Autor: Diana Dias, Ana Sofia Tavares, Diana Moreira, Marta Costa
Última atualização: 2018/11/27
Palavras-chave: gravidez, vacinas, programa nacional de vacinação, contra-indicações, imunologia
ÍndiceResumoA vacinação previne várias infeções durante a gravidez, protegendo a grávida e o bebé.
Dado que a vacinação durante a gravidez permite a proteção das mães e dos bebés contra doenças graves, as grávidas devem aconselhar-se junto do seu médico sobre a melhor estratégia de vacinação. |
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O Programa Nacional de Vacinação (PNV) contempla a vacinação das mulheres durante a gravidez. Adicionalmente, podem ser necessárias outras vacinas nas seguintes situações:
Em cada caso deve ser considerado o potencial benefício e ponderado com o eventual risco de vacinar versus não vacinar.
De uma forma geral é preferível vacinar antes da conceção, maximizando a proteção e minimizando os riscos. Quando possível evita-se a administração durante o primeiro trimestre de gravidez, por ser o período de maior risco para o feto.
De uma forma geral, a administração de vacinas inativadas é segura durante a gravidez, ao passo que as vacinas vivas estão contraindicadas. Se ocorrer vacinação inadvertida com alguma vacina viva durante a gravidez ou no mês anterior ao seu início, a grávida deverá ser acompanhada de forma atenta pelo seu médico assistente e reavaliada ao longo do tempo. Não é motivo para interrupção imediata da gravidez.
A vacina contra a tosse convulsa é recomendada em grávidas com o intuito de reforçar a imunidade nas mães e e conseguir uma proteção passiva dos bebés. Deve ser administrada uma dose única, em cada gravidez, entre as 20 e as 36 semanas de gestação (idealmente até às 32 semanas).
Cada mulher em idade fértil deve ter registo de, pelo menos, 5 doses de vacina contra o tétano e difteria antes de engravidar. Durante a gravidez podem ser administradas 1 ou 2 doses às grávidas com esquema vacinal incompleto, a primeira dose na primeira consulta de vigilância da gravidez e a segunda até duas semanas antes do parto.
A vacina contra o sarampo, rubéola e parotidite é uma vacina de vírus vivos-atenuados. Está contraindicada na gravidez, mas pode ser administrada no pós-parto e na amamentação. Nas mulheres em idade fértil não vacinadas recomenda-se a administração até pelo menos 4 semanas antes de engravidarem.
A vacina contra a hepatite B pode ser administrada na gravidez em mulheres não vacinadas com alto risco de contacto com o vírus da hepatite B e em grávidas que estão a completar imunização iniciada antes da conceção.
As vacinas contra a [Poliomielite|poliomielite]], contra o Streptococcus pneumoniae, contra a Neisseria meningitidis do grupo C, e contra o Haemophilus influenzae tipo b não estão recomendadas na gravidez, podendo, no entanto, ser administradas no caso de viagens para zonas endémicas, epidemias e em grávidas com alto risco de contrair as doenças.
A vacina contra o papilomavírus humano não está recomendada na gravidez por insuficiência de dados de segurança. Pode ser administrada no pós-parto e nas mulheres que amamentam.
No Programa Nacional de Vacinação existem vacinas recomendadas nas mulheres durante a gravidez. O ideal, porém, é que a vacinação ocorra antes da conceção, maximizando a proteção e minimizando o risco. Sempre que é necessário vacinar deve ser ponderado em cada caso o risco-benefício da intervenção.