação, permitindo atingir o máximo rendimento em função do seu potencial.

Vantagens da inclusão nas crianças com Necessidades Educativas Especiais


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  • Melhoraria do comportamento social;
  • Maior facilidade em jogos e brincadeiras;
  • Melhoria dos resultados escolares;
  • Redução da estigmatização;
  • Crescimento em ambientes integrados.
  • Maior aceitação e respeito pela diferença;
  • Participação e partilha de aprendizagens;
  • Desenvolvimento da autoestima;
  • Desenvolvimento de apoio e companheirismo mutuo;
  • Construção de uma sociedade mais solidária.



Estratégias para ajudar na inclusão para Crianças e População Geral


Crianças com problemas de visão
Crianças
População Geral
  • Necessidade de se aproximar mais das coisas;
  • Realizar jogos maiores;
  • Usar figuras e textos maiores, com alto contraste e visibilidade;
  • Controlar luminosidade;



Crianças com problemas de audição
Crianças
População Geral
  • Falar diretamente para a criança;
  • Falar alto e calmamente;
  • Usar gestos, objetos, expressões faciais;
  • Repetir se for preciso ou dizer de forma diferente;
  • Acentuar o início e o fim das frases.



Crianças com dificuldades motoras
Crianças
População Geral
  • Ensinar jogos e exemplificar;
  • Convidar a criança para as brincadeiras;
  • Fortalecer os pulsos e dedos;
  • Estimular a coordenação olhos/mãos (exemplo: tesouras)
  • Oferecer oportunidades para interagir com outras crianças;
  • Utilizar equipamento especial (tesouras adaptáveis que requeiram menor força de mãos);
  • Utilizar atividades variadas e multissensoriais;
  • Alternância entre atividades ativas e atividades passivas.



Crianças com dificuldade de compreensão
Crianças
População Geral
  • Usar frases simples;
  • Dar tempo para processar e responder;
  • Usar gestos;
  • Ajudar com os exercícios das aulas.
  • Usar frases curtas, simples e com vocabulário pouco ambíguo;
  • Verificar a se compreendeu o que lhe disse;
  • Convencer as crianças a convidarem a outra para se juntar a elas e mostrarem-lhe o que estão a fazer;



Crianças com dificuldade de expressão
Crianças
População Geral
  • Ouvir cuidadosamente;
  • Encorajar a criança a falar mais;
  • Encorajar a criança a explicar-se com base em figuras e objetos;
  • Mesmo que a criança não fale, é possível fazer algum tipo de jogos;
  • Dar tempo para a criança responder.
  • Encorajar a criança a falar mais (por exemplo: fazer perguntas que não sejam de resposta direta);
  • Encorajar convívio com crianças que a estimulem;
  • Escutar realmente o que a criança diz e como o diz;
  • Manter contacto visual;
  • Utilizar comportamentos desafiadores.



Crianças com dificuldades de concentração
Crianças
População Geral
  • Dar o exemplo e encorajar a criança a juntar-se a ele na atividade, mostrando interesse.
  • Simplificar atividades;
  • Alterar ou reduzir o número de etapas de uma atividade;
  • Utilizar as preferências da criança;
  • Adaptação de materiais, tornando-os mais apelativos visualmente.



Todos diferentes … todos iguais


Todos somos diferentes e as necessidades educativas são apenas uma característica.
As crianças com necessidades educativas especiais são capazes de atingir os mesmo resultados, mas necessitam de abordagens de ensino e formas de contactar distintas.
Todos temos um papel ativo na sociedade e na forma como a mesma procede à inclusão de crianças com necessidades educativas especiais. Este papel passa por garantir a igualdade de oportunidades para todos, de forma a atingir o melhor resultado no expoente do potencial de cada um.

Conclusão


O mais importante no contacto com as crianças com necessidades educativas especiais é disponibilizar ajuda, incentivar e elogiar as mesmas quando o merecem, respeitando o seu espaço e privacidade sem as excluir de atividades e “brincadeiras”, promovendo ativamente a criação de oportunidades para que elas mostrem o seu verdadeiro potencial.

Referências recomendadas


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