Autor: Ana Barroso Miranda; Pedro Costa
Última atualização: 2018/06/06
Palavras-chave: Insuficiência cardíaca; Hipertensão arterial; Doença coronária
ÍndiceResumoA insuficiência cardíaca é um problema de saúde frequente que ocorre devido a uma alteração cardíaca, herdada ou adquirida, e que condiciona um mau funcionamento do coração. |
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A insuficiência cardíaca é uma doença em que o coração tem dificuldade de bombear o sangue em quantidade suficiente para dar resposta às necessidades do organismo.
Pode resultar de diversas doenças ou ser um processo degenerativo associado à idade. Trata-se de um problema comum estimando-se que afete mais de 26 milhões de pessoas em todo o mundo. Em Portugal estima-se que possam existir cerca de 380 mil doentes.
A hipertensão arterial não controlada e a doença coronária (doença dos vasos do coração) são as causas mais comuns de insuficiência cardíaca. Mas a insuficiência cardíaca é a evolução possível de praticamente todas as doenças que afetam o coração como as arritmias, as doenças das válvulas cardíacas e as doenças do músculo cardíaco. Algumas doenças não cardíacas também podem vir a provocar a insuficiência cardíaca:
Importa perceber que a insuficiência cardíaca não é uma inevitabilidade e que um correto tratamento destas situações, muitas delas ao longo da vida, faz de facto a diferença no futuro.
A maioria das pessoas não apresenta queixas na fase inicial da doença. Os sintomas surgem gradualmente, podendo levar meses ou anos a manifestar-se.
Na insuficiência cardíaca já instalada, os principais sintomas são o cansaço e a falta de ar, que ocorrem após esforços cada vez menores ou mesmo em repouso. Pode também ocorrer perda de apetite, tosse, inchaço das pernas ou aumento de volume do abdómen. A acumulação de fluidos nos pulmões pode gerar dificuldade respiratória e falta de ar, obrigando os doentes a dormir progressivamente com mais almofadas ou mesmo sentados. Frequentemente ocorre também acumulação de líquidos e maior necessidade de urinar durante a noite. No conjunto, a insuficiência cardíaca condiciona limitação significativa das atividades quotidianas e incapacidade, sendo uma causa importante de internamento hospitalar, principalmente nos mais idosos.
A avaliação da insuficiência cardíaca é fundamentalmente dependente da repercussão qye tem nas atividades de vida diárias. A classificação de gravidade mais frequentemente utilizada é a da New York Heart Association (NYHA) que a divide em 4 classes funcionais:
Os principais objetivos do tratamento são a melhoria da autonomia e da qualidade de vida, a prevenção dos internamentos hospitalares e a redução da mortalidade.
A utilização de alguns fármacos que atuam em sistemas neurohormonais pode melhorar a sobrevivência, desde que sejam tolerados e não existam contraindicações para os mesmos.
Podem também ser utilizados fármacos diuréticos, de acordo com as fases da doença e para controlo dos sintomas.
É fundamental o tratamento da hipertensão arterial e o controlo de outros fatores de risco como o colesterol alto, o excesso de peso/obesidade, a diabetes, o tabagismo e o excesso de consumo de álcool são essenciais na gestão da insuficiência cardíaca e na prevenção da progressão da doença.
Nos casos mais graves e que não respondem adequadamente ao tratamento farmacológico pode ser necessário a implantação de aparelhos cardíacos para tratar arritmias potencialmente fatais e, em doentes selecionados, pode ser considerado o transplante cardíaco.
Se notar alguma das seguintes situações, deve procurar ajuda médica, pois podem indicar agravamento da sua doença:
O prognóstico da insuficiência cardíaca é difícil de determinar e terá de ser sempre individualizado e progressivamente revisto em cada caso. O cumprimento do tratamento instituído pelo médico e a adoção de estilos de vida saudáveis ajudam a melhorar o prognóstico e a atrasar a progressão da doença.
A insuficiência cardíaca é uma doença frequente, com sinais e sintomas diversos e debilitantes, cujo tratamento é essencial para limitar a progressão da doença e melhorar a qualidade de vida.