Autor: Maria Clara Areal, Filipa Leite Costa, Júlia Machado
Última atualização: 2019/01/17
Palavras-chave: Mononucleose infeciosa; Prevenção e controlo; Terapêutica
ÍndiceResumoA mononucleose infeciosa é uma doença contagiosa, causada pelo vírus Epstein-Barr, que afeta tipicamente adolescentes e adultos jovens. A forma de transmissão mais comum é através da saliva, daí ser conhecida pela “doença do beijo”. |
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A mononucleose infeciosa, mais conhecida como a “doença do beijo”, é uma doença contagiosa de causa vírica. O agente causal mais vezes implicado é o vírus Epstein-Barr (EBV).
O contato com este vírus é mais comum na infância, onde a doença passa por ser um resfriado comum. A incidência da infeção sintomática, traduzida na mononucleose infeciosa, vai aumentado nos adolescentes e adultos jovens, com pico de infeção dos 15 aos 24 anos. Um em cada quatro adolescentes infetados com o vírus EBV, desenvolve a doença. Nos adultos é pouco frequente.
As manifestações clínicas desta doença surgem 4 a 8 semanas após a infeção. Tipicamente carateriza-se por:
Outros sintomas incluem o cansaço extremo, as dores de cabeça, o aumento do tamanho do baço e fígado, e a erupção cutânea (relacionada com a toma de antibióticos).
A mononucleose infeciosa transmite-se pessoa a pessoa através do contato com os fluidos corporais infetados com vírus, como as secreções respiratórias e a saliva.
O beijo é uma forma comum de contágio, o que fez com que esta doença tivesse ficado conhecida pela “doença do beijo”. Mas também pode ocorrer pelo espirro ou tosse, partilha de talheres, escova de dentes ou de copos que estiveram em contato com uma pessoa infetada. Após a infeção, o vírus pode permanecer no organismo durante toda a vida, numa forma latente e não contagiosa. Periodicamente pode ser eliminado na saliva, sendo que nessa altura pode haver contágio de outras pessoas, mesmo que o portador não apresente sintomas.
Uma apresentação típica de sintomas é suficiente para afirmar o diagnóstico. Os exames complementares de diagnóstico ficam reservados para os casos de apresentação atípica ou perante dúvidas de diagnóstico.
O tratamento passa essencialmente pelo alívio dos sintomas:
Tratando-se de uma doença vírica, os antibióticos não apresentam qualquer benefício. Também não existem antivíricos conhecidos eficazes para tratar ou curar a infeção por EBV.
Nos casos de aumento do tamanho do baço é aconselhada a evicção de desportos de contato durante 4 semanas, pelo risco de rutura do baço.
Habitualmente há melhoria dos sintomas ao fim de 2 a 4 semanas, no entanto o cansaço pode persistir durante várias semanas. Assim que a pessoa se sinta confortável pode retomar a sua atividade profissional.
A mononucleose infeciosa é uma doença benigna que evolui espontaneamente para a cura na maioria dos casos. A maioria das pessoas foi infetada em criança e desenvolveu imunidade pelo que não está em risco de contrair novamente a infeção. No entanto, aconselha-se algum recato, sobretudo em locais com grande aglomeração de pessoas, como frequentar a escola ou um centro comercial.
Não existe vacina. Há alguma eficácia em evitar o contato com pessoas doentes, nomeadamente nos beijos, na partilha de bebidas, alimentos, ou objetos pessoais como a escova de dentes.
Apesar de ser uma doença transmissível, a mononucleose infeciosa é menos contagiosa que uma simples constipação. Não é considerada uma doença agressiva, mas causa cansaço que pode condicionar faltas escolares/laborais.