Autor: Sofia Fernandes, Cátia Cordeiro
Última atualização: 2018/07/31
Palavras-chave: Dermatologia, Pitiríase versicolor, Malassezia, Tinea
ÍndiceResumoA pitiríase versicolor é uma infeção fúngica da primeira camada superficial da pele. |
---|
A pitiríase versicolor é uma micose comum da primeira camada superficial da pele. É provocada por um fungo do gênero Malassezia, que faz parte da flora cutânea de todos os indivíduos saudáveis e que causa alterações na pigmentação.
Caracteriza-se pela presença de múltiplas manchas, arredondadas a ovais, por vezes descamativas. A cor é muito variável, daí o seu nome versicolor, podem ser hipopigmentadas (mais claras que a pele - brancas) e/ou hiperpigmentadas (mais escuras – rosa ou castanhas). A cor das manchas varia de acordo com a pigmentação normal do indivíduo, a exposição da área afectada à luz solar e a duração da infecção. O tamanho também é muito variável, mas por norma cada mancha não tem mais de 1 cm. Como geralmente são múltiplas, em alguns casos podem agrupar-se e formar uma ou mais manchas de maiores dimensões.
Por ser um fungo que depende de gordura para sobreviver, ele costuma ser encontrado nas áreas mais oleosas da pele, tais como braços, tronco, pescoço, abdómen e ocasionalmente no rosto.
O motivo que leva os doentes a procurar o médico é essencialmente estético. Esta patologia não costuma causar sintomas, exceto, por vezes, uma comichão leve.
É mais comum nos países tropicais, onde pode atingir 40% da população.
Pode ocorrer em todas as idades desde os 4 meses a idosos, sendo mais comum na terceira e quarta décadas. O género e o tipo de pele não tem influência na propensão para desenvolver pitiríase versicolor.
É detectada mais frequentemente no verão, pois a maior exposição solar, favorece o aumento do contraste entre as manchas e as áreas de pele sadia.
Os sintomas surgem quando o fungo Malassezia, que normalmente é um componente inofensivo da flora cutânea, passa a proliferar exageradamente. Alguns fatores podem estar associados a essa proliferação:
Não é uma doença contagiosa, uma vez o fungo causador da doença faz parte da flora cutânea de todas as pessoas.
A taxa de cura é de cerca de 80 a 90%. Em alguns casos, as lesões podem desaparecer espontaneamente com o tempo, mas muitos doentes ficam com as manchas na pele de forma persistente caso não façam tratamento.
O tratamento tópico constitui o tratamento de primeira linha devido à reduzida taxa de efeitos adversos, podem ser usados cremes, loções ou shampoos. O tratamento oral poderá ser utilizado no caso do tratamento tópico não ser eficaz, das recidivas serem comuns ou quando as lesões são muito extensas.
A repigmentação é gradual, ao longo dos meses após o tratamento. Em alguns casos as manchas podem permanecer após o tratamento, pelo que a despigmentação persistente não é critério para falência ao tratamento tópico.
A pitiríase versicolor reaparece em 60 a 80% dos casos, mesmo depois de um tratamento satisfatório, porque o fungo que a provoca é um hóspede normal da pele.
A pitiríase versicolor é uma infeção fúngica da pele, não contagiosa e sem grande impacto na saúde, exceto na questão estética. O tratamento é eficaz, porém as recorrências são frequentes.