Autor: Adriana Ferreira, Ana Cristina Campos, Ana Sofia Vieira, Ana Teresa Alves, Daniel Barbosa, Diana Guedes, Eliane Jaconiano, Flávio Ribeiro, Francisco Henriques, Henrique Cardoso, Inês Graça, João Pedro Silva, Juliana Garcia, Maria Leonor Aguiar, Rita Nunes, Rita Ribeiro, Rui Leitão, Sara Bettencourt Ramos, Sara Andreia Marques, Sofia Pinho
Última atualização: 2016/12/05
Palavras-chave: Antibiótico, Bactéria, Prevenção, Resistência Bacteriana
Índice
ResumoOs antibióticos são substâncias que têm como objetivo impedir que as bactérias prejudiciais à nossa saúde se desenvolvam no nosso organismo, atuando de forma a impedir a sua multiplicação, matando-as ou enfraquecendo-as. |
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Na água, nos solos, nos alimentos, nos objetos do quotidiano e até mesmo no nosso organismo, existem microrganismos invisíveis a olho nu – bactérias, vírus e fungos. Apesar de alguns serem benéficos para a nossa saúde (como por exemplo, as bactérias presentes na flora intestinal, que nos ajudam a digerir alguns alimentos que ingerimos, como as fibras), parte destes organismos são prejudiciais e podem dar origem a infeções de gravidade variável.
Antibiótico (ou antibacteriano) é o termo usado quando nos referirmos a uma substância capaz de destruir ou impedir a multiplicação das bactérias, sem implicar toxicidade significativa para o organismo humano.
Servem exclusivamente para combater infeções bacterianas. Nas infeções víricas não têm qualquer eficácia, não devendo ser usados como primeira opção em casos de gripes, constipações, tosse, febre ou dores de cabeça ou musculares.
Uma das principais consequências da toma incorreta de antibióticos é o desenvolvimento de resistências. Pode haver falhas nos tratamentos por:
Em consequência, algumas das bactérias conseguem modificar-se originando novas estirpes de bactérias que sobrevivem à ação dos antibióticos, aparecendo assim as resistências.
A resistência bacteriana aos antibióticos é um processo natural que resulta da capacidade evolutiva das bactérias em desenvolver mecanismos que lhes permitam sobreviver à ação dos antibióticos. Contudo, o uso incorreto destes medicamentos tem vindo a acelerar este processo, ameaçando cada vez mais a eficácia dos tratamentos disponíveis.
As bactérias vão-se modificando e adaptando, podendo originar superbactérias ou bactérias multi-resistentes, o que dificulta a terapia, uma vez que não existem antibióticos no mercado capazes de as destruir. O combate às infeções torna-se muito mais difícil e as doenças potencialmente mais graves.
Atualmente, assiste-se ao uso crescente de antibióticos em plantas e animais. Na pecuária, estes são administrados com o objetivo de prevenir e tratar infeções nos animais, assim como para promover o seu rápido crescimento. Estando a nossa saúde relacionada com o que comemos, o consumo de carnes e vegetais tratados com antibióticos influencia-nos diretamente por três processos distintos:
O crescente aparecimento de bactérias multirresistentes levou a Organização Mundial de Saúde (OMS) a considerar a resistência bacteriana como um problema crítico de saúde pública global. Além de constituir um enorme encargo financeiro para os serviços de saúde, a resistência a antibióticos traduz-se em repercussões negativas para a saúde em geral, no sentido em que, não havendo forma eficaz de combater as superbactérias, as infeções tendem a ser mais graves e eventualmente fatais.
O primeiro passo é adotar comportamentos no sentido de prevenir infeções:
Ao nível da utilização de antibióticos, existem outros comportamentos que são muito importantes:
A resistência aos antibióticos constitui um problema crítico de saúde pública. É urgente unir esforços a nível individual e coletivo, na saúde e na agropecuária, com vista a mantermos, e até aumentarmos, a disponibilidade de medicamentos antimicrobianos eficazes no futuro.