Autor: Joana Oliveira, Ana Barroso Miranda, Maria João Botelho
Última atualização: 2018/11/26
Palavras-chave: Molusco contagioso, Dermatologia, Poxvirus, Diagnóstico, Terapêutica
ÍndiceResumoO molusco contagioso é uma infeção vírica cutânea, que é caracterizada por pequenas pápulas da cor da pele, geralmente umbilicadas e atinge qualquer parte do corpo exceto palmas das mãos e plantas dos pés. |
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O molusco contagioso é uma infeção cutânea vírica causada pelo Poxvirus.
O molusco contagioso atinge mais frequentemente as crianças.
Pode ocorrer também em adolescentes e adultos, geralmente associada à participação em desportos de contacto ou nos contactos íntimos, como infeção sexualmente transmissível. Aparece também associada a estados de diminuição das defesas imunitárias, como por exemplo, infeção pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH) ou tratamento com imunossupressores (por exemplo, corticoides, quimioterapia).
O único hospedeiro conhecido do molusco contagioso é o Homem. O molusco contagioso é transmitido através do contacto pele com pele e do contacto com objetos infetados pelo vírus. As lesões podem alastrar-se no corpo quando se coça ou se toca numa lesão, por isso, devem ser mantidos alguns cuidados que evitem que isto aconteça.
Pode haver também infeção através de esponjas e toalhas de banho, em participantes de desportos de contacto através do contacto de pele, nos utilizadores de piscinas e através de contacto íntimo, nomeadamente nas relações sexuais.
O molusco contagioso causa uma infeção cutânea caracterizada por lesões elevadas, duras, da cor da pele, de pequeno diâmetro (2-5 mm), geralmente umbilicadas, que atingem parte do corpo, dependendo do local de contágio, mas não as palmas das mãos e plantas dos pés. Geralmente atinge tronco, axilas, região anterior ao cotovelo, região posterior do joelho e pregas das coxas. Lesões na pálpebra podem causar inflamação do olho. O atingimento da boca é raro.
As lesões podem surgir 2 a 6 semanas após a infeção.
Poderá ter comichão, mas não é uma característica fundamental.
Nos doentes infetados por VIH e noutros com o sistema imune deficitário as lesões podem ser maiores e podem estar mais dispersas.
Associadamente ao molusco contagioso pode ocorrer inflamação da pele que circunda as lesões e as lesões podem ficar vermelhas e inchadas.
Numa pessoa com o sistema imunológico competente, as lesões resolvem espontaneamente em até 2 meses e a infeção fica curada em 6-12 meses. Numa minoria dos doentes, pode persistir por 3 a 5 anos.
Geralmente, não forma cicatrizes depois de resolvido.
No caso de adolescentes e adultos ativos sexualmente e com lesões genitais, devem ser pesquisadas outras infeções sexualmente transmissíveis.
Uma vez que se trata de uma infeção que se resolve espontaneamente e é limitada no tempo, existem dúvidas em relação à verdadeira necessidade de tratamento. De qualquer forma, um tratamento bem-sucedido limitará a expansão das lesões, reduzirá a transmissão interpares, cessará a comichão e resolverá problemas estéticos.
Nas crianças com sistema imune normal, o tratamento é opcional e deve ter em conta as preferências dos pais. Os doentes com infeção sexual devem ser tratados para evitar novos contágios. Nas pessoas com sistema imune deficitário, o tratamento deve ser precoce para evitar formas graves da doença.
Caso se opte por realizar o tratamento, deve ser realizado um exame intensivo de toda a pele para que todas as lesões sejam tratadas, evitando reinfeção.
Os tratamentos mais frequentemente realizados são:
Alguns cuidados recomendados para as pessoas infetadas:
O molusco contagioso é uma infeção típica da infância, autolimitada e existem alguns cuidados que a pessoa infetada deve manter de forma a diminuir a transmissão.