Autor: Leonardo Napoleão, Daniela Saraiva, Luciana Almeida, Daniela Catalão
Última atualização: 2020/02/03
Palavras-chave: Deslocamento do Disco Intervertebral, Ciática, Dor lombar, Atividade física, Abordagem da dor
Índice
ResumoA hérnia discal é uma doença frequente da coluna e causa de muita preocupação nas pessoas que apresentam dor lombar. No entanto, apenas uma minoria das dores lombares é causada por uma hérnia discal. Do mesmo modo, a maioria dos doentes com hérnias discais pode nunca apresentar sintomas. |
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A hérnia discal é uma doença que afeta a coluna.
A coluna vertebral é composta pelas vértebras, pela medula espinhal e nervos, pelos discos e por músculos, tendões e ligamentos.
Os discos são estruturas que estão localizadas entre as vértebras e funcionam como “almofadas amortecedoras” para os movimentos da coluna.
Quando os discos se rompem ou deslizam, dão origem a uma hérnia, que dará sintomas se pressionarem e irritarem os nervos que saem da coluna.
As hérnias discais podem acontecer em todos os segmentos da coluna, mas a grande maioria ocorre na coluna lombar.
Estima-se que aos 30 anos, cerca de 50% da população tenha algum grau de degenerescência discal, ou seja discos com alguns sinais de envelhecimento. Nas pessoas com mais de 60 anos, este valor ultrapassa os 90%.
As hérnias discais estão relacionadas com o envelhecimento dos discos e dos ligamentos que os suportam. É pouco provável que um único movimento brusco provoque uma hérnia discal.
A maior parte das hérnias discais não provoca sintomas.
O sintoma mais frequente é a dor lombar, que pode ou não irradiar pelo trajeto do nervo. Quando irradia pelo trajeto do nervo ciático, surge a denominada dor ciática.
Por vezes, pode dar uma dor semelhante a um choque elétrico. Noutros casos, a dor é acompanhada de dormência e formigueiros na perna ou no pé. Também é possível sentir espasmos musculares nas costas ou na perna.
Além da dor, pode haver fraqueza muscular nas pernas.
Em casos graves, é possível que se sinta o pé a falhar enquanto caminha, ou que haja perda do controle do intestino ou da bexiga. Estes sintomas são um motivo para ser avaliado rapidamente por um médico.
Os exames de imagem como a TAC e a Ressonância Magnética conseguem identificar uma hérnia discal como causa de dor lombar. No entanto, estima-se que as hérnias discais sejam responsáveis por apenas 4% de todas as dores lombares.
Por essa razão, nem todas as dores lombares implicam a realização destes exames. Uma avaliação clínica pelo médico poderá identificar sinais de gravidade e selecionar o melhor exame para diagnosticar o problema.
Em aproximadamente 90% dos casos, os sintomas melhoram com tratamento conservador. A maioria das hérnias discais não precisa de cirurgia.
Pondera-se o tratamento cirúrgico quando o conservador não aliviou as queixas. Como em qualquer tratamento, obriga a uma ponderação cuidadosa dos benefícios e dos riscos. Se for bem indicada, uma grande proporção de doentes com hérnia discal relata um alívio significativo da dor após a cirurgia.
Provavelmente não. Contrariamente ao senso comum, não há evidência de que mover ou levantar algo da maneira errada possa causar uma hérnia.
No entanto, é importante saber prevenir outras causas de dor lombar. Por isso, saber levantar pesos e conhecer alguns truques ajuda a reduzir o esforço na coluna e a prevenir lesões.
As hérnias discais lombares ocorrem frequentemente fruto do envelhecimento. O tratamento conservador é eficaz em 90% das pessoas após 4-6 semanas. Um número pequeno de pessoas pode necessitar de cirurgia.