Autor: Ana Ferreira, Ana Parreira, Anizandra Sebastião, Bárbara Nunes, Beatriz Lisboa, Carla Brito, Carolina Morais, Catarina Laranjeira, Marta Gomes, Mireille Sam, Sofia Registo, Tatiana Teixeira, Teresa Xavier, Venízia Silva
Última atualização: 2020/01/08
Palavras-chave: Novos dispositivos de fumo; Prevenção; Aromatizantes; Componentes; Jovens
ÍndiceResumoAtualmente, os hábitos tabágicos não se associam apenas ao tabaco tradicional, mas também aos novos dispositivos de fumo. Há uma tendência errada, muito comum, para acreditar que estes dispositivos são inócuos. |
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A Organização Mundial da Saúde incluiu o tabaco na classificação estatística internacional de doenças e problemas relacionados com a saúde, pela enorme dimensão do prejuízo à saúde humana, relacionado com problemas cardiovasculares, cancros de vários tipos e doenças respiratórias. Muitos fumadores de cigarros tradicionais, conhecendo estes riscos, recorrem aos novos dispositivos de fumo com a expectativa de que estes sejam alternativas seguras e, por vezes, com a expectativa de poderem parar de fumar.
Na última década, tem-se vindo a observar um aumento exponencial no uso dos novos dispositivos de fumo, especialmente pela população mais jovem.
Mas esta prática não é segura. A estatística norte-americana regista, até 2019, 2290 casos de lesões pulmonares e 47 mortes associadas ao uso de produtos de cigarros eletrónicos ou vaporizadores.
Os novos dispositivos de fumo são produtos que não funcionam com combustão, ao contrário dos cigarros convencionais. São muitas vezes publicitados enganosamente como sendo menos nocivos e sem substâncias cancerígenas.
Existem diferentes tipos de dispositivos de fumo:
Vaporizadores | Tabaco convencional |
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É smoke-free | Produz muito fumo |
Vapor produzido pelo aquecimento do aerossol | Processo de queima do tabaco |
Sem tabaco | Com tabaco |
Sem odor | Com odor |
Possibilidade de controlar a quantidade e misturar ingredientes (nicotina, THC, CBD, sabores, etc…) | Quantidade fixa, dependente da quantidade de folhas de tabaco utilizadas |
Cria dependência | Cria dependência |
Sem risco conhecido associado ao fumo passivo | Riscos para a saúde relacionados com o fumo passivo |
Muitos vaporizadores apresentam aromatizantes com sabores e odores diferenciados, muitas vezes em concentrações elevadas, podendo condicionar riscos para os utilizadores. Muitos destes aromatizantes são usados na industria alimentar, mas poucos foram testados para serem inalados, desconhecendo-se os efeitos a este nível.
Em testes realizados, 92% dos sabores deram positivos para 1 de 3 substâncias prejudiciais à saúde (diacetil, acetilproprionil, acetoína). Também se provou que o cinamaldeído (presente na canela), o-Vanilina (presente na baunilha) e pentanodiona (presente no mel) têm um efeito tóxico por via inalatória.
Os sabores que apresentam mais efeitos prejudiciais à saúde são a amêndoa, a amora, o caramelo, o chocolate, o café, o algodão doce, a manteiga, o mel, as nozes, o ananás e a baunilha.
São conhecidos alguns riscos associados à utilização de cigarros eletrónicos:
Apesar de ainda pouco se conhecer sobre os riscos associados aos novos dispositivos de fumo, é de extrema importância alertar a população, uma vez que estes são reais e, muitas vezes, graves.