Autor: Isabel Peixoto, Raquel Ramos, Vera Araújo, Ana Maria Gomes
Última atualização: 2018/09/09
Palavras-chave: Ginecomastia, Mama, Homem
ÍndiceResumoGinecomastia consiste no desenvolvimento, unilateral ou bilateral, de tecido glandular mamário no sexo masculino. |
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Ginecomastia é a designação médica para o desenvolvimento de mamas maiores do que é considerado normal para o sexo masculino.
A ginecomastia é um problema frequente, sobretudo na adolescência e mais tarde entre os 50 e os 80 anos, estimando-se que possa atingir 24 a 65% dos homens nesta faixa etária.
Os homens desenvolvem tecido glandular mamário palpável, firme ou consistência tipo borracha, geralmente na região do mamilo. Pode ser unilateral ou envolver as duas mamas.
Enquanto nos adolescentes é comum uma sensibilidade dolorosa à palpação ou dor espontânea, os adultos não apresentam qualquer sintoma na maior parte das vezes.
As principais causas desta condição são situações benignas como a persistência da ginecomastia pubertária (25%), ou provocada por efeitos adversos de alguns medicamentos (25%). Apenas em 3% dos casos aparecem causas mais grave como um tumor testicular. Em 25% dos casos não se identifica qualquer causa para o aumento mamário.
A ginecomastia fisiológica é devida a alterações hormonais (aumento dos estrogénios e diminuição dos androgénios) que podem ocorrer normalmente no período neonatal, na puberdade e na velhice.
Há uma forma de “pseudoginecomastia” que está relacionada com a deposição de gordura, sem proliferação de tecido glandular, e que ocorre em homens obesos.
Os medicamentos são também uma causa frequente de ginecomastia. O mais frequentemente implicados são a espironolactona, a cimetidina, a ranitidina, o cetoconazol, os estrogénios, a hormona gonadotrofina coriónica humana (hCG), e os inibidores da 5-alfa-redutase, entre outros.
Causas menos frequentes, no entanto, muito importantes de ginecomastia são a cirrose hepática, a mal-nutrição, o hipogonadismo primário ou secundário, os tumores testiculares, o hipertiroidismo, a insuficiência renal crónica e o cancro da mama.
Se teve um desenvolvimento da sua mama, seja de apenas um dos lados ou dos dois, é importante que consulte o seu médico assistente.
Há alguns sinais de alerta que deve considerar:
Perante uma situação de ginecomastia é importante perceber a causa.
Será necessário integrar os elementos da história clínica com a observação do exame físico, incluindo naturalmente a avaliação mamária. É muito importante conhecer todas a medicação que está a tomar, incluindo medicamentos sem receita médica, suplementos dietéticos e produtos ditos “naturais” ou de “ervanárias”.
É possível que seja necessária a realização de outros exames nomeadamente a mamografia e a ecografia mamária, ou mesmo análises de sangue, ou outros exames de imagem, sempre enquadrados e orientados para a suspeita diagnóstica.
O tratamento da ginecomastia depende da causa, duração, gravidade e presença de dor ou desconforto.
Quando a causa é conhecida, o tratamento é orientado para a sua correção. Se a causa for um efeito adverso de um medicamento, o seu médico vai avaliar a possibilidade de parar ou trocar por outro com menor probabilidade de causar este efeito.
Quando o desconforto é significativo, independentemente da causa, poderá haver tratamentos farmacológicos que melhorem. Em alguns casos pode ser também considerada a opção da cirurgia.
O médico assistente está na melhor posição para propor o tratamento mais adequado a cada caso.
A ginecomastia nos adultos é usualmente uma situação benigna mas com grande impacto na vida do homem. A observação pelo médico é importante para determinar a causa e orientar o tratamento adequado.