Impacto do abuso emocional em crianças e jovens

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Autor: Bernardo Faria, Filipe Angélico, Gonçalo Marques, Inês Freire, Inês Pinto, Isabel Saraiva, João Lagoa, Juliana Ferreira, Mafalda Neves, Marta Correia, Susana Brilhante

Última atualização: 2022/01/02

Palavras-chave: Abuso emocional; Saúde mental; Desenvolvimento infantil; Abuso infantil; Consciencialização



Resumo


O abuso emocional em jovens tem vindo a tornar-se preponderante ao longo do tempo, tendo a sua prevalência aumentado num intervalo de sete anos.
Pode ocorrer dentro do foro familiar, escolar ou em qualquer situação que coloque em causa a saúde biopsicossocial da criança.
Tem um impacto significativo no desenvolvimento pessoal, podendo levar a problemas de aprendizagem, perda de valorização própria e problemas nas relações interpessoais, entre outros. Devido às repercussões que traz, o abuso emocional deve ser abordado e divulgado como um assunto de maior urgência, de forma a minimizar as suas repercussões na sociedade jovem.




O que é o abuso emocional?


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O abuso emocional envolve intimidação, humilhação, isolamento e privação de um ambiente afetivo saudável, indispensável a um desenvolvimento normal. Pode acontecer por familiares, cuidadores ou outros, em ambiente físico ou online, e englobar diferentes situações desde a precariedade de cuidados, comportamentos ameaçadores, rejeição, exploração, até a depreciação da criança ou jovem.

Formas de abuso emocional


O uso do sarcasmo para manipular e ferir emocionalmente, e a exposição de crianças a situações abusivas ou traumáticas (como, por exemplo, a violência doméstica e o consumo de drogas) constituem formas de abuso emocional. Outros exemplos incluem dificultar a socialização, pressionar as crianças para além das suas capacidades e não reconhecer a sua individualidade.

Quais são as consequências do abuso emocional?


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O abuso emocional é uma das formas mais comuns de maus tratos infantis, com consequências negativas na saúde mental e no desenvolvimento biopsicossocial da criança:

  • problemas cognitivos;
  • entraves à aprendizagem, como a falta de atenção;
  • dependência e abuso de substâncias;
  • consequências na saúde física;
  • repercussões na vida sexual;
  • aumento dos comportamentos sexuais de risco, o que conduz a uma maior incidência de doenças sexualmente transmissíveis;
  • maior tendência a desenvolver várias doenças do foro psiquiátrico, como depressão, ansiedade, transtornos de personalidade e stress pós-traumático;
  • menor capacidade de controle de emoções;
  • maior dificuldade na criação e manutenção de boas relações sociais, culminando num aumento de problemas interpessoais;
  • falta de autoestima e satisfação com a vida, havendo até um aumento da tendência ao suicídio.


Importância da consciencialização face ao impacto da problemática


Um estudo realizado no ano 2000 estimava uma prevalência de abusos emocionais de 16% nos jovens, que identificavam a situação como o principal tipo de violência entre os 15 e os 19 anos. Um outro trabalho na mesma área identificou uma prevalência de 22,4% em 2007, numa tendência crescente e preocupante, até porque é um tópico muitas vezes escondido e negligenciado.

Conclusão


O abuso emocional envolve intimidação, humilhação, isolamento e privação de um ambiente afetivo saudável, com consequências significativas no bem estar das crianças e jovens e na sua vida futura.

Referências recomendadas


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