Autor: Rita Cunha Ferreira
Última atualização: 2018/10/09
Palavras-chave: Síndrome do ovário poliquístico, Contraceção, Infertilidade, Sintomas, Diagnóstico, Tratamento
ÍndiceResumoA Síndrome do Ovário Poliquístico é um distúrbio hormonal que tem como principais elementos o hiperandrogenismo (excesso de androgénios - hormonas masculinas) e a ausência crónica de ovulação causada pela presença de múltiplos quistos (folículos) no ovário que não se desenvolvem como deveriam para romper e ovular. |
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A Síndrome do Ovário Poliquístico é uma doença causada por um desequilíbrio hormonal na mulher, podendo atingir 5 a 15% das mulheres em fase de vida reprodutiva.
Interfere no processo normal de ovulação em virtude do desequilíbrio hormonal que a caracteriza, e que leva à formação de quistos múltiplos no ovário. A maioria das mulheres descobre a doença entre 20 e 30 anos de idade, mas os primeiros sintomas podem aparecer logo nos primeiros ciclos menstruais, ainda na adolescência.
Os fatores que levam ao desenvolvimento da Síndrome do Ovário Poliquístico não são totalmente conhecidos mas estudos indicam que a sua origem poderá estar associada com excesso de produção de insulina no organismo, cujos níveis mais elevados (hiperinsulinemia) levam ao desequilíbrio hormonal característico, com aumento de hormonas masculinas, como a testosterona, em circulação. É comum haver mais casos na família nas pessoas que sofrem de síndrome do ovário poliquístico, nomeadamente nas mães e irmãs, o que configura uma pré-disposição genética ao desequilíbrio hormonal e suas consequências.
Em conjunto, alguns dos seguintes sintomas podem ajudar a detetar a Síndrome do Ovário Poliquístico, como:
A suspeita da Síndrome do Ovário Poliquístico baseia-se nos sintomas e sinais que a doente apresenta. A confirmação do diagnóstico passa pela exclusão de outras doenças. Alguns exames ajudam a confirmar a suspeita:
Para se lidar bem com a síndrome dos ovários poliquísticos é fundamental um estilo de vida saudável.
Uma alimentação equilibrada, rica em vitaminas (como as vitaminas B6, B12 e ácido fólico ) e minerais (nomeadamente o magnésio), é o primeiro passo.
Praticar exercício físico com regularidade também é importante. Para além dos benefícios próprios de uma prática habitual de atividade física, a atividade física regular ajuda a controlar a obesidade, a diabetes e o colesterol.
Perder peso quando se tem esta doença favorece a redução dos níveis de hormonas masculinas e com isso melhora a função ovárica e a fertilidade feminina, além de diminuir os sintomas de masculinização como a acne, os pelos no rosto e corpo, e as cólicas.
A opção pelo tratamento da síndrome dos ovários poliquísticos depende dos sinais e sintomas que a doente apresenta, da sua intensidade e gravidade e da forma como interferem no dia a dia e na qualidade de vida. A melhor decisão resulta de uma avaliação personalizada, partilhada e discutida entre o médico e a doente.
Os tratamentos mais comuns são:
A síndrome dos ovários poliquísticos é uma doença com impacto significativo na vida das mulheres afetadas e das suas famílias. Alimentação saudável e exercício físico regular aliados ao tratamento farmacológico adequado, ajudam a controlar a doença e suas complicações.