Autor: Mariana Sá Nogueira
Última atualização: 2016/09/09
Palavras-chave: Mulher; Menopausa; Terapêutica hormonal de substituição; Cancro da mama; Cancro do ovário
A THS consiste no tratamento dos sintomas da menopausa através do fornecimento das hormonas em falta.
Está recomendada para o tratamento dos sintomas vasomotores («calores», «afrontamentos» ou «fogachos») e para os sintomas genitais e urinários (secura vaginal, infeções urinárias frequentes, incontinência urinária), para os quais apresenta eficácia comprovada. A THS é segura desde que se respeitem as indicações, as contra-indicações, as doses e a duração de tratamento.
Para além da THS, o exercício físico regular e a alimentação nutricionalmente equilibrada são essenciais para a atenuação dos sintomas da menopausa. Não existe evidência robusta do benefício dos fitoestrogénios (estrogénios vegetais).
Na menopausa, os ovários cessam a produção de hormonas sexuais femininas (estrogénios e progestativos), o que está na origem dos sintomas próprios desta fase da vida mulher.
A Terapêutica Hormonal de Substituição (THS) consiste no tratamento dos sintomas da menopausa através do fornecimento das hormonas em falta, sob a forma de comprimidos, adesivos transdérmicos («selos») e cremes ou comprimidos de aplicação vaginal.
A THS está recomendada para o tratamento dos sintomas vasomotores («calores», «afrontamentos» ou «fogachos») e para os sintomas genitais e urinários (secura vaginal, infeções urinárias frequentes, incontinência urinária), sobretudo quando interferem de forma significativa com a qualidade de vida da mulher.
Alguns sintomas psicológicos como a ansiedade e depressão são comuns na menopausa. A terapia hormonal de substituição não os resolve completamente mas pode contribuir para a melhoria.
A THS inicia-se a partir do momento em que aparecem os sintomas associados à menopausa, e prolonga-se pelo tempo necessário à resolução desses sintomas.
A THS é segura desde que se respeitem as indicações, as contra-indicações, as doses e a duração de tratamento corretas. O médico assistente está na melhor posição para acompanhar cada caso, e esclarecer as dúvidas que possam existir.
A THS, quando recomendada, melhora significativamente os sintomas vasomotores e os genitais e urinários. Para além disso poderá ter um efeito benéfico nas alterações do sono e na redução do cancro do intestino após a menopausa.
A massa óssea (o que dá sustentabilidade aos ossos) tende a diminuir na menopausa, aumentando assim o risco de desenvolver Osteoporose e fraturas. A THS reduz a perda de massa óssea.
A THS aumenta o risco de coágulos sanguíneos nas veias (tromboembolismo venoso) em 1,3 a 3 vezes, especialmente durante o primeiro ano de tratamento.
O risco de enfarte agudo do miocárdio, «ataque cardíaco», é maior nas mulheres que iniciam THS 10 anos após a menopausa. O risco de AVC também parece sofrer um ligeiro aumento com a THS. Nas mulheres com risco cardiovascular significativo (hipertensas, diabéticas, colesterol elevado, …) é preciso ponderar caso a caso se o benefício compensa os riscos.
A grande questão em aberto na discussão da THS continua a ser o risco de vir a desenvolver cancro. Os estudos não são completamente conclusivos: parece poder haver um aumento do risco de cancro da mama e do ovário, mas apenas em algumas mulheres e sobretudo se a THS se prolongar demasiado no tempo. Atualmente a THS está contraindicada em mulheres com antecedentes de cancro da mama e do ovário e deve ser utilizada com precaução especial se houver familiares do 1º. Grau com cancro. Todas as mulheres a fazer THS devem cumprir o programa de rastreio do cancro da mama.
A THS constitui uma opção válida para o tratamento de alguns dos sintomas da menopausa.
Aconselhe-se com o seu médico assistente, para que em conjunto se avaliem os riscos e benefícios para adequar a melhor decisão para cada caso.