Ginecomastia no adolescente

Autor: Isabel Peixoto, Raquel Ramos, Vera Araújo, Ana Maria Gomes

Última atualização: 2018/09/09

Palavras-chave: Ginecomastia, Adolescência, Puberdade



Resumo


A ginecomastia no adolescente é uma condição frequente e traduz-se num aumento do volume mamário que pode ser unilateral ou bilateral.
Na maioria dos casos não é determinada uma causa específica, estando relacionada com um desequilíbrio hormonal com predomínio do efeito dos estrogénios, mas pode derivar de outras causas. Um exame médico é importante para despistar as possíveis causas, sobretudo quando aparece um aumento mamário rápido, superior a 4 cm ou a presença de ginecomastia antes da puberdade.
O tratamento depende causa identificada, mas na maioria dos casos a ginecomastia é uma situação autolimitada e não requer tratamento específico.




Ginecomastia no adolescente


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A ginecomastia consiste no aumento do tecido glandular mamário nos homens de qualquer idade, inclusive nos adolescentes. É uma situação frequente nos adolescentes e na maior parte das vezes sem gravidade significativa mas com interferência na imagem corporal condicionando grande impacto psicológico que pode afetar a qualidade de vida. Pode afetar 4% dos rapazes entre os 10 e os 19 anos.

Quais os sinais e sintomas?


A ginecomastia traduz-se por um aumento geralmente gradual do volume da mama, sobretudo abaixo do mamilo. Habitualmente verifica-se um aumento inferior a 4 cm de diâmetro. Pode ser uni ou bilateral e por vezes associa-se a dor mamária. É importante distinguir a ginecomastia da pseudoginecomastia, que corresponde à deposição de gordura (e não de glândula mamária) e é comum nos adolescentes obesos.

Quais as causas mais frequentes?


Com a puberdade pode ocorrer um desequilíbrio hormonal temporário com predomínio do efeito dos estrogénios. Contudo, com o avançar da puberdade os níveis de androgénios vão aumentando levando a atrofia e regressão da glândula mamária nos rapazes. No entanto, a ginecomastia pode ocorrer mesmo em rapazes com níveis hormonais normais. Na maioria dos casos não é encontrada uma causa específica.

Quando devo procurar um médico e que exames são necessários?


Num adolescente com ginecomastia é importante a observação médica, especialmente quando se verifica um aumento mamário rápido, superior a 4 cm ou se a ginecomastia surgir antes da puberdade.
O médico irá procurar uma eventual causa subjacente. É importante perceber se existem outros sintomas associados (como a dor mamária, escorrências pelo mamilo, alterações do peso corporal), se está a tomar alguma medicação, drogas ou suplementos alimentares, ou se existem doenças no adolescente ou de caráter familiar que possam justificar o aumento mamário (fígado, rim, tiroide, mama ou outros).
O médico irá realizar também uma avaliação cuidada da mama. Normalmente, a mama no homem é tendencialmente plana com um certo grau de saliência em torno do mamilo.
Os elementos da história clínica e da observação mamária são suficientes para o diagnóstico na maioria das vezes. Em alguns casos será necessário complementar com alguns exames sanguíneos, como o doseamento de algumas hormonas importantes, ou de imagem, como a ecografia mamária.

Qual é o tratamento?


A maioria dos casos de ginecomastia é do tipo pubertário, isto é, trata-se de um processo autolimitado associado ao desenvolvimento do adolescente e que regride geralmente em 1 a 3 anos (70% regride em 1 ou mais anos). Desdramatizar, acalmar o adolescente e a família e vigiar são a única atitude a tomar. Quando se identificam causas específicas, o tratamento será a remoção da causa.

  • Ginecomastia associada a medicamentos ou drogas: a suspensão do seu uso leva à regressão do problema;
  • Ginecomastia associada a alteração hormonal: pode estar indicado o tratamento medicamentoso.


Na ausência de alterações hormonais, o uso de medicação é controverso. No entanto, é necessário ter em conta que este problema surge na adolescência onde a autoimagem é uma questão muito importante, e pode ser ponderada a introdução de um tratamento com medicamentos com ação anti-estrogénica ou mesmo cirurgia. Em princípio, a cirurgia está reservada para os casos de ginecomastia persistente, ou seja, que não regride após 3 anos ou que se mantém após os 17 anos.

Conclusão


A ginecomastia no adolescente geralmente é autolimitada e, na maioria das vezes, não se identifica uma causa subjacente. Geralmente não é necessário tratamento.

Referências recomendadas



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