Autor: Bárbara Alexandre, Gustavo Costa
Última atualização: 2021/11/10
Palavras-chave: Doença inflamatória pélvica; Doenças sexualmente transmissível; órgãos reprodutores femininos.
ÍndiceResumoA doença inflamatória pélvica é uma infecção bacteriana dos órgãos reprodutores femininos, nomeadamente, das trompas de Falópio, dos ovários e do útero. |
---|
A doença inflamatória pélvica é uma infecção bacteriana do aparelho genital superior da mulher, nomeadamente, das trompas de falópio, dos ovários e do útero, podendo, por vezes, afetar outros órgãos pélvicos adjacentes.
É causada pela ascensão de bactérias pela via vaginal, estando associada em 85% das vezes a patógenos sexualmente transmissíveis (como a Chlamydia trachomatis e a Neisseria gonorrhoeae). Pode ser também causado por microrganismos associados a vaginoses bacterianas (como a Gardnerella vaginalis, Mycoplasma hominis e Ureaplasma urealyticum) e, numa minoria dos casos, a outros microrganismos.
O sintoma mais comum é a dor na região inferior do abdómen. A intensidade varia desde ligeira até muito intensa e pode agravar durante as relações sexuais. Outros sintomas incluem alteração do corrimento e o sangramento vaginal.
Estes sintomas ocorrem frequentemente durante alguns dias, podendo em situações mais raras desenvolverem-se durante semanas.
Raramente, pode ser assintomática.
Pode ser necessária a colheita de uma amostra do corrimento vaginal para pesquisa de microrganismos implicados, de forma a auxiliar o diagnóstico e tratamento.
O principal fator de risco é ser sexualmente ativo, dado que as bactérias causadoras da doença inflamatória pélvica são assim transmitidas, sobretudo quando já houve um episódio prévio de uma doença de transmissão sexual ou mesmo de doença inflamatória pélvica.
Este risco aumenta significativamente quando há múltiplos parceiros sexuais, relações desprotegidas (sem preservativo), ou um parceiro portador de uma doença sexualmente transmissível.
A prevenção deriva das situações que justificam o risco de vir a apresentar a doença:
A principal e a mais preocupante complicação da doença inflamatória pélvica é a infertilidade que deriva das cicatrizes e aderências dos tecidos provocada pela infeção.
Outras complicações incluem a sépsis e os abcessos locais. A longo prazo, podem aparecer a dor pélvica crónica, as irregularidades menstruais e o risco aumentado de gravidez ectópica (desenvolvimento do feto num local anormal do sistema reprodutor).
O tratamento é feito com antibióticos, por vezes em regime de internamento num hospital.
Pode ser necessário avaliar os parceiros e orientar também para tratamento se for necessário.
A doença inflamatória pélvica é frequentemente associada a infecção por bactérias transmitidas sexualmente. Pode ter consequências a longo prazo na saúde reprodutora da mulher. A sua prevenção passa por adoptar comportamentos sexuais seguros.