Sinovite transitória da anca

Autor: Ema Santos, Catarina Ribeiro Costa, Vanessa Guerreiro, Raquel Gonçalves

Última atualização: 2021/11/21

Palavras-chave: Sinovite; Anca; Criança; Dor



Resumo


A sinovite transitória da anca é uma causa comum de dor na anca nas crianças, de origem desconhecida.
Caracteriza-se por uma inflamação da membrana que reveste a articulação da anca e apresenta uma evolução benigna e autolimitada, com resolução dos sintomas em cerca de 2 semanas.


Sinovite Transitória da Anca


A sinovite transitória da anca é uma causa comum de dor na anca nas crianças, frequentemente entre os 3 e os 10 anos e tem uma frequência duas vezes superior nos rapazes.

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Caracteriza-se por uma inflamação da membrana sinovial que reveste a articulação da anca com acumulação de líquido no seu interior, o que conduz a um aumento da pressão e, consequentemente, a dor.
A dor geralmente unilateral de início súbito ou gradual apresenta intensidade ligeira a moderada. Associa-se a limitação do movimento e da marcha (criança que continua a andar, mas “manca”). Algumas crianças podem referir dor na virilha, na região interior da coxa ou joelho e ainda, nas crianças mais pequenas, não apresentar qualquer outra queixa além de choro noturno ao movimentar o membro inferior. Habitualmente a criança apresenta um bom estado geral, sem febre e adquire uma posição confortável, em que não sente dor.

Quais as causas?


A origem exata da sinovite transitória da anca não está estabelecida, mas verifica-se uma associação entre infeções víricas, frequentemente do trato respiratório superior (otite média aguda, amigdalite aguda ou bronquite), ou trauma nas semanas que precedem o episódio.

Como se diagnostica?


A dor é típica e normalmente não são necessários mais exames.
A recusa da marcha, a prostração e a febre são sintomas de gravidade e levantam a suspeita de outras causas que necessitam de diagnóstico diferencial.

A criança pode ficar com sequelas?


A sinovite transitória da anca é uma patologia sem gravidade. Verifica-se uma diminuição espontânea dos sintomas em cerca de três dias e melhoria com resolução completa em duas semanas, sem consequências a longo prazo.

Qual é o tratamento?


Neste período é importante encorajar a criança ao repouso, permitindo que volte à sua atividade normal de acordo com a sua capacidade.
Podem ainda utilizados anti-inflamatórios que aliviam a dor e reduzem a inflamação. Os antibióticos não são administrados uma vez que esta patologia não é causada por uma infeção bacteriana.

Sinais de alarme


Os pais devem procurar observação médica, se a criança apresentar os seguintes sinais:

  • Febre, sonolência, cansaço, recusa alimentar ou outra alteração do estado geral;
  • Inchaço ou vermelhidão na anca ou perna;
  • Agravamento/persistência da dor, sem alívio com ibuprofeno ou paracetamol, ou, ainda, dor em repouso;
  • Ausência de melhoria dentro de três dias ou se não se verifica recuperação total em duas semanas.


Como prevenir?


Uma vez que se desconhece a origem desta entidade, não existem medidas de prevenção. No entanto, a recorrência é infrequente, pelo que se existir reaparecimento dos sintomas a criança deve ser novamente observada.

Conclusão


Apesar da sinovite transitória ser a entidade mais comum de dor na anca em crianças, é fundamental a distinção e exclusão de patologias mais graves e potencialmente incapacitantes.

Referências recomendadas




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